046.

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Um furacão de conflitos se espalhava por cada parte da mente de Ully. Por um lado, aquele livro seria o responsável por responder muitas de suas perguntas. Mas, por outro lado, traria outra enchente para recompensar.

- Okay. Pensa, Ully - dizia para si mesma, andado de um lado para o outro do quarto.

A única coisa que se sobressaía em suas idéias, era ir até Rosalind. Se a diretora realmente estava interessada em Ully e seus poderes, tinha que tirar satisfação.

Qual era o sentindo de Rosalind, uma das fadas mais poderosas do mundo mágico, querer que justo Ully estivesse ao lado dela? De que isso acrescentaria?

Porém, ao mesmo tempo que queria bater de frente com a mulher, sabia que isso faria com que, de um jeito ou de outro, Beatrix acabasse sendo exposta.

Não era a maior fã da garota, mas não iria fazer nada que pudesse prejudicá-la. Principalmente depois do ato estranho de ajuda que acontecera minutos atrás.

Sua solução momentânea, seria falar diretamente com a própria Beatrix. Não sabia o quanto poderia confiar na garota, mas pela primeira vez em meses, aquela tinha sido a única coisa - aparentemente - importante que finalmente estava prestes a descobrir.

Então, decidindo ir atrás da fada do ar, Ully saiu apressada em direção a porta da suíte, girando a maçaneta com rapidez. Mas, assim que a porta foi aberta, a figura de Bloom estava ali, parada.

- Aí está você! - disse a ruiva, agitada. - Te mandamos milhões de mensagens, o que estava fazendo?

- Bloom, eu realmente não posso...

- Precisamos que faça uma coisa - interrompeu a fada do fogo, pegando em uma das mãos da amiga. - Encontrei uma imagem de uma... criatura super estranha em um livro, na gaveta de Rosalind.

Ully assentiu, ouvindo com atenção.

- As garras daquela coisa correspondem as marcas em Devin. Mas, tem muito mais coisas escritas, que talvez possam nos ajudar a descobrir o que Rosalind está tramando.

- Só que estão escritas em uma língua morta e apenas Silva tem um livro que pode traduzi-la - completou Ully, suspirando. - Quer que eu vá até a casa de Sky, não é?

A ruiva balançou a cabeça positivamente, lançando um sorriso pidão à amiga.

- Não sei se ele vai gostar muito dessa idéia - confessou a fada da mente, preocupada com a reação do namorado com tudo àquilo. - Enfim, de todo modo, vou conversar com ele.

Bloom pulou nos braços da amiga, abraçando a garota.

- Você estava apressada antes disso - falou, se distanciando de Ully. - Te atrapalhei em alguma coisa?

A de cabelos escuros encarou-a, pensativa. Sua ansiedade a corroía por dentro, pensando no que "Ela quer você do lado dela", significava.

Mas, antes de tudo, tinha que ajudar as amigas, sua escola. Se tivessem uma chance de fazer com que tudo voltasse a ser como era, com que Alfea voltasse a ser um lar, sem pessoas desaparecendo, tinham que tentar.

A fada da mente então sorriu.

- Não, não era nada.

•••

Uma das coisas que Ully mais admirava em Sky, era a forma como ele a tratava. Durante esse tempo em que Andreas regressara para Alfea e para a vida do garoto, ele teve muitos dias ruins.

Mas nunca descontou uma frustração sequer nela. Se esforçava sempre em ser a melhor versão de si, quando se tratava da namorada.

Ully o amava muito por isso.

E, também tentava todos os dias ser a melhor versão de si mesma.

- Não vai terminar comigo, não é? - a voz do loiro chamou a atenção de Ully, que se virou com os olhos arregalados para encará-lo.

A fada da mente havia mandando uma mensagem dizendo que precisava conversar com Sky. E, como sempre, ele não demorou ao ir até a garota. Os dois agora se encontravam mais uma vez naquele dia, sentados sobre a grama extremamente verde dos arredores da escola.

- É claro que não, seu idiota! - respondeu Ully, rindo ao ver o namorado suspirar aliviado. - Qual é? Não acredito que pensou isso.

- O que esperava? - retrucou o especialista, dando uma risada curta. - "Precisamos conversar", sem nem mais uma palavra ou emoji - reclamou. - Isso desespera qualquer namorado, pode ter certeza.

A fada riu mais uma vez, balançando a cabeça em descrença. Porém, logo sua animação foi embora ao lembrar do que tinha que dizer à ele.

Ully não queria que Sky a levasse até lá. Que ele desse permissão ou algo do tipo. A única coisa que importava para ela, era que o garoto estivesse ciente do que iria fazer. Querendo ou não, era a casa dele, a vida dele. E, mais uma vez, o nome de Silva estava no meio.

- O que foi, Lily? - perguntou Sky, notando o semblante inexpressivo da namorada.

- Tenho que ir a casa do Silva - disse de uma vez. - Bom, a sua. Sua casa - desviou o olhar, sem jeito. - Bloom iria, mas disse que talvez se eu fosse, você não achasse tão estanho, sei lá, porque somos... enfim - finalmente olhou para o loiro, que já a encarava. - Não estou pedindo sua ajuda, só não consigo simplesmente não contar a você.

- Está tudo bem - Sky respondeu de imediato. - Eu te levo.

- O quê? - Ully franziu o cenho, negando com a cabeça. - Bloom e eu vamos, você não pode se envolver nisso, a Rosalind...

- Precisamos de uma folga disso aqui - se referiu a escola, gesticulando com uma das mãos. - Vamos dar o fora.

A fada riu nasalado, se dando por vencida.

- Certo, vamos nessa.

••••••

𝐢. 𝐀𝐅𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐎𝐑𝐌. ! ༉ 𝗳𝘁𝘄𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora