Capítulo 60

3 0 0
                                    

Ficamos no Diamond por mais alguns minutos e depois decidimos encerrar a noite. O plano inicial era sermos os últimos a ir embora. Mas, Manuella estava tão cansada que quase dormia em pé contra Miguel. Nos despedimos dos nossos outros amigos e Willian dirigiu no caminho de volta.

- Você e Manu deveriam ficar com o caro de Laylah. - Ele olhou para o anjo no banco de trás. - Iremos com minha motocicleta até o acampamento.

Manuella dormia profundamente e só estávamos a pouco mais de cinco minutos na estrada.

- Por mim tudo bem. - Dei de ombros. - Parece que nem o fim do mundo, seria capaz de acordar a Manu agora.

Willian riu baixinho.

- Vamos até a nossa casa primeiro e eu vou seguir vocês depois até o apartamento de Laylah. - Lian informou a Miguel que concordou assentindo uma vez.

Vinte minutos mais tarde, tínhamos cruzado Jasper e estávamos entrando no condomínio Splendor. O anjo negro estacionou junto a calçada. Soltou o cinto de segurança e desceu da Maserati. Miguel abriu a porta traseira e deu a volta pela frente do veículo assumindo a direção. Fiquei sentada no banco da frente, vendo Lian destrancar o portão. Sentindo meu olhar em suas costas, ele se virou e me encarrou de volta. Seus olhos eram muito escuros e intensos.

'' Te vejo em breve, anjo. Sua mensagem era cheia de promessas.''

Ele sorriu maliciosamente antes de se virar e entrar em casa. A luz na varanda foi acessa e Willian passou para o lado de dentro, pela porta da frente. Miguel deu partida e o motor da Maserati roncou em resposta. Ele deu a ceta e saiu da vaga. Nos colocando na direção da saída.

- Vocês dois são sempre assim quando estão juntos?- Miguel perguntou e fiquei um pouco surpresa.

- Assim? Como Miguel? - Não entendi. Repassei a cena e não vi nada de anormal.

- Vocês olham um para o outro como se idolatrassem. - Miguel olhava adiante na estrada.

Eu sorri.

- Não vejo dessa maneira. Eu estava apenas olhando, checando se estava tudo bem. - Comento.

- Tem uma aureola dourada delimitando suas íris. - Miguel me deu um olhar rápido. - E você não fica assim sempre. Quando está com raiva, seus olhos se tornar completamente dourados, sendo um sinal de sua imortalidade. Ou são verdes pincelados com castanho na maior parte do tempo quando você está em sociedade.

Uma gargalhada escapou por entre meus lábios.

- Essa é uma maneira delicada de dizer que acha que me comporto instintivamente como um animal? - Devolvi com humor. As vezes, eu me senti assim então não valia a pena negar.

- Não na verdade. Não era o que eu quis dizer. São bonitos. E sinceros. - Os cantos dos lábios de Miguel se ergueram um pouco. - Se Lian não consegue ler sua mente, ao menos ele pode ter alguma ideia do que se passa.

- Essa é sua tática? Você elogia meus olhos para comprar minha confiança e ter a informação que deseja? - Era minha vez de tentar evitar um sorriso.

- Eu sou tão obvio assim? - Miguel sorriu verdadeiramente, fazendo covinhas em suas bochechas e eu assenti.

- Então você vai dizer? - Ele insistiu após um minuto de silencio.

Eu ponderei. Aquilo era extremante pessoal.

- Na verdade, não é nenhum mistério. Há um proverbio humano que diz que os olhos são a janela da alma. - Falei. - Então se verde é o equilíbrio, a normalidade e dourado a loucura e a fúria. Qual é o meio termo?

Desperta-Me Para TiOnde histórias criam vida. Descubra agora