Capítulo 39

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Willian Maldonado

Dirigi de volta para a cidade e levei Laylah até seu apartamento. Ela não disse uma palavra durante todo o trajeto. Seu olhar estava triste e perdido. Até preferia ela estava implicando comigo, do que desse jeito.

Estacionei o Mustang em uma das vagas dela.

- Não é bom que fique sozinha essa noite. - Eu falo.

Laylah voltou seus lindos olhos verdes com heterocromia central em castanho, em torno das pupilas, para mim. Meu velho coração sempre se sentia feliz com a atenção dela.

- Eu agradeço sua preocupação, Lian. De verdade. Mas, vou ficar bem. Você pode ir. - Ela soltou o cinto de segurança.

- Posso dormir no sofá. Com o Leon. - Ofereci.

Ela me fitou impassível.

- Certo. Achei que não confiaria em mim para ficar sob o seu teto. Por isso, liguei para a Leila antes, quando paramos para abastecer. Contei o que aconteceu. Ela e a Manu, já devem estar chegando para te fazer companhia.

Laylah ficou calada por um tempo. E eu gostaria de saber no que estava pensando.

- Obrigada. Isso foi muito atencioso da sua parte. - Até que ela disse, antes de baixar seus olhos para seu próprio colo.

Nossas tatuagens da ligação angelical ficaram ativas, de repente. Emitindo um brilho vermelho-amarelado, como se estivessem em brasas acesas. Laylah enrugou seu nariz, enquanto encarava seu pulso direito.

Nossa ligação tinha acabado de se fortalecer. Uma coisa boa enfim, no meio de toda a merda que aconteceu em nossa expedição noturna. Não pude evitar o pensamento.

- Vou indo então. - Laylah abriu a porta do carro para saltar. - Até mais, Lian.

- Boa noite, anjo. Fique bem. - Me despeço também.

Acompanhei Laylah com o olhar, até às portas do elevador se fecharem. Fiquei esperando na garagem até ter certeza que Manu e Leila chegassem. Depois que Leila estacionou seu conversível na vaga ao lado e as duas passaram acenando por mim, que estava com a janela aberta. Tomei meu caminho para casa também.

...

Laylah Blake

Eu havia acabado de limpar toda a maquiagem do meu rosto e tomado banho quando ouvi a campainha. Abri a porta e Leila se atirou sobre mim, em um abraço muito apertado.

- Eu sinto muito pela Jani. - Ela disse agarrada a mim. - Sei que mesmo que não tivessem mais contato, ainda se sentia próxima a ela.

Leila me conhecia tão bem. Não precisei dizer uma só palavra. Quando ela se afastou Manu também me abraçou.

- Leila disse que ela virou um demônio. Eu não sei nem o que dizer, além de que é bizarro. - Sussurrou.

- Não posso discordar. - Sussurrei de volta, com tristeza.

Colocamos nossos pijamas e ficamos no sofá tomando sorvete, que Leila tinha comprado no caminho para cá. Ficamos vendo televisão e falando de qualquer coisa. Leon estava cochilando deitado em cima dos meus pés.

- Eu e Gabriel fizemos as pazes. - Leila contou entre uma colherada ou outra em sua sobremesa.

- É verdade. - Manu concorda. - Ele aparece na casa de Leila quase todas as noites.

Era esperado. Já que os dois são um grude só.

- Estivemos falando sobre o Miguel e a Manu decidiu perdoar ele também, já que ele só tava doidão por causa das lágrimas de demônio. - Leila apontou para a amiga com a colher.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora