Capítulo 40

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Por volta das dezenove e quinze o interfone tocou e estranhei. Marquei a página que parei de ler como uma fita de cetim e fechei o livro. Tirei Leon de cima de mim, e o coloquei para o lado, a fim de ver do que se tratava

- Boa noite, senhorita Blake. - Ouvi a voz de Santiago no interfone. Ele parecia cauteloso. - Aquele rapaz que vive rondando a senhorita está aqui. Gostaria que eu desse sinal verde para ele subir a cobertura?

Desde de quando Willian precisava da autorização de alguém para fazer o que ele queria?

- Boa noite, Santiago. - Cumprimento também. - Sim, por favor, faça isso.

- A senhorita vai dar uma festa? - Questionou. - Devo interfonar caso cheguem mais convidados?

- Não. - Uni as sobrancelhas.- Esperava apenas o senhor Maldonado. Por que a pergunta?

- Bem... - Santiago ficou um tanto constrangido. - Seu amigo esta com os braços cheios de pacotes.

Eu nem sabia o que dizer. Imaginando todas as sacolas de papéis pardos, cheias de garrafas de bebidas e alimentos. Muito mais do que qualquer pessoa humana pudesse degustar em uma noite.

- São compras para a semana. - Dei a primeira desculpa que me veio a mente. Apertando a ponte do nariz com os dedos. - Poderia encontrar alguém que ajudasse meu convidado com essa tarefa?

- É claro, senhorita Blake. Eu mesmo posso acompanhá-lo. - Santiago se prontificou educadamente.

- Fico grata, Santiago. Até breve.

Discrição é uma palavra que não combina com Willian. Penso, revirando os olhos, ao colocar o telefone de volta no gancho, junto a parede. Ele tinha que bancar sempre o piromaníaco?

...

Willian Maldonado

- A senhorita Blake, concedeu a autorização. - O humano de terno preto com camisa branca, atrás do balcão diz ao desligar o telefone.

Eu estava arrependido de não ter usado truques de mente, para ter passado direto para o elevador particular que dava acesso a cobertura de Laylah. Não gostei dele. Ficou interessado demais, batendo papinho com ela.

O humano de cabelo loiro, deu a volta no balcão parando na minha frente. Ele até que não era de se jogar fora. Apenas mais baixo que eu. Tinha uma boa aparência.

E me encara de volta, com uma coragem que poucos tinham. Sendo um humano, eu podia ler seus pensamentos, por tanto soube que ele também não gostava de mim e acha que eu era um gangster.

- Senhor Maldonado, certo? - Ele questiona e eu assenti. - A senhorita Blake pediu para eu lhe acompanhar.

- Agradeço. Mas, já sei o caminho. - Tentei despistar o cara que já estava começando a me deixar impaciente.

- Lamento mas, a senhorita Blake solicitou um carregador para as compras dela. - Ele indicou a si mesmo.

- Certo. Já que insiste. - Dividi os pacotes deixando os mais pesados para ele.

Ambos fomos para o elevador. A subida foi curta e saímos para o extenso hall que levava até a porta de Laylah. Com o carvalho desenhado na parede e seus cristais incrustados, na parte superior.

O funcionário do prédio se mexeu com dificuldade para livrar uma de suas mãos e tocar a campainha. Laylah logo apareceu trazendo seu perfume frutal para me provocar.

Os olhos verdes dela se tornaram dourados por poucos segundos, ao olhar para a quantidade de pacotes nos braços do porteiro. E eu sorri abertamente. Adorava ver como ele ficava nervosa e descontrolada perto de mim.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora