073.

468 57 12
                                    


- Como ela estava quando falou com você? - Musa questionou à irmã, tensa.

O grupo de fadas e Sky se encontravam no limite da barreira, preocupados após a ligação de Bloom. O especialista entre elas tentava pensar em algo para poderem passar pela a grade mágica.

- Agitada - respondeu Ully. Seus pés batiam no chão de terra, claramente também agitada.

Todos estavam.

A notícia sobre a morte de Farah, não era uma surpresa - e isso deixava tudo pior. Passaram o ano com aquela esperança, bem lá no fundo, de que o sumiço de Dowling pudesse ter uma resolução feliz, no final.

Mas, mesmo com essa "falsa" esperança que nutriram durante os meses, os jovens sabiam - de alguma forma - a verdade. Nunca teriam admitido sequer pensarem isso por vezes demais, entretanto, sabiam que Farah Dowling não voltaria.

- Ela precisa nos encontrar, antes de qualquer coisa - Aisha disse, suspirando. - Precisa descarregar a magia, para depois falar com Rosalind... a situação em que ela se encontra, pode piorar muito as coisas.

Ully xingou baixo.

Aisha estava mais do que certa. Bloom costumava agir com imprudência sem uma magia sobrecarregada, imagina como agiria agora, com tudo tão à flor da pele?

- Não tem como - retrucou a fada da mente, contra gosto. - Rosalind disse para Bloom encontrá-la no portal...

- Ah, merda - sussurrou Terra, andando de um lado para o outro.

Uma nova onda de lamentos começou. Ully tentou prestar atenção no que diziam, mas o estranho fato da menção ao nome de Rosalind fazer com que a conhecida e tão odiada ponta de dor, surgisse de repente como uma faca em seu cérebro, dificultou seu foco.

Com um passo para trás, a de cabelos escuros passou uma das mãos pelos fios soltos, fechando levemente os olhos.

- Você está bem? - Flora quem perguntou, colocando uma das mãos no ombro da amiga, ao notar certo desconforto em seu comportamento.

Musa não demorou ao sentir também.

- Eu... - a frase da gêmea mais nova foi cortada por outra onde forte, fazendo-a cambalear mais uma vez para trás.

"Venha" - um sussurro preencheu sua mente.

Os flashbacks dos sonhos ruins que andou tendo no início do ano lhe abateram. Não havia dúvidas nenhuma de que era ela. Rosalind estava ali. E, estava se comunicando diante aquele ato esquisito.

"Venha".

Com um estalo, a dor foi embora.

E com um ato súbito, os olhos da fada da mente se abriram de uma vez. O tom roxo chamando atenção e certa preocupação a mais.

- Preciso ir - murmurou.

O grupo se entreolhou confuso.

- O quê? - Stella foi a primeira a verbalizar o que sentia. - Ir para onde? A barreira não nos deixa sair, Ully.

Sky continuou analisando com cautela as feições da namorada, que se desvencilhou de seu toque ao andar mais para frente, parando à apenas alguns centímetros da enorme barreira invisível.

Com um toque do dedo indicador da garota no ar, arfares ainda mais surpresos foram ouvidos. Ully sentiu o estômago embrulhar ao notar que sua "teoria" estava certa - ela conseguiria passar pela barreira. Apenas ela.

Porque era isso que Rosalind queria.

- Que merda...? - Musa correu até a irmã, segurando uma de suas mãos. - Eu não acho que isso seja uma boa ideia. Está fácil demais... eu literalmente sinto, Ully.

- Rosalind acha que pode me manipular o suficiente para me ter ao lado dela - respondeu a outra, segura. - Não sou o tipo de pessoa que ela acha que sou, Musa - assegurou. - Eu tenho pelo o que lutar - dividindo seu olhar entre os adolescentes ao seu redor, a garota sorriu ao parar no namorado, que parecia aflito e depois voltou-se a irmã. - Eu e Bloom estaremos de volta logo. Temos que acabar com isso.

Afastando-se relutante, Musa deixou que Ully passasse o corpo para o outro lado da barreira. Um frio correu pela espinha de todos, que custavam acreditar que algo bom poderia sair daquela noite.

- Aí - o especialista chamou pela a de cabelos escuros, antes que ela desse seus passos em direção ao incerto. - Acredito em você.

Ully sentiu seu coração esquentar.

Realmente não sabia o intuito real de Rosalind permitir que ela se aproximasse naquele momento. Não sabia exatamente do que era capaz, se seu ódio pela diretora era o suficiente para conduzir o que quer que estivesse por vir, se Bloom estava bem, sob controle e que final tudo aquilo teria no momento.

Mas aquelas palavras foram o suficiente para fazê-la acreditar em si mesma também.

••••••

𝐢. 𝐀𝐅𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐎𝐑𝐌. ! ༉ 𝗳𝘁𝘄𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora