Capítulo 55

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Willian Maldonado

Laylah chorou muito. As lágrimas secaram se transformando em pequenos soluços, estremecendo contra mim. Quando ela finalmente silenciou, percebi que tinha adormecido. Eu ficava sem reação nessas horas, quando ela estava tão triste, não sabia o que fazer.

Me mexi para deiteita- la de um jeito mais confortável. A cobri com o edredom e dei um beijo em sua bochecha. Os primeiros raios de sol estavam começando a brilhar no horizonte, anunciando o novo dia.

Peguei o celular de Laylah em cima do criado mudo e desliguei o alarme que logo iria tocar. Mandei um áudio para o tenente Ross dizendo que Laylah não estava se sentindo bem e que não iria trabalhar hoje. Deitei também bem próximo a ela. Pousando o braço sobre suas costelas. Fiquei acordado um tempo, ouvindo sua respiração leve.

Acordei de novo no meio da tarde. Lavei meu rosto. Passando pelo quarto. Laylah ainda estava dormindo. Deixei ela ali descansando e fui até a cozinha fazer alguma coisa para nós comermos. Ela sempre acordava com fome. Exatamente uma hora depois ela entrou na cozinha.

Vestindo uma blusa azul marinho de mangas curtas e um shortinho curto, com estampas de hibiscos. Ele tinha abertura nas laterais das coxas. Apesar dos chinelos bonitinhos com orelhas de gato nas tiras, não havia sinal de humor algum nela. Até mesmo seus olhos estavam sombrios.

- Boa tarde, anjo. - Eu fingi que não tinha percebido nada de estranho nela. - Está com fome?

Ela fez que não. Laylah nem fez questão de reclamar do horário.

- Uma pena. - Coloquei um prato e talheres na sua frente. - Por que eu estou e você vai me acompanhar nessa refeição.

Nenhum um unir de sobrancelhas irritada. Ou empinar o queixo com orgulho, para retrucar dizendo que não iria comer obrigada por mim.

Estranho.

Laylah apenas observou em silêncio eu a servir e cutucou a comida, como se fosse a coisa mais sem graça do mundo. Sendo que a pessoa a minha frente tinha uma fome de leão, comendo por três seres humanos adultos.

Tudo que eu lhe perguntei ela respondeu com sim, não ou talvez. Provando que aquela porcaria daquele pesadelo a tinha afetado muito mais do que pensava. Se continuarmos nesse ritmo até a noite quem vai ter uma crise de nervos, sou eu.

Terminei de comer minha segunda rodada e organizei a cozinha. Laylah continuava sentada na sua cadeira, distante dessa existência.

- Vou arrumar uma malinha para você. - Resmunguei passando por ela até a entrada da cozinha. - Vamos para a minha casa. Levamos o Leon também.

Ela piscou algumas vezes.

- Eu não posso, Lian. Já faltei o dia todo no trabalho hoje. Vou colocar minha farda e ajudar os novatos no plantão essa noite. - Ela olhou para o relógio prateado na parede.

Sorri de costas para ela. Tinha sido a maior frase que disse desde que abriu os olhos.

- Tô nem ai se não pode. - Dei de ombros. - Você vai comigo de qualquer jeito.

Sai da cozinha e fui até o quarto dela. Peguei uma mala de mão preta e comecei a juntar todas coisas que imaginei que ela precisaria para ficar fora de casa.

Eu estava ajoelhado ao lado da sua cômoda procurando as roupas íntimas. Meus dedos roçaram no sutiã tomara que caia, com rendas vermelhas, bem familiar. Minha mente vagou de volta para aquele dia. Um suspiro cansado me escapou.

As coisas eram tão mais fáceis quando estávamos só eu e ela. Balançei a cabeça, procurando pelas calcinhas. No fundo, daquela gaveta tinham dois conjuntos maiores dobrados perfeitamente.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora