Capítulo 67

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Miguel pegou as duas armas do amigo e as colocou uma de cada lado dos meus joelhos, junto ao chão. Deixei eles se afastarem alguns passos antes de erguer um escudo de energia dourada. Ele tinha um formato semi circular. Impediria os outros de entrar. Eu e Willian de sair, ficamos presos juntos.

Convoquei os poder dos cinco elementos fundamentais e os combinei. Uma cortina de energia brilhante parecia ser feito de pedaços quadrados de purpurina e luz, dançava dentro da nossa prisão particular. O ar era carregado de estática e ao passar roçando nossas peles tinha uma temperatura morna. Dando-me uma sensação eletrizante.

Eu não tinha certeza em como poderia alcançar a mente de Willian mas, deixei o instinto me guiar. Olhei no fundo daquelas gemas vermelhas. Sem hesitação. Se os olhos eram janelas da alma, eu ia abrir as trancas e mergulhar para o desconhecido.

Ao me fixar na busca, o presente ficou em segundo plano. Minha sondagem me levou para o subconsciente de Willian mas, uma vez dentro, não consegui ver nada em específico. Parecia que eu estava flutuando numa imensidão desolada. Era estranhamente escuro lá. A única fonte de luz vinha da minha própria energia sobrenatural. Como se eu fosse uma estrela solitária no espaço.

A sensação que eu tinha era de estar na via láctea após todos os corpos celestes terem colapsado.

O que me fez perceber o tamanho do poder destrutivo das sombras . De alguma maneira, Asmodeus tinha conseguido cobrir tudo. Mas, não me desesperei. Por que eu podia sentir a pulsação da alma de Willian. Nossa ligação continuava viva e forte. Eu não podia ver o Anjo Negro mas, sabia que estava por perto. Só precisava encontrar a direção certa e arrombar sua prisão.

- Willian. - Eu chamei no vácuo. - Estou aqui. Preciso de um sinal.

Dois minutos inteiros se passaram e nada aconteceu.

- Vamos lá, garotão. - Insisto, olhando ao redor rapidamente. - Pode ser qualquer coisa. Sei que você consegue.

Dez segundos e uma fonte de luz branca e poderosa veio do norte.

- Anjo - Ele chamou em uma voz fraca.

Nunca me senti tão feliz e aliviada por ouvir aquele apelido que detestei desde o primeiro dia. Mas, eu não me chateava mais com ele. Meu coração bateu mais forte dentro do peito e me lancei com pressa na direção que a luz apontava. Contudo, antes que eu pudesse agarra-lo com meus braços, a luz desapareceu. Se foi e eu não tinha consigo nada.

Dei uma volta naquele ponto e praguejei.

- Mas que droga! Estava bem aqui a poucos instantes. - Fiquei revoltada. - Lian. Amor? O que aconteceu? Pode me ouvir, certo? - Ergo uma sobrancelha.

Houve uma movimentação incomum. Um tipo de puxão brusco. Então notei o que tinha interferido. Asmodeus.

- Esse desgraçado, não desiste. - Resmunguei. Sendo obrigada a retornar com minha consciência ao plano terrestre e ver o que ele estava fazendo com Willian por la.

...

Levei alguns segundos para conseguir me adaptar ao ambiente outra vez. A ventania sobrenatural cessou. A atenção dos meus olhos foi direto para o espaço vazio a minha frente. Eu estava ajoelhada na grama e Willian não estava onde ele deveria estar.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora