Capítulo 42

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Eu já tinha dirigido por mais de uma hora e visitado todos os lugares que sabia que Cássio frequentava. Ninguém tinha visto ele. Segunda feira é um péssimo dia.

Fui para casa e decidi ligar para Ângelo. Além de Samanta, ele era a única outra pessoa que foi amigo próximo do detetive. Apesar dos últimos estranhamentos deles, Ross é uma boa pessoa e ele não hesitaria em ajudar Cássio, sabendo que corria perigo.

- Ross, sou eu. - Falo no celular andando pela casa. - Tem algo acontecendo com o Cássio, Samanta disse hoje na saída da delegacia, que ele não estava bem. Desde que ela se foi, ele andava atônito. Penso que o Cássio está sobre efeito de algum feitiço demoníaco.

- Você já checou a casa dele e o bar do Joe? - Ângelo questiona.

- Sim. Acabei de passar. Ninguém vê ele no bar desde sábado. E a tia Yumi disse que ele saiu hoje. Ross, você sabe para onde a Ramona foi? - Esse era um assunto delicado. Mas, no fundo torcia para que Ângelo não soubesse.

Queria que ele fosse esquecer e parar de procurar por ela. Ficamos em silêncio na linha.

- Não. - Ele suspirou. - Eu não entraria com um protocolo de demissão, se ainda quisesse vê-la.

- Ok. Eu acabei de chegar em casa só que vou dar outra olhada por aí, mais tarde. Você deveria ir comigo. - Digo já dentro do meu quarto.

- Ok. - Ângelo concorda. - Te encontro lá pelas dez, no seu apartamento.

- Combinado. Se cuida, Ross. - Encerrei a chamada e coloquei o celular ao lado do abajur.

Leon me acompanhou até o banheiro. Depois de limpa, fui até o closet e coloquei uma blusa estilo nadador preta e calça cirre de cintura alta. Já com as meias brancas nos pés, calcei botas de cano curto. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo no alto da cabeça.

Passei desodorante e um pouco de perfume. E maquiei meus olhos com rímel e um delineado gatinho preto. Peguei minha jaqueta de couro do cabide, levando a comigo. De volta, a parte do dormitório, fui até a cômoda onde guardava minhas pistolas.

As prendi na cintura. Peguei também uma mochila pequena, coloquei as coisas que geralmente levava para as caçadas noturnas. Lanterna, sal grosso, isqueiro, carregadores extras com balas de prata encantadas. Facas especiais para matar demônios. E o saquinho de veludo com cristais e peças pequenas.

Carreguei a mochila e jaqueta comigo até a cozinha. Deixando elas sobre uma cadeira. Em seguida interfonei para a portaria do prédio.

- Olá, Santiago. - Saudei.

- Boa noite, senhorita Blake. Em que posso servi-la? - Ele indaga com presteza.

- Estou esperando pelo senhor Maldonado. Quando ele chegar, permita que passe direto. - Peço. - Também gostaria de incluí-lo na minha lista de visitantes.

- Sim, senhorita. - Responde com neutralidade. - Solicitarei a ele que cadastre sua digital.

- Muito obrigada, Santiago. - Agradeço. - Tenha uma boa noite.

- Igualmente, senhorita Blake. - Dito isso a linha ficou muda.

Coloquei o telefone de volta no gancho e me pus a cozinhar para o jantar. Iria convidar Ângelo para comer conosco quando ele chegasse. Eu já tinha adiantado bem a refeição e bebia um copo de suco quando o interfone voltou a tocar.

- Pois não? - Indago com o suco de laranja em uma das mãos.

- Senhorita Blake, estou tentando ser paciente com seu amigo. Mas, ele não deseja cooperar com o cadastro. - Santiago foi direto ao ponto e transmitia irritação.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora