Tudo correu bem na viajem de volta. Manu ficou muito impressionada com o tamanho de minha casa. Ajudei Leila a se instalar em um quarto de hóspedes.
Após tomar banho, entreguei um de meus pijamas a ela e pedi para mostrar a Manu outro quarto. E ajuda- lá, caso ela precisasse de algo, enquanto eu preparava algo para comermos. Nefilins precisam de muito mais energia, principalmente quando estão ativos. A Manu também deve estar com fome.
Desço para a cozinha e preparo omeletes com bacon, sanduíches naturais, panquecas com molho doce e passo um café. Esquento ainda o restante do jantar. As duas vem até a cozinha. Manu parecia outra pessoa. Agora que está limpa e um pouco arrumada, seus lindos traços, são bem mais evidentes.
Coloco os talheres diante de cada uma. Comemos ali mesmo. Quando eu e Leila terminamos, colocamos os talheres dentro dos pratos. Ficamos olhando, pasmas. Enquanto Manu repetia pela terceira vez.
Depois que ela disse estar satisfeita, recolhemos tudo. E lavo a louça, colocando os utensílios com sabão para enxaguar na lava louça. Lavo as mãos e seco em um pano de prato. Viro para elas, que estão sentadas em bancos altos, os cotovelos em cima da bancada de granito.
- Vamos dormir, agora. Já passou da hora. - Falo, pendurando o pano.
Elas acenam com a cabeça e subimos para os quartos. Espero cada uma dar luzes dos quartos se apagar, só então desligo a minha. Por volta das três da madrugada, acordo com gritos. Pulo da cama num instante, pego minha pistola e encaixo o carregador, corro até o quarto de Manu.
Escancaro sua porta e entro, procurando por algo. Nada, nem ninguém. Meu pai e Leila também vem até lá. E ficam na porta.
Manu está chorando. Bom pelo menos, não temos visitantes indesejados. Vou até a cama e me sento na beirada.
- O que foi? - Prendo uma mecha de cabelo, atrás de sua orelha.
- Me desculpe. Ele estava aqui. - Ela choraminga.
- Foi só um pesadelo. Posso garantir que para onde ele foi, não tem volta. - Falo, para acalma-la.
Olho para trás e Rick me chama com os olhos. Peço mentalmente para Leila ficar com a Manu. Me levanto e ela ocupa meu lugar. Saio do quarto e fecho a porta. Quando Rick me olha com cara de desaprovação. Assim que estamos a sós, ele começa, com o sermão.
- Quem é essa? - Ele indaga.
Me irrito com seu tom.
- Seu nome é Manuella. - Respondo.
- E o que mais? Você não sabe não é mesmo. - Ele faz uma retórica.
- Ela mora sozinha em Edmonton e trabalha como garçonete. - Retruco. - A salvei, quando estava indo buscar Leila. Manuella ia possuída por um demônio. - Digo o mais baixo o possível, para que ela não ouça do quarto. - Eu não podia deixar ela largada lá naquele estado, então a trouxe. - Me justifiquei.
Rick bufou com desgosto.
- Eu não te ensinei nada, sobre conversar com estranhos e ainda mais trazer para dentro da nossa casa? - Brada com fúria. - Como saberemos que ela não é uma ladra ou algum outro tipo pior de criminosa? Eles atraem esse tipo de situação.
Almas boas atraem demônios mas, as ruins também. As atitudes ruins que uma pessoa prática durante a vida mancham a alma e se acumulam em energia negra.
No entanto, minha intuição disse que eu deveria ajudar Manuella. Ela não é assim e meu pai estava exagerando, em julga-la dessa maneira.
- Não pode deixar, sua bondade te cegar filha. - Rick soltou o ar pesadamente, ele sempre fazia isso quando estava se esforçando para me explicar algo. - A maioria das pessoas não é como você, precisa tomar mais cuidado.
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Desperta-Me Para Ti
FantasyLivro Um. Triologia Encontra-Me. "🪶 As cartas foram lançadas, dando início a partida. Venha, envolva-se também. Nesse jogo intenso e viciante onde luz e sombras disputam o poder.🪶 " Em Jasper, nem tudo é o que parece. Pois um mundo místico habita...