Desperta-Me Para Ti

Capítulo 38

Acabamos descobrindo que quando um quarto estava ocupado, o casal tinha acesso as chaves para se trancar e ter mais privacidade Com nossos poderes, não se tornou um impedindo. Willian usou energia de anjo, fazendo as engrenagens da fechadura se abrirem em um click.

De início, os dois pombinhos na cama, não notaram nossa presença. Até que a jovem mulher, que estava só de langerie branca, ergueu a cabeça, sorrindo ao enxergar Willian.

- Ei, gatinho. - Ela chamou por Jeremiah, parando o beijo que estava acontecendo a pouco. - Quem são eles? Se quiser fazer troca de casais é mais caro.

Ela mal terminou de falar aquilo e Willian já estava agarando seu parceiro de cima da cama e o jogando no chão.

- Vejo que nada mudou, após anos terem se passado. - Jeremiah disse com um sorriso sarcástico.

Willian partiu para cima dele, os dois rolavam pelo chão. Trocando socos e pensei ter ouvido algo se rasgar antes de me voltar para a amiga de Jeremiah.

Ele observava sem entender o que se passava com os dois anjos. Até que um lampejo surgiu em seus olhos castanhos e ela finalmente percebeu que era uma briga de verdade. Abrindo sua boca para gritar. Mas, eu a impedi usando o poder do Ar. Mantendo o som preso em sua garganta.

Ajuntei seu vestido do chão e o empurrei contra seu peito. Puxando ela pelo braço, praticamente a arrastei pelo quarto, já que ela não queria cooperar por bem, se contorcendo. Paramos para mim tentar abrir a porta, com apenas uma das mãos.

Tentei colocá-la para fora, mas ela se virou tentando voltar para dentro. Usei meu braço para bloquear a passagem e ela passou a me arranhar com suas unhas compridas e pintadas de vermelho.

A mulher deveria ter no máximo uns dezenove anos. Era baixa, tinha cabelos negros até o ombro e uma franja reta na testa. Com curvas bonitas e uma pele de quem se bronzeava com frequência. Peculiarmente também era uma Nefilim.

- Para! - Agarrei seu cabelo e dei um puxão.

Ela choraminga fingindo que doeu. Mas, era mentira. Nem tinha machucado. Me movi, levando a junto comigo para o corredor do lado de fora do quarto. Assim que o batente ficou livre, usei os poderes dos elementos para bater a porta atrás de mim, a trancando para que a outra não pudesse voltar.

- Vocês não podem fazer isso, ele é meu cliente. - Protestava, encarando a madeira. - Estão atrapalhando meu trabalho, se continuarem com as agressões eu vou gritar pela segurança.

- Não vai não. - A chacoalhei com força.

- Então vai ter que me dar os duzentos dólares, que eu ia ganhar com esse programa. - Ela gemeu, fazendo um biquinho.

- Eu não trouxe carteira. - Dei de ombros com um sorriso fraco, de quem se desculpa.

- Pede para o seu namorado. - Ela sorriu também, mais abertamente que eu.

Apertei os lábios em uma linha fina.

- Ou ele pode transar comigo. É bem bonito, faço de graça. - Ela lançou sem nenhum resquício de vergonha.

- O quê? Enlouqueceu, garota. Ele não vai... - Comecei mas, me detive.

Willian poderia sim faze-lo. Eu estaria me enganado ao afirmar o contrário.

- Hum. - Ela pensou um pouco, então seus olhos caíram sobre meu bracelete. - Aceito suas jóias. Para não sair perdendo. - Deu de ombros.

Impedi minha boca de se abrir em espanto. Apertando o maxilar com força. Meu bracelete é de ouro de verdade. Além de ter um valor sentimental, foi um presente de aniversário de dezesseis anos, que recebi da vovó Blake e ela não ia rouba-lo de mim com essa facilidade.