Capítulo 19

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Laylah Blake

No domingo de manhã, eu ainda estava cansada da noite anterior. O trabalho policial do dia me deixou péssima. Depois do almoço meus olhos pesavam, enquanto eu tentava ler algumas pistas dos arquivos novos, entre bocejos.

Estava sozinha sentada a minha mesa na delegacia. Por volta das quatorze horas meu celular particular, tocou sobre a mesa e atendi pois era Leila.

Ela não perdeu tempo para adquirir um novo aparelho.

- Oi. - Saudei com simpatia. - Como vai?

- Olá, rainha do gelo. - Podia ouvir Leila sorrindo. - Já tem planos para o próximo sábado? Acho que comentou sobre ter o final de semana de folga .

- É. Finalmente. - Suspirei. - O que tem em mente? - Fiz a pergunta mais óbvia já que se ela ligou perguntando sobre isso, já andará tramando algo.

- Pensei em fazermos um almoço de inauguração do seu apartamento novo. Devido a minha interferência, você nem teve tempo para comemorar. - Baixou a voz. - Você podia chamar sua vó e o Luan. A Manu também tá bem curiosa, para saber onde você mora.

Luan merecia sim um pedido de desculpas. Pois basicamente, joguei um raio nele na hora da raiva.

E a vovó Linda, meu coração doía só de pensar nela. Fiquei tão chateada, eu tinha razão. Porém, sinto muita saudade dela.

Suspirei com força. Era mais fácil perdoar ela, do que meu pai.

- Frozen, ainda tá aí? - Leila chamou ao telefone.

- Sim. Acho que vai ser legal. Já faz um bom tempo que não fazemos nada normal juntas. - Meus lábios se repuxaram, em um sorriso tímido.

Leila riu descaradamente.

- Agora preciso desligar. Tenho uma prova on-line, marcada para daqui a pouco. Dois trabalhos. E bastante matéria atrasada da faculdade. - Conta. - Vou ficar com a cara enfiado nos livros nos próximos dias. - Ela gemeu. - Então se não tiver nenhum sinal de vida meu durante a semana, já sabe. Ah e passe aqui em casa, e veja se não me engoliram. - Fez drama.

- Tá. - Eu ri. Leila sempre conseguia me animar. - Um abraço.

- Outro. - E desligou.

O restante da tarde transcorreu bem. E a noite eu estava sentada com uma xícara de café, sozinha na delegacia. Fiquei me perguntando o que Ângelo fazia nas noites em que o dispensei das rondas. Esperava que estivesse se divertindo.

A linha fixa do departamento me trouxe de volta para meus afazeres. Eu já tinha recebido outras duas reclamações de perturbação do sossego. Duas senhoras de idade, e moradoras da mesma rua, reclamaram de som alto.

Disseram que um bando de jovens estava bebendo e fazendo arruaça. Dois carros de luxo estavam estacionados em frente a residência do senhor Harri Stone. Imaginei que as filhas dele estivessem envolvidas na situação.

Pela descrição, um dos automóveis é uma Ferrari vermelha. Willian. Me atormentando de novo. A conversa que tivemos ontem não surtiu nenhum efeito.

É quinta e passa das vinte e duas. Ele tá fazendo isso de propósito. Tentando me atrair ao seu encontro.

Olhei para o relógio no alto da parede da delegacia. Uma hora tinha se passado. Respirando profundamente, atendi e era uma denuncia sobre um cara estar vendendo heroína livremente na entrada da casa de shows, Stock Blue.

Pedi uma descrição física do indivíduo e o endereço da ocorrência. Apanhei as chaves da viatura e dirigi até lá. Fiquei encarando o letreiro dourado da viatura. O Stock é um ponto de encontro de Anjos Caídos.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora