Passei o resto da tarde me revesando entre dois possíveis locais, onde Leila deveria estar sendo mantida. Um é antiga fábrica de produtos de limpeza. Fechada a três anos após decretarem falência. E o outro um armazém de dois andares. Era difícil ter certeza, por que os demônios estavam me bloqueando. Não conseguia mapear os prédios, sem estar dentro deles fisicamente. E entrar sozinha, seria suicídio na certa.
Talvez eu fosso me arrepender amanhã. No entanto, Leila precisava de mim. E eu ia fazer qualquer coisa para trazer ela de volta. Mais que amigas, somos irmãs.
Precisei de uns quarenta minutos, para encontrar Gabriel. Foi relativamente fácil, levantando em consideração que ele e os colegas, estavam procurando demônios e eram uns cafetões, disfarçados de anjo, andei pelas boates mais afastadas e duvidosas.
Ele e uma garota de cabelo e vestido preto, estavam se pegando contra uma parede de tijolos a vista. Bem a cima deles um letreiro piscava em Neon azul e vermelho com o nome Tropicállia. Uns dos "l" estava apagado.
Atravessei a rua, usando as sombras como abrigo dos olhares curiosos. Me sentei sobre uma caçamba de lixo de metal, do lado contrário ao deles.
Pigarrei, mas eles me ignoraram.
- Noite encantadora, não acham? - Falei olhando para o céu, como quem não quer nada, balançando os pés.
Gabriel parou de agarrar quem quer que fosse, para meu alívio. Ele se afastou da moça e virou me encarando com um mau humor, escancarado nas feições angelicais.
A morena deu um passo a frente na minha direção, meus olhos foram direto para o pescoço dela, tinha uma tatuagem. Estava marcada por Lúcifer.
- Quem é essa? - Perguntou a Gabi. - Sua mulher?
Gabriel fez que não, o maxilar tenso.
- Caí fora daqui, antes que eu perca a paciência e te mande dessa para uma pior. - Avisei, pulando do meu assento improvisado.
- Quem você pensa que é, vadia oxigenada? - Retrucou colocando as mãos na cintura, ao ar entorno dela, ficando mais negro.
Segurei a língua para não soltar um, meu cabelo é lindo e natural, tipicamente feminino.
Ignorei para um momento a Fifi de Lúcifer, plantada a minha frente. E foquei em Gabriel. Ele não estava inclinado a intervir, ao vivo contrário os olhos azuis cintilavam. Divertindo-se.
Me dei conta do por que. Ele escolheu agora específicamente, para me dar o troco, pelo dia em que eu usei truques de mente e o enganei.
- Tá dando em cima do meu gato, como se eu fosse invisível. - A Cavum avançou deu dois passos a frente furiosa.
- Seu gato? - Mais iludida impossível.
Gabriel deu de ombros.
- Vou arrancar cada fio do seu mega hair, mocréia! - Os olhos dela piscavam entre vermelho e um marrom escuro, como chocolate.
A morena correu na minha direção, sua forma perdendo nitidez, misturada em trevas. No último segundo desviei, ela bateu a cabeça contra a lata da caçamba. Deixando um buraco no local do choque.
- Demônios não são muito inteligentes, não é? - Tamborilei os dedos no queixo.
Ajoelhada no chão do beco, a Cavum balançou a cabeça. Tentando ficar de pé, em passos vacilantes. A agarrei por um dos braços. E ela me unhou com a mão livre. A peste já tinha as garras compridas e duras, como as de um demônio de verdade.
A manga comprida da blusa verde que eu vestia, ficou cortada como se tivesse sido golpeada por uma lâmina e o ferimento ardeu. Por que demônios conseguem ferir fisicamente outros imortais.
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Desperta-Me Para Ti
FantasyLivro Um. Triologia Encontra-Me. "🪶 As cartas foram lançadas, dando início a partida. Venha, envolva-se também. Nesse jogo intenso e viciante onde luz e sombras disputam o poder.🪶 " Em Jasper, nem tudo é o que parece. Pois um mundo místico habita...