Capítulo 49

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O primeiro som que ouvi, foi o coração de Lian batendo, próximo ao meu rosto. Abri os olhos e percebi que tinha adormecido em seu peito. Ele dormia serenamente.

Tão lindo.

Me mexi devagar para ele não acordar. Vesti sua camiseta do chão, para cobrir meu corpo, por que eu estava só de langerie. Aspirei seu perfume masculino, antes de sair do quarto em silêncio e ir até a cozinha. Eu estava faminta e não ligava se era de madrugada ou não. Ia comer.

Abro a geladeira e começo a procurar os alimentos. Não demorou muito Leon apareceu por ter ouvido o movimento. Gatos costumam andar de madrugada e dormir durante o dia.

...

Willian Maldonado

Me virei esticando o braço para o lado e percebi que o colchão estava vazio. Abri os olhos imediatamente, me sentando em sua cama. Laylah tinha sumido. O relógio digital ao lado da cabeceira marcava 01:45 da madrugada.

Joguei a colcha para o lado e rapidamente coloquei minhas calças. Calcei as meias e as botas. Mas, não conseguia encontrar minha blusa, em lugar nenhum. Minhas armas ainda estavam no chão, no meio das roupas onde eu tinha as largado ontem.

Peguei as adagas e as prendi no quadril. Eu tinha outra muda de roupas no carro. Saí a passos largos. A cabeça girando a mil por hora. Aquele bilhete que Gabriel me mostrou na noite em que o detive foi assassinado, me deixando maluco. Ele tinha dito que a lista estava presa na blusa de Ramona, nela haviam vários nomes escritos com sangue. A realeza infernal tinha deixado um recado para que Laylah o encontrasse, queriam que temesse pelo fim de sua própria existência.

Eu e os caras verificamos todos os nomes riscados, sabíamos que tinham sido mortos. O da delegada Laylah Blake estava sublinhado, no rodapé da folha. Ela ia ser a próxima a morrer pelas mãos de Lúcifer, eu não podia deixar que acontecesse.

Passei feito um foguete pela alas dos quartos, a galeria e ao entrar na sala de jantar, ouvi uma música tocando em volume baixo. Parei, me virando de lado, apurando minha audição. Vinha de algum lugar dentro da casa. Segui naquela direção. Me aproximei em silêncio e ao chegar na entrada da cozinha, descobri a onde minha camiseta tinha ido parar.

Laylah a vestia e tinha o cabelo loiro, preso em um coque bagunçado. Sobre o balcão da divisória, ela estava fazendo cinco sanduíches. Sorri sozinho, por ter ficado a beira de um colapso. Ela estava bem e eu iria garantir que sempre ficasse. De longe, a ouvi cantarolar Just Dance da Lady Gaga baixinho cortando tomates, em cima de uma tábua apoiada sobre o mármore da pia de lavar louças. Balançando seu quadril lentamente, tentando acompanhar o ritmo da musica que vinha do seu celular.

Ela se virou com seus tomates e deu de cara comigo.

- Oi. - Sorriu.

Continuou colocando as rodelas sobre as folhas de alface e frios que compõe seu lanche. Ela virou uma fatia de pão com maionese sobre eles, finalizando com uma mordida generosa.

- Quer um? Está muito bom. - Pergunta de boca cheia, após eu ter ficado apenas olhando para ela, que continuava agindo naturalmente.

Eu poderia me habituar facilmente a uma rotina com Laylah. Ela foi até o armário e pegou um prato, colocando dois sanduiches para mim, sem eu sequer ter aceitado. Vou até a pequena mesa, onde ela tinha acabado de coloca-los e agarro pela cintura.

- O que houve, Lian? Você parece triste. - Sempre muito intuitiva, Laylah notou, levando sua mão macia até meu rosto.

Fechei as pálpebras por alguns instantes, absorvendo seu carinho. Quando ela me tocava desse jeito, também tocava meu coração.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora