Continuando minha exploração do ambiente, me deparei com uma mesinha de madeira marrom polida. Seu tampo era redondo e os pés trabalhados a parecerem ramos de uma videira.
Sobre ela havia bombons de chocolate de aparência muito fina e cara, colocados dentro de forminhas rosa e amarela. Preso em baixo da prataria onde estavam os docinhos, haviam um bilhete onde leia-se " Coma-me".
Ri alto, percebendo quão longe Lian tinha ido para preparar tudo aquilo para mim. Peguei um bombom de papel cor de rosa, bem no meio dos outros. Mordendo ele em duas partes, tinha receio de licor.
- Você não deveria degustar comigo? - Questionei. Sabendo que mesmo que eu não pudesse vê -lo, Willian estaria me observando de algum lugar.
- O único doce que eu gosto, é o dos seus lábios. - Lian apareceu na minha frente, me roubando um beijo.
Ao abrir meus olhos, estava sozinha de novo.
- É sério, isso? Vamos continuar brincando de esconde esconde? - Cruzei os braços e segui a longa estrada, formada pelas pétalas de rosa.
Ela dobrou no final de um corredor e tinha uma porta aberta. Dentro daquele recinto, a luz era mais intensa e uma mesa de jantar havia sido posta para dois. O blazer de Lian estava pendurado sobre o encosto de uma cadeira estofada em veludo azul, com bordados em fios de prata.
- Demorou. - Willian se aproximou estendendo uma taça de vinho para mim. - Estava começando a achar que tinha se perdido.
- Poderia mesmo. Sua espécie vive em lugares estranhos. - Bebi um gole.
- Nem sempre fomos tão sociáveis. - Lian pisca. - Está com fome? - Me convidou a mesa.
Willian afastou a cadeira e aguardou eu me sentar para aproxima-la da mesa e depois se sentar também. Ele revelou um banquete delicioso. E eu repeti, por que realmente estava muito bom.
- Me diga alguma coisa sobre você, que eu não sei? - Indago, após já termos comido a sobremesa e bebido uma quantidade boa de vinho.
Me sentia mais leve e propensa a diálogos.
- Apesar de achar que somos muito diferentes, temos algo em comum. - Willian diz.
- É mesmo? E o que seria? - Duvidei.
- Eu também toco um instrumento. - O anjo revela.
- Não é uma piada sacana, é? - Ergo uma sobrancelha desconfiada.
- Como? - Lian se mostra confuso.
Limpo meus lábios no guardanapo antes de continuar.
- É, uma piada sacana. Tipo você diz que toca um instrumento e eu na inocência pergunto qual e você diz... - Faço um gesto obsceno para masturbação.
Willian joga a cabeça para traz e ri alto. Me fazendo aquecer por dentro, com sua felicidade.
- Que sujeira, anjo. - Diz com um sorriso nos lábios após se recuperar.
- Eu que o diga. - Bebo mais um gole de vinho. - É o tipo de coisa que não me surpreenderia, vinda de você.
- Eu estava falando de música. Toco violino. - Willian conta. - E violoncelo, violão, guitarra...
- E qualquer outra coisa que tiver cordas. Já entendi. - Completo.
Ele faz que sim.
- Poderia tocar para mim, um dia desses. - Falo com os olhos baixos, girando o indicador por cima da borda da taça.
Ao erguer os olhos, encontrei os de Willian recheados de malícia.
- Estou falando do violino. - Assinalei.
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Desperta-Me Para Ti
FantasyLivro Um. Triologia Encontra-Me. "🪶 As cartas foram lançadas, dando início a partida. Venha, envolva-se também. Nesse jogo intenso e viciante onde luz e sombras disputam o poder.🪶 " Em Jasper, nem tudo é o que parece. Pois um mundo místico habita...