Capítulo 69

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Willian Maldonado

Devo ter sucumbido a dor da perda por alguns minutos pois não consigo me recordar do que aconteceu nesse período de tempo. Mas, ao tentar mover meu corpo ou ver alguma coisa em meu entorno me senti desorientado. Como se meu ser pesasse uma tonelada.

Fiquei em completo silêncio. Conseguia ouvir minha própria respiração e sentia o movimento do meu peito trabalhando.

Se não estava morto, o que estava se passando? Era certo de que eu não estava mais no covil. Pois a voz irritante de Lúcifer havia desaparecido. Ali só tinha o completo e negro vazio.

- Willian. - A voz macia de Laylah me chamou.

- Anjo? - Se meu coração fosse humano, teria falhado agora de alívio.
Eu deveria saber que não ela tinha morrido. Porém fiquei tão atordoado que duvidei.

- Sim. - Ela confirmou. - Estou aqui. Vou garantir que escape das correntes.

- Está onde? Por que não posso te ver? - Então me lembrei da vez em Laylah entrou em meus sonhos e me disse como ajudar Miguel que estava envenenado por lágrimas de demônio.

- Por que estou no seu subconsciente. - Explicou. - Você não está dormindo. Nem acordado.

- E como faço para te encontrar? - Eu não estava nem aí. Se ia morrer que pelo menos, fosse com ela.

- Pare de resistir, Willian. - Laylah falou docemente. - Você está tão cansado. Relaxe. Se deixe levar, vou te encontrar no caminho. Eu prometo.

Eu realmente estava esgotado. Pensei em todas as vezes que eu voltava das missões e já a encontrava dormindo em seu apartamento. E era só isso que eu queria. Sentir seu perfume frutal e a maciez da sua pele junto da minha.

Me aconchegar junto dela e resvalar para um sono profundo e sem sonhos.
Laylah era meu paraíso. E eu não precisa de mais nada se a tivesse. Pensando nisso fiz exatamente o que instruiu e me vi tragado para o silêncio rapidamente.

Ao abrir os olhos, eu estava a céu aberto. Não tinha mais correntes , nem demônios. Olhei ao redor e me vi de pé no meio do nada. O mais estranho é que eu senti que conhecia aquele lugar. Peguei um punhado de terra do chão e ela escorregou entre meus dedos. Era areia. Uma areia cinza escura, quase preta.

Não tinha grama ou animais. Ou qualquer sinal de humanidade e imortais. Apenas alguns arbustos secos. E árvores ocasionais, também secas e sem folhas. O céu não tinha nenhuma estrela ou lua, nem nuvens. Era um manto azul marinho profundo.

- Anjo? - Chamei por Laylah. Começando a caminhar sem uma direção específica.

- Você conseguiu. - Laylah disse e eu pensei estar a ouvindo sorrir. - Continue caminhando em frente.

- Em que lugar estamos? Me parece familiar. - Dou de ombros.

Eu podia estar ficando maluco. Já que estava falando sozinho. E ouvi Laylah gargalhar.

- Não está maluco. Posso ouvir o que você pensa. Só não pode me ver ainda por que estou fora da sua barreira mental, Lian. - Ela disse.

Andei por uns dez minutos através daquele vale até encontrar uma parede energia branca. Coloquei minha mão sobre ela e foi como encontrar um velho amigo após passar muito tempo sem contato. Por que aquela era minha energia vital.

- Oi. - Laylah disse e vi seu vulto do lado de fora do perímetro.

- Anjo. - Coloquei minha outra mão sobre a barreira também e ela fez o mesmo.

- E agora? O que eu faço? Devo tentar atravessar? - Questiono me sentindo um pouco desorientado pela falta de alimento, descanso e de paz nos últimos dias.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora