Capítulo 18

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Willian Maldonado

- Espera, Laylah. - Chamei e ela continuou andando. Até fez um tchauzinho sem nem olhar para mim.

Laylah Blake, vinha me ignorando a semanas. Ser rejeitado, estava me deixando louco. Os únicos momentos do dia em que não pensava nela, eram quando estava caçando demônios.

Meu ego masculino estava todo arranhado e aos prantos. As mulheres frequentemente se jogavam aos meus pés, nunca precisei fazer tanto para ficar com uma delas.

- Quero falar com você. - Segurei a porta da viatura policial, impedindo que ela a fechasse.

- Mas eu não. - Negou sentada ao banco do motorista. - Vou para casa descansar, tenho que trabalhar daqui a algumas horas. Um trabalho ao qual sou leal e respeito. - Lançou uma indireta. - Larga minha porta! Agora! - Exigiu entre dentes

- Se bem me lembro, acabei de salvar sua pele. - Sorri.

- Você só veio aqui por causa do Gabriel. - Retrucou. - Não se importa com o que acontece com os submundanos. - Outra alfinetada.

- Sabe o que eu acho? - Provoquei, vendo a unir as sobrancelhas loiras e bem desenhadas. - Você é uma covarde e mentirosa, em relação aos seus sentimentos.

A eletricidade estatística no ar aumentou abruptamente. Os olhos de Laylah ficaram dourados imediatamente. Ouro líquido, fervendo. A Delegada saiu do carro em um pulo, seus cabelos balançando sobre a brisa mágica, enquanto ela acabava com a distância entre nós. Empurrei a porta da viatura e ela se trancou em click.

- Vou te dizer uma coisa, e espero que seja pela última vez. - Disse cutucando meu peito com o indicador. - Te odeio, Willian.

Sentia o calor emanando dela para mim. Tão linda, e igualmente zangada.

- E sabe o que mais? - Continuou as narinas infladas. - Pare de me mandar presentes, e de ficar me incomodando pelo celular com ligações e mensagens infinitas. E pare também, de ficar me seguindo.

Ela estava muito brava, a energia estralava em seu entorno em faíscas douradas. Como um cabo de alta tensão rompido. As feições endurecidas por um ódio profundo.

- É hipocrisia cobrar das pessoas aquilo que não faz. - Coloquei as mãos no quadril. - Fica negando, mas sabemos que me quer, anjo. Muito.

- Não quero muito. - Refutou prontamente. - Pode até ser que uma pequena parte queira. - Sustentou meu olhar, com a testa enrugada. - Mas, ela é mínima em relação a parte que te despreza e deseja manter uma distância saudável.

Recuou dois passos.

- Então, faça um favor a nós dois e siga seu caminho. - Deu as costas para mim, irredutível. - Não tô afim de ir para a cama com você. Nem hoje, nem nunca.

Laylah é tão sincera e direta. Mas, pelo menos estava falando e eu podia ter alguma noção do que se passava em sua cabeça volátil.

- Nunca é muito tempo, anjo. - Falei e ela parou de andar. - Não vou desistir de você. Vai me ver outra vez. - Avisei.

Os ombros de Laylah cederam um pouco. Após recuperar-se ela entrou no carro em silêncio e partiu.

Fiquei parado no mesmo lugar, vendo as luzes vermelha e azul da viatura se afastarem com uma mulher feroz, na direção.

...

Acordei por volta das dez e o sol já estava alto no céu. Me levantei e lavei o rosto. A porta do quarto de Miguel ainda estava fechada, ele continuava dormindo. Se dando ao luxo de um descanso mais prolongado após a madrugada que tivemos.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora