Capítulo 58

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Lian entrelaçou seus dedos entre meu cabelo e os puxou para trás, acessando meu pescoço. Seus dentes me morderam ali e depois seus lábios me chuparam. Eles eram quentes e deliciosos contra minha pele. Miguel pigarreou e cortou nosso momento. Fazendo eu me afastar.

- Laylah. - Manuella que vinha depois de Miguel me lançou um olhar confuso. - Por que você está brilhando?

- Willian me distraiu. - Mordi o lábio inferior. - Isso geralmente acontece quando estou feliz.

- É o nosso objetivo. - Lian piscou para mim, fazendo um gracejo.

Não demorou muito tempo e Gabriel apareceu também. Carregando Leila em seu colo. As veias grossas ao redor de seus olhos tinham sumido.

- Como foi? - Miguel pergunta a Gabi.

Todos estávamos ansiosos.

- A ideia de Laylah funcionou. - Gabi fala e todos ficamos aliviados. - Ela está limpa agora.

As luzes da viatura de polícia chamaram nossa atenção para o portão na entrada do cemitério. Ouvimos barulhos metálicos, eles estavam removendo as correntes e cadeado.

- E eu achando que nada mais poderia acontecer hoje. É a polícia. - Manuella se alarmou. - Eu não posso ser presa no meu aniversário.

Eu me senti ridícula quando tivemos que procurar esconderijos para as autoridades não nos encontrarem. Pensei nas coisas que tínhamos depredado na briga e a culpa bateu em mim.

- Por que as pessoas de Jasper não podem ser normais? - Reconheci a voz de Thaddeus.

- Nem me fala. - Samanta resmunga. - A gente poderia estar em uma festa badalada nesse momento com Laylah, Ângelo e Misheli. Mas, ao invés disso sobrou plantão no cemitério para nós. Ninguém merece.

Sorri ao lado de Willian estávamos dentro de uma cova aberta. Ela foi construída recentemente, não tinha nenhum ocupante. Mas, já tinha as lâminas de cimento para fechar. Pelas frestas, vimos os feixes de luz das lanternas dos meus colegas seguirem a diante.

- Vocês jovens reclamam demais, o tempo todo. - Esse era Billy. Ele vinha na retaguarda dos dois.

Ouvi o tilintar das chaves da viatura balançando com o seu andar.

- Ah Billy por que está rindo? - Thaddeus questiona. - Cemitérios são especialmente assustadores a noite.

- Os mortos não causam mal a ninguém. É com os vivos que temos que nos preocupar. - Billy falou com sabedoria.

- O que estamos procurando afinal? - Thaddeus pergunta.

Barulhos de folhas de papel sendo viradas.

- Recebemos três denuncias diferentes de moradores do bairro Berlim. - Samanta fala.

- É só seguir essa rua aqui na lateral e dobrar a direita. Esse bairro é o mais próximo do cemitério. - Billy explica.

- Eles relataram movimentação suspeita. Barulhos e luzes estranhas. - Samanta falou rápido.

- Espero que não estejam fazendo nenhum tipo de macumba. Antes de eu ser transferido para cá, na cidade onde eu trabalhava, recebi uma chamada era para checar um cemitério também. Só que era sexta feira, dia 13 e ainda era lua cheia. Encontrei galinhas pretas degoladas. E muitas velas negras acessas. - Thaddeus conta. - Eu nem consegui jantar naquele dia.

- Credo. Que bizarro. - Samanta fala.

- Pavoroso. - Thaddeus concorda.

Ouvimos um barulho de algo se espatifando em algum canto. As lanternas se afastaram rápido. Também conseguimos ouvir os pés batendo no chão. Os policiais estavam correndo para lá. Willian ergueu a tampa de concreto e pulou para fora da cova. Estendi as mãos e ele me puxou para ele com facilidade. O anjo fechou o buraco outra vez e caminhamos agachados entre os túmulos.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora