Capítulo 10

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Ele bufou. Aceleramos o passo até passar para uma corrida. Parando de vez em quando para checar a direção. 

Parados na encosta de uma montanha avistamos uma grande casa de madeira. Procuramos abrigo atrás de alguns arbustos. Ross tirou um binóculo da mochila que carregava a tira colo.

A casa não tem jardim, nem tinta nas paredes, as tábuas estão expostas ao tempo. Tudo parecia deserto e seco nas proximidades. A garagem ao lado, esta com as portas abertas.

A concentração de energia nesse lugar é tão grande que sinto seu peso, meu sexto sentido avisa sobre o perigo. Posso ver vários feixes coloridos no ar.

- Deve ter pelo menos 3 pessoas na casa. - Ross fala me despertando dos pensamentos. Dois na certa são demônios. A outra energia é bem mais fraca, pode ser humana. - Lançou-me um olhar esperançoso.

Dimmy.
Seria perfeito, se ele ainda estivesse bem.

- Parece que os sete vem muito aqui, talvez até seja o esconderijo principal deles. - Falei baixinho. - Tem vestígios de energia bem recentes.

- Essa é uma daquelas paradas estranhas que só você consegue saber? - Ele questionou de uma forma engraçada.

Fiz que sim.

- Me dê sua mão. - Pedi. Ele exitou. - Posso te mostrar. - A curiosidade venceu e Ross acabou a estendendo.

Uma pequena faísca escapou quando nossas peles se tocaram.

- Devagar aí, Blake. Sou muito novo para ser eletrocutado. - Riu.

- Shh. - O repreendo pedindo silêncio. - Agora se concentre e olhe para lá.

- Maneiro. - Ele comentou poucos segundos depois. - É como um arco-íris.

- Não tem nada de bom. - Solto a mão dele. - Cada um desses feixes de luz representa poder emitido por um demônio Maior.

- Se eles voltarem a gente tá ferrado. - Ross gemeu com tristeza.

Saímos do esconderijo, fazendo o mínimo de barulho o possível. Meu coração batia mais forte a cada passo. Entramos na mata e damos a volta, para nos aproximarmos pela parte de trás da casa.

Eu e Ângelo nós separamos. Ele vai pela frente. As luzes estão acessas no andar de baixo. Espio para dentro, por uma janela velha.

Dimy está sentado no chão, em um tapete. Um garoto que aparenta quatorze, quinze anos, conversa com ele. Parecem estar brincando juntos.

Mas o filho dos Ingland não brinca, os olhos expressam pavor. Um homem com cabelos castanhos entrar para a sala e se senta no sofá próximo a eles. Leviathan.

Abaixo a cabeça, rápido, para que ele não me veja.

- Alvo confirmado. - Passo a informação mentalmente para Ângelo.

- Vou atrai-lo para fora. - Ross apanha uma pedra e sobe os degraus da varanda, atirando a rocha contra uma janela.

Leviathan se levanta do sofá e com uma arma em punho e saí da casa. É minha deixa! Me atiro para dentro pela janela mais próxima. Fico de pé em meio a estilhaços.

- Dimy, é a Laylah, sou da polícia, seu pai me mandou. Vim para te resgatar. - Chamo pelo menino sem nenhuma resposta. 

Passo pela cozinha e entro na sala e o garoto que a pouco vi com Dimy no tapete, está de pé segurando uma adaga contra a garganta dele.

- Não se aproxime! Ou mato ele. - Em seus olhos vejo o brilho vermelho.

Que ótimo, um jovem demônio!

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora