Capítulo 62

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Peguei um conjunto de langerie rosa bebê dentro da minha mala. Meu coração se apertou, lembrando das gracinhas que Willian fazia por causa daquela cor. Eu achava que era só para me irritar e levei muito tempo para perceber que ele estava jogando indiretas. Rosa é a cor da paixão.

Já me salvou tantas vezes, agora chegou minha vez. Pensei, segurando meu pingente de coração na mão, apertando os dedos em torno dele.

Peguei ainda uma camiseta de algodão preta, com decote V pequeno e um short jeans também preto com a barra desfiada. Talvez me vestir como Willian fizesse algo tocar dentro dele. Me troquei rapidinho, colocando um par de All Star listrados, com meias de cano curto brancas. Prendi um par de brincos longos nas orelhas, são dourados e tem pequenas cruzes delicadas que dividem elos com bolinhas maciças.

Ajoelhada no chão na barraca, peguei minhas pistolas na mão. Olhei para o brilho dos canos de aço inoxidável. Eu tinha trazidos minhas armas por precaução. Porém, minha intuição estava dizendo que eu acabaria tendo que usa-las de qualquer maneira. Ergui minhas blusa e enfiei as pistolas automáticas na cintura do short, encobrindo elas com a blusa novamente. Em um dos bolsos guardei meu bastão de combate.

Deixei meu cabelo solto para secar naturalmente, com a intensidade do sol mão demoraria muito. Ao sair da barraca, os outros já estavam se movimentando para colocar o almoço. Uma toalha xadrez vermelha e branca foi estendida por cima da mesa de concreto.

Willian não estava mais sentado no lugar de antes, Manu colocava os pratos e fui até ela para ajudar com os talheres. Gabriel fornecia apoio a Miguel com os espetos de carne. Leila se moveu em direção a pia com água encanada que estava instalada próximo a churrasqueira. Ela destampou as vasilhas que estavam cobertas com um pano de prato e as pegou, levando em direção a mesa.

- Para onde ele foi? - Perguntei baixo ao encontra-la ao redor da mesa.

- Pediu licença para sair e fumar. - Leila murmurou de volta, me lançando um olhar significativo.

- O que? Willian não fuma. - Falei sem acreditar.

- Parece que sim. - Retrucou. - Ele tinha uma carteira de cigarros no bolso. Até tirou um e colocou na boca. Parecia que Miguel ia ter um treco quando viu também.

- Leila. - Passei um braço ao redor dos seus ombros. Nossos quadris encostados um no outro. - Tenho uma intuição. - Sussurrei ao seu ouvido. - Lian não é ele mesmo. Suspeito que Lúcifer esteja envolvido.

Os olhos dela se arregalaram.

- Que droga! - Reclamou baixo. - Como isso foi acontecer? Já é o segundo ataque em menos de dois dias. Esse cara não tem mais o que fazer do que infernizar nossas vidas? Se eu fosse uma princesa estaria curtindo meu poder e riqueza em alguma praia chique. Deitada em um espreguiçadeira, bebendo coquetéis.

Olhei ao redor rapidamente.

- Não sei como Lian foi pego. Ainda estou tentando descobrir. - Cochicho.

- Devemos avisar os outros que estamos em perigo, Frozen. - Leila falou mais seriamente.

- Sim. - Digo muito baixo para que só ela ouça. - Mas, temos que manter a fachada de que não sabemos de nada. Pense comigo, vocês ficaram com Willian na floresta hoje a manhã toda, seria a oportunidade perfeita para atacar mas, não aconteceu. Lúcifer tem algo planejado.

- Também acho. - Ela concordou após um momento de reflexão. - Mas, como o raposão passou pelas armadilhas? Gabi disse que os demônios seriam incinerados.

Aquela também era uma pergunta que rodeava a minha mente.

- Estão fazendo fofoca? - Gabriel se aproximou de nós com um sorriso luminoso no rosto. Ficamos caladas no mesmo instante. - Não me deixem de fora.

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora