058.

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Ully não era do tipo que ia a muitas festas. Óbvio, gostava de se divertir, mas eram raras as vezes em que realmente fazia isso. Ultimamente, andava ocupada demais para pensar em algo que pudesse ser divertido.

Por isso, aquele era o momento perfeito para sair com os amigos. Iria beber, dançar, dar risada e relaxar - bom, esse era o seu plano. E, ao chegar em The Grapevine, tudo começou como planejou.

Bebeu, riu das tentativas de flerte de Riven à Flora e dançou com as amigas. Bloom era a mais distante, entretanto. Andava tão sobrecarregada quanto qualquer um e não parava por nada.

Sebastian havia aparecido por lá e isso não ajudou muito para que a ruiva se tranquilizasse. Ully notou então, que era a segunda vez que via o homem pessoalmente, mas... de longe.

Ele parecia estar sempre muito longe da fada da mente.

E, também havia Terra, que passou boa parte mandando indiretas à Musa, que tentava a todo custo fazer com que o clima não ficasse pesado e a culpa não à consumisse tanto.

- Vou falar com ela - disse Ully, bebericando de sua bebida.

A fada estava sentada em uma das mesas, ao lado de Musa e Sky. A música soava alta por todo o ambiente e os jovens ali presentes estavam divididos entre eles.

A mais velha olhou para a irmã, também com um copo em mãos.

- Não - negou. - Não vai dizer nada que faça vocês duas acabarem discutindo, já basta ela estar brava comigo.

- Mas não foi sua culpa! - exclamou Ully. - Eu posso...

- Dá para não falarmos disso? - interrompeu a gêmea. - Viemos aqui para esquecer os problemas. Certo, Sky?

As duas garotas olharam para o especialista, que dividiu o olhar entre elas, sorrindo envergonhado.

- Hum, sim? - disse, incerto. - Desculpa, nunca sei o que dizer quando vocês duas estão conversando, não gosto de atrapalhar.

Ully deu risada, colocando seu copo na mesa e se levantando, andando até o namorado e segurando em sua mão. O garoto seguiu a mais baixa, que levou-o até o meio do bar, onde haviam algumas pessoas dançando.

- Quer dançar comigo? - perguntou ela, lançando um sorriso pidão.

- Seria uma honra - respondeu o loiro, sorrindo tanto quanto a garota.

•••

O celular de Sky tocou, fazendo com que o mesmo tivesse que sair por alguns minutos, pedindo para que Ully esperasse por ele do lado de dentro.

A fada da mente não discutiu, apenas voltou a procurar pela irmã. Com o copo já vazio nas mãos, ela se direcionou para a figura de Riven, que estava sentado sozinho em um dos bancos, um carranca discreta em seu rosto.

- Você viu a minha irmã? - perguntou a de cabelos escuros, sentando-se ao lado do garoto.

- Não - respondeu. Seu olhar parou no copo que a amiga depositou em cima da mesa. - Quer mais? - questionou, apontando com a cabeça para a garrafa de cerveja à frente deles.

- Não - foi a vez dela negar. - Você está bem?

- Está na minha mente de novo? - o especialista arqueou as sobrancelhas.

- Na verdade a sua cara me diz muito mais coisas do que sua mente, nesse momento - admitiu Ully, rindo.

Riven abriu a boca para retrucar, mas se interrompeu ao ver a fada retirar o celular do bolso. O aparelho eletrônico tocava e o nome de Stella brilhou na tela.

- Oi! - atendeu, simpática. - O que houve?

- Beatrix precisa de ajuda - disse em um fôlego a garota do outro lado da linha. - Pode falar um minuto? E chame as meninas.

Ully sentiu-se confusa, porém, não negou.

- Vou ao banheiro para ouvi-la melhor.

•••

As fadas se encontravam dentro do banheiro feminino, o celular de Ully no viva voz enquanto Stella explicava o que estava acontecendo.

Aparentemente, Beatrix havia sido sequestrada. A fada do ar estava sumida a três dias e Ully sentiu-se a pior pessoa do mundo por não ter notado. Com tanta coisa na cabeça, não conseguiu ver sobre isso em mente alguma.

- Acho que a ruína é em uma casinha abandonada a uns quilômetros da cidade - disse a fada da luz, ainda na linha.

Segundo ela, Beatrix tinha mandando uma mensagem, dizendo que não sabia onde estava. Apenas uma foto foi enviada.

- É um velho ponto de encontro - contou Terra. - A galera costuma se encontrar por lá.

- Os especialistas estão chapados, mas eu posso chamar o Sky e o Riven - se voluntariou Musa.

Bloom balançou a cabeça negativamente.

- Ninguém vai chamar ninguém - falou. - E nem vão a lugar nenhum. É uma armadilha.

- Você não sabe.

- Stella, não está pensando direito! - retrucou a fada do fogo. - Ninguém vê a Beatrix a dias e aí, de repente a Rosalind sai e você recebe uma mensagem de "socorro"?

A possibilidade de tudo ser realmente uma armadilha era enorme. Muito grande mesmo e Ully sabia disso. Mas, entendia toda a preocupação de Stella, porque também se sentia da mesma forma.

- Vamos contar a Rosalind - determinou a ruiva. - Olha, eu sei com certeza que ela está no capitólio, porque ela está cuidando disso.

- E como sabe disso, Bloom?

- Ela me contou que a Beatrix foi sequestrada - admitiu.

A fada da mente suspirou, já sabendo o que viria a seguir.

- O quê?

- Porque não nos contou isso!?

- Está brincando?

As vozes disseram em uníssono.

- Ela pediu para eu não contar à ninguém, não queria causar pânico! - se defendeu. - Está todo mundo aqui meio bêbado, não é uma boa hora para decidir... vamos voltar a suíte e resolver isso lá, está bem?

Ully teve segundos para um senso de justiça recair sobre si. Como já sabia, aquilo tinha quase cem por cento de chances de ser uma armadilha. Mas, não podia evitar querer ajudar Beatrix.

Ela havia feito o mesmo.

Tinha lhe dado um livro, respostas e suas desculpas. A fada do ar estava se mostrando ser muito mais do que apenas alguém que seguia Rosalind.

E, mesmo indo contra tudo que acreditava no ano passado, a de cabelos escuros sabia muito bem o que faria.

- Decido por mim nesse momento - se pronunciou, após minutos apenas escutando. - Eu vou até lá.

••••••

𝐢. 𝐀𝐅𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐎𝐑𝐌. ! ༉ 𝗳𝘁𝘄𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora