Capítulo 68

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Ninguém esperava que Laylah fosse tão longe quanto os nossos olhos nos mostravam. O choque e a surpresa estavam entre os sentimentos que se espalhavam pelos rostos dos que presenciaram.

Corajosa. Não chegava nem perto do que Laylah era.

Quando eu achava que estava anestesiado. Que não podia mais sentir, já que não havia sobrado nada em mim além de ruína, ela vinha e provava que eu estava errado. A loira subiu suas mãos até meus ferimentos e pouco a pouco, afundou os dedos dentro dos buracos das feridas. Até suas mãos sumirem por inteiro dentro das minhas costas.

Eu queria que ela nunca tivesse que passar por um horror desses.  Podia suportar minha própria dor mas, não podia lidar bem com as dela. Vendo a ser obrigada passar dos limites. Por que quanto mais ousada ela era, mais ela se aproxima deles.

Asmodeus vacilava em sua frente. Até que se inclinou, usando Laylah como seu próprio apoio para não tombar de cara no chão. Ele tinha desmaiado.

Laylah deu um suspiro profundo e tremido. Ela estava disfarçando bem a sua dor para não preocupar os outros. Era uma cena bizarra ver a luz saindo de dentro de mim mesmo. Me lembrava um lampião com o vidro quebrado.

Exatamente como eu me sentia. Não sei quanto tempo se passou naquilo. Minutos, horas. Mas, me vi caindo de lado no salão de Lúcifer. Meus olhos estavam semi abertos mas, só havia o escuro diante deles. Não me sentia totalmente consciente como cheguei aqui. Mas, ainda podia ouvir a agitação dos demônios.

- O que houve? - Um dos demônios perguntou. Acho que era Sírio. - A luz dos poderes da híbrida cessou. Ela morreu?

Não, não pode ser. Ela não se foi. Laylah, meu anjo. Engoli em seco. Fechando as pálpebras. Desejando apenas o silêncio. Mas, eles não pararam de falar.

- Creio que não. - Bruno responde. - É teimosa demais.

- Vou sondar Maison e veremos o que é possível descobrir. - Agora é Lúcifer  com sua voz teatral.

...

Alguns minutos mais cedo na área de Camping...

Leila Hardt

- Acha que está tudo bem com eles, Leila? - Manuella pergunta olhando pela janela da pousada. - Já faz muito tempo que estão lá.

Estávamos sentadas na cozinha de Margareth e Edgar. Amanhã não haveria mais qualquer rastro da nossa passagem.

- Acho que se algo ruim tivesse acontecido, nós saberíamos. - Opinei. - Péssimas notícias chegam muito rápido.

Manuella mordeu o lábio inferior.

- Pelo menos a chuva passou. - Dei de ombros. - Estamos vivas e inteiras. 
Não tem humanos possuídos tentando nos caçar.

" Se fossemos para o campo, pelo menos teríamos alguma notícia.  Manuella pensou."

Eu estava de costas para ela em frente ao fogão. Aquecendo uma chaleira com água na intenção de fazer chá. Um costume remanescente da Inglaterra, minha terra natal.

Para os britânicos qualquer horário do dia é bom para se tomar chá. Esteja nervoso ou com problemas, sente e beba uma xícara bela xícara de chá e logo encontrará a solução. Pelo menos é o que dizem, na teoria.

- Miguel nos mandou ficarmos aqui e esperar. Ele vai ficar chateado se não obedecermos. - A lembro. - Além do mais, os carros e a moto do Lian ainda estão estacionados. Eles vão voltar. Nos dar carona e finalmente poderemos ir para casa. Não se preocupe. - Coloco um sachê na minha xícara e outro na de Manu e despejo água quente nelas.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora