Capítulo 45

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Asmodeus

Estava no meu quarto, analisando as últimas notícias no tablet, quando me deparei com uma live de uma jornalistazinha humana. Eu fazia isso diariamente, para ver a repercussão dos demônios no mundo dos mortais.

- Aqui é Brielle Harper, falamos ao vivo de frente ao 25° Despertamento de polícia de Jasper, para o site Alberta News. - Ela dizia ao câmera. - O prefeito Henrique Ingland irá se pronunciar a respeito de duas mortes violentas de polícias na noite passada. Os corpos da cabo Ramona Opperman e do detive Cássio Nomura, foram encontrados perto da ponte do lago Emerald.

Cerrei os dentes.

O foco da câmera mudou para o palco onde o prefeito discursava, diante de um palanque de madeira, com microfone.

- A prefeitura de Jasper se solidariza com as mortes desses soldados brilhantes. - O prefeito endoçava. - Em respeito a eles, decreto luto oficial de três dias nas repartições públicas. Gostaria de chamar a frente, a delegada Laylah Blake, para ler uma pequena nota de agradecimento escrita por mim para todos os presentes e também as famílias enlutadas.

O foco da câmera mudou outra vez, para a jovem loira sentada a esquerda do Alcaide. Ao seu lado estava o tenente Ângelo Ross, o cara que meu pai queria morto. Eles se entre olharam por alguns segundos. Antes de ela se levantar da cadeira.

Aquele cara era para estar no reino das almas e não sorrindo e aplaudindo alguém. Flay e sua turma tinham cometido um erro e meu pai ia ficar uma fera. Corrigindo, ele já está uma fera, depois que tivemos que sair às pressas da nossa casa por causa daqueles anjos e não podemos trazer junto os novos "bebês" dele.

Eu acha aqueles novatos todos inúteis. Apesar de ser seu filho mais velho, minha opinião não vale de nada. O grande Lúcifer, faz sempre o que ele quer. E seu único objetivo de vida é a dominação. A qualquer custo.

Sendo assim, meu pai odeia quando os planos dele não dão certo. Odeia mais do que qualquer coisa. Aí ele fica endemoniado e desconta na gente.

Continuei vendo a gravação. Para adiar um pouco o confronto com o velho. Não queria ficar na linha de fogo dele. Eu só fazia o que ele mandava e tentava deixá-lo feliz.

Os dois trocaram um aperto de mão rápido e ela assumiu seu lugar diante do público. A delegada não deveria passar muito dos vinte. Era bonita e tinha os olhos baixos, provavelmente lendo algo sobre o planque. Ergueu sua fronte e a câmera focou em seu rosto.

- Cumprimento a todos. Em meu nome e de todos os colegas desse departamento. - Projetou sua voz com firmeza. - Vivemos em tempos difíceis. Mas, não podemos seder a loucura e nos desesperar. Tenham fé e acreditem no bem a cima de tudo. Ontem, uma nova estrela se ascendeu no céu. E somos gratos, pelos serviços que o detetive Cássio Nomura prestou a nossa população. Que ele encontre a paz.

Uma salva de palmas se ouviu e ela voltou a se sentar em seu lugar.

- Maison. - Meu irmão Bruno, apareceu dentro do meu quarto.

Sai da live e bloqueei a tela do tablet colocando ele em cima da mesa.

- O que tá pegando? - Bruno me conhecia bem. Ele e eu éramos muito unidos.

Demônios não costumam ficar em grupo, a não ser que seja para se alimentar. Normalmente, era cada um para si. Um querendo ter mais poder que o outro.

- Flay e Shuck fizeram merda. - Eu disse. - Deu errado aquele serviço que o pai mandou eles fazerem ontem a noite.

Meu irmão comprimiu os lábios. Ele que se mostra entediado para tudo, agora está preocupado. Bruno também sabe que Lúcifer vai ficar cuspindo fogo.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora