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Ouvi o barulho do chuveiro ligado e me levantei. Tirei a roupa, entrei no banheiro e no boxe em seguida. Ele até se assustou.

Dandara: Você é o cara que toda mulher pede pra Deus, sabia? É legal, inteligente, sabe conversar, é calmo, gostoso e fode bem. Você realmente tem dúvidas que eu gosto de tu?-Disse encarando e ele sorriu-Me sinto até privilegiada de ter a sorte que muitas queriam e essa visão maravilhosa todos os dias-Sorri mordendo os lábios e olhei pro pau dele. Porra, chega salivei! Segurei na neca do bofe e fui abaixando.

Matheus: O Ruan...-Sussurrou e eu coloquei tudo na boca lentamente. Dali em diante, foi só socadão!

(...)

Acordei às 6h30 e fui pra cozinha. Tomei um copo d'água, comi umas uvas e voltei pro quarto. Sabe quando você tá incomodada com algo, mas não sabe dizer o que é? Então! Perdi totalmente o sono e fiquei rolando de um lado pro outro. Matheus: Tá passando mal?-Me olhou todo sonolento. Dandara: Não! Tô sem sono só. Volta a dormir...-Mal terminei de dizer e o interfone tocou-Essa hora?-Falei olhando o celular. Matheus: Eu atendo!-Levantou, botou o short e saiu do quarto. Senti um aperto muito grande no coração e como Matheus estava demorando, resolvi descer também.

Cheguei na sala e dei de cara com Gabriel. Ele estava com uma cara estranha e eu já pensei logo o pior.

Dandara: O que houve?

Matheus: Dandara, senta aí...-Pediu e eu já me desesperei.

Dandara: O que aconteceu? Marlon caiu de moto? Fala, Gabriel!

Gabriel: Senta, Dandara. Por favor!-Sua voz falhou.

Dandara: Eu não vou sentar até você me dizer o que houve!-Gabriel e Matheus se olharam e logo em seguida olharam para mim.

Gabriel: Acordei pra ir trabalhar e encontrei minha mãe caída no banheiro, Dandara-Ele estava segurando firme o choro, mas a voz não negava sua vontade-Ela não tava respirando mais...-Apartir daí, não ouvi mais nada.

Comecei a ficar zonza com a respiração ofegante e as mãos trêmulas. Minha boca secou e não saía uma palavra. Gabriel me abraçou e eu continuava da mesma forma, sem expressão alguma, sem nem me mexer. Fiquei cerca de cinco minutos do mesmo jeito, paralisada.

Matheus: Tá bem?-Despertei do transe e voltei a si. Parece que me desliguei por horas.

Dandara: Eu vou... Vou trocar de roupa, vou pra lá e... Onde ela tá?

Gabriel: No upa. Levamos ela, mas já era tarde.

Dandara: Fica com Ruan pra mim?

Matheus: Tem certeza? Não prefere que eu vá?

Dandara: Não! Eu vou-Falei e subi.

Entrei no meu quarto, peguei uma calça jeans, uma blusa e um casaco. Vesti tudo, botei meu chinelo, peguei minha bolsa com meus documentos e desci novamente. Gabriel veio de ônibus, mas eu chamei um Uber pra irmos mais rápido. Desci na passarela 6, peguei um moto táxi e fui direto pro upa.

Passei o dia inteiro resolvendo as coisas do enterro, acalmando os parentes e meus irmãos. Aparentemente, Marlon era o mais calmo com tudo que estava acontecendo. Maicon e Gabriel estavam desidratados de tanto chorar. Eu estava tentando me manter firme ali também, pois tinha muita coisa pra resolver. Não tive tempo pra comer, fazer xixi ou chorar. Falei do Marlon, mas fui extremamente fria nesse momento. O choque foi tão grande, que não consegui derramar uma lágrima sequer. Acho que minha ficha ainda não caiu.

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