Capítulo 57

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O DJ recolocou a música e as pessoas passaram a circular novamente, indo em direção as mesas ontem o bifê contratado por nós estava servindo as comidas. Acenei para o pessoal uniformizado enquanto caminhava para longe da agitação.

Minha cabeça estava longe, em pensamentos inquietantes ao atravessar o vão que dividia a danceteria dos corredores que levavam aos banheiros. Masculino a esquerda, feminino a direita. Willian esperava por mim. Fomos juntos até uma sala, que parecia um escritório pequeno.

Entramos pela porta, que Willian encostou novamente e Manuella ergueu a cabeça. Ela segurava um lenço de papel na mão. Seu rosto estava molhado e os olhos vermelhos, pelas lágrimas. Sentava-se em cima da mesa e Miguel a sua frente. Ele tinha um expressão contrariada. Provavelmente estava com raiva de Leila agora. E eu não podia culpa-lo, estava apenas seguindo os instintos protetores de Anjo Da Guarda.

Meu coração se apertou por ela. Nada saiu como o planejado.

- Sinto muito. - Sussurrei, dando um abraço que ela prontamente aceitou, jogando os braços ao redor de mim.

Aguardei até Manu se acalmar.

- Como estão seus braços? - Perguntei com suavidade e ela baixou os olhos.

Acompanhei seu olhar e apertei os lábios em uma linha fina diante da constatação. Os pulsos de Manu estavam extremamente roxos.

- Ouvi meus ossos rangendo. - Manuella confidenciou. - Achei que ela fosse me quebrar.

Miguel apertou o maxilar com força.

- Vou procurar Leila e Gabriel. - Anunciei para os três. - Conhecemos nossa amiga. Ela não é essa pessoa. - Leila merecia o benefício da dúvida. - Algo está fora do lugar.

Dei um beijo na testa de Manu.

- Miguel vai cuidar de você. Não se preocupe, seus ferimentos vão parar de doer. - Falei para ela, que assentiu.

Willian passou o braço ao redor de meus ombros.

- Vai também? - Ergui uma sobrancelha.

- Sim. - Willian afirmou. - Gosto da Leila. É uma boa amiga. Todas as vezes que precisei dela, sempre me estendeu a mão. Devo isso a ela.

Apesar da confusão meu coração se sentiu terno e quente. Passei meu braço ao redor da cintura de Willian e andamos pelos corredores lado a lado. Encontramos Gabi do lado de fora do Diamond. Fomos para lá, por que não tinhamos achado nem ele, nem Leila em lugar nenhum.

- Vocês viram a Leila? - Gabriel parou na nossa frente. Seus olhos estavam cheios de preocupação e tive um mal pressentimento.

- Ela não está com você? - Willian estranhou.

- Eu levei ela para dar uma volta antes. Mas, quando mais eu tentava falar com ela mais irritada ficava. Leila deu um soco na boca do meu estômago e desapareceu. - Seus olhos escureceram pela lembrança. - Pensei que podia ter ido para casa mas, o carro dela ainda está estacionado lá atrás.

- Essa história está ficando cada vez mais estranha. - Willian nota. - Leila não parece ser ela mesma.

Um chiado anormal preencheu meu ouvido. Minhas pernas perderam a firmeza e rapidamente Lian e Gabi vieram para me apoiar. E me manter de pé. Flashes de tempo passaram diante dos meus olhos.

Era de madrugada e Leila rolava na cama. Ela se levantou e colocou um conjunto de moletom cinza e rosa. Pôs seus tênis de corrida e saiu de casa. Ela deu uma volta no quarteirão. O cadarço desamarrou e ele se agachou para amarrar. Um figura de olhos vermelhos reluzentes a observava nas sombras do outro lado da rua na calçada.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora