Capítulo 17

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Passei o resto da tarde me revesando entre dois possíveis locais, onde Leila deveria estar sendo mantida. Um é antiga fábrica de produtos de limpeza. Fechada a três anos após decretarem falência. E o outro um armazém de dois andares. Era difícil ter certeza, por que os demônios estavam me bloqueando. Não conseguia mapear os prédios, sem estar dentro deles fisicamente. E entrar sozinha, seria suicídio na certa.

Talvez eu fosso me arrepender amanhã. No entanto, Leila precisava de mim. E eu ia fazer qualquer coisa para trazer ela de volta. Mais que amigas, somos irmãs.

Precisei de uns quarenta minutos, para encontrar Gabriel. Foi relativamente fácil, levantando em consideração que ele e os colegas, estavam procurando demônios e eram uns cafetões, disfarçados de anjo, andei pelas boates mais afastadas e duvidosas.

Ele e uma garota de cabelo e vestido preto, estavam se pegando contra uma parede de tijolos a vista. Bem a cima deles um letreiro piscava em Neon azul e vermelho com o nome Tropicállia. Uns dos "l" estava apagado.

Atravessei a rua, usando as sombras como abrigo dos olhares curiosos. Me sentei sobre uma caçamba de lixo de metal, do lado contrário ao deles.

Pigarrei, mas eles me ignoraram.

- Noite encantadora, não acham? - Falei olhando para o céu, como quem não quer nada, balançando os pés.

Gabriel parou de agarrar quem quer que fosse, para meu alívio. Ele se afastou da moça e virou me encarando com um mau humor, escancarado nas feições angelicais.

A morena deu um passo a frente na minha direção, meus olhos foram direto para o pescoço dela, tinha uma tatuagem. Estava marcada por Lúcifer.

- Quem é essa? - Perguntou a Gabi. - Sua mulher?

Gabriel fez que não, o maxilar tenso.

- Caí fora daqui, antes que eu perca a paciência e te mande dessa para uma pior. - Avisei, pulando do meu assento improvisado.

- Quem você pensa que é, vadia oxigenada? - Retrucou colocando as mãos na cintura, ao ar entorno dela, ficando mais negro.

Segurei a língua para não soltar um, meu cabelo é lindo e natural, tipicamente feminino.

Ignorei para um momento a Fifi de Lúcifer, plantada a minha frente. E foquei em Gabriel. Ele não estava inclinado a intervir, ao vivo contrário os olhos azuis cintilavam. Divertindo-se.

Me dei conta do por que. Ele escolheu agora específicamente, para me dar o troco, pelo dia em que eu usei truques de mente e o enganei.

- Tá dando em cima do meu gato, como se eu fosse invisível. - A Cavum avançou deu dois passos a frente furiosa.

- Seu gato? - Mais iludida impossível.

Gabriel deu de ombros.

- Vou arrancar cada fio do seu mega hair, mocréia! - Os olhos dela piscavam entre vermelho e um marrom escuro, como chocolate.

A morena correu na minha direção, sua forma perdendo nitidez, misturada em trevas. No último segundo desviei, ela bateu a cabeça contra a lata da caçamba. Deixando um buraco no local do choque.

- Demônios não são muito inteligentes, não é? - Tamborilei os dedos no queixo.

Ajoelhada no chão do beco, a Cavum balançou a cabeça. Tentando ficar de pé, em passos vacilantes. A agarrei por um dos braços. E ela me unhou com a mão livre. A peste já tinha as garras compridas e duras, como as de um demônio de verdade.

A manga comprida da blusa verde que eu vestia, ficou cortada como se tivesse sido golpeada por uma lâmina e o ferimento ardeu. Por que demônios conseguem ferir fisicamente outros imortais.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora