Capítulo 27

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Ao mesmo tempo, no andar de baixo...

Willian Maldonado

Fiquei em pé ao lado do bar, vendo Manuella subir as escadas. Eu não conseguia captar o que ela estava pensando, uma lembrancinha deixada por Laylah, suponho. Mas, seus olhos azuis, estão muito abertos, o corpo rígido e os passos lentos.

Desviei os rosto, me sentindo um pouco mal. Nesse trabalho temos que agir com a razão e não com o coração. Temos que fazer pequenos sacrifícios em nome de um bem maior.

Somos soldados. Cumprindo missões. No entanto, apesar de termos sido feitos para sermos incapazes de ter emoções físicas, não significa que somos totalmente frios.

Ainda consegui me sentir um desgraçado mais cedo, quando Manu abriu a porta da sua casa para mim, sorrindo e oferecendo chá.

A doce morena, desapareceu pelo corredor que leva aos aposentados e me sentei na poltrona de couro marrom. De frente para Leila.
A presença dela aqui só me perturbava ainda mais. A forma despreocupada como Leila está agindo me faz ficar um pé atrás.

Fiquei encarando o rosto dela. Desejei poder vez através da barreira imortal. Queria poder ler seus pensamentos e sua alma com a mesma facilidade que eu fazia com os humanos.

- Eu não aguento mais. - Gabriel entrou no modo foda-se e se aproximou dela. - Qualquer idiota poderia sentir o clima hostil dentro desta sala. Se alguém riscasse um fósforo a droga toda iria pelos ares. - Me conta o que tá acontecendo, Leila?

Eu quase tinha me esquecido, que Gabriel tem algo que eu não tenho. O vínculo angelical completo. Ele pode entender melhor os sentimentos de Leila.

Foi difícil para ele passar os últimos dias evitando vê-la quando existe uma força superior o puxando em sua direção. Dava para entender toda a frustração dele.

Leila então se moveu. Dando um suspiro profundo ao guardar o celular no bolso de sua calça de alfaiataria. Ela se inclinou e colocou as sandálias de volta nos pés.

Gabriel tentou se sentar ao lado dela no sofá. Porém, recuou rapidamente. Pondo uma lugar de distância entre eles. Ela puxou o cabo de uma lâmina larga do quadril e a empunhou.

- É melhor pensarem com cuidado em cada movimento que fizerem a partir de agora, pois se eu me sentir ameaçada, serei obrigada a revidar. - Disse duramente decidida.

Me agarrei aos apoios de braço da poltrona, diante da revelação. Eu imaginava que Leila estivesse planejando uma resposta. Não isso, de qualquer maneira.

- Que merda é essa? - Gabriel saltou do sofá, ficando em pé. - Trouxe uma arma encantada para a nossa casa? - Indagou incrédulo. - Nós não somos seus inimigos, Leila.

- Afirmação inválida. - Leila rebate estreitando os olhos na minha direção. - Vocês escolherem isso ao cruzaram um limite que não deveriam. Agiram por conta própria. Deveriam ter respeitado a decisão da Frozen.

Pensei em como deveria proceder a partir de agora. Qualquer atitude instintiva demais poderia gerar resultados catastróficos.

- Fique sentadinho aí, Lian. - Leila avisou como se tivesse o poder de ler meus pensamentos. - Trouxe duas lâminas, uma para cada anjo que quiser bancar o otário.

- Isso é ridículo, Leila! - Gabriel gritou por ela.

- Sim, na verdade. - Ela deu de ombros. - Pelo menos morrerei com honra, defende minha vida e ideais que acredito.

- Tudo não passa de um mal entendido, Leila. Me dá essa lâmina. - Gabi pediu. - Não queremos ferir ninguém.

- Quer ela? - Leila levantou uma sobrancelha em desafio. - Venha pegar.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora