𝗖𝗹𝗼𝘀𝗲 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹•• 𝟮° 𝘁𝗲𝗺𝗽.

QUARENTA E CINCO

Gabi

- Perdeu tudo?- ouço a voz da Milena perguntando assim que eu coloco um pé pra dentro do quarto.

Tava jogando com uns caras faz um tempo lá no cassino.

- Perdi nada, ganhei pra caralho!- digo.

Tranco a porta e já vou tirando o tênis, jogando eles pro lado.

- Quem foi que teve a ideia de vir pra cá? Só tem cassino aqui- bufa e eu dou um sorriso- lógico que foi você.

- Tinha que me divertir também, né, gata- tiro meu casaco porque  aqui dentro estar bem mais calor e jogo ele em cima de uma cadeira.

- Para de jogar as coisas.

- Se levanta daí, mulher, vamo curtir a vida.

- Curtir como? Se eu arriscar em jogar em uma daquelas máquinas comedoras de dinheiro, vou perder o que nem tenho.

- Tá igual a Dhiovanna já.

- Pelo menos ela tá conseguindo dormir- ri sem humor- o Gustavo não foi, né?

- Foi, apostou 20 dólares num caça níquel e perdeu tudo, tá puto pra caralho.

- Esse menino é louco ou o que? Não é possível, ele não ganha nem no bingo quem dirá nisso que já é feito pras pessoas perderem.

- Eu disse pra ele jogar poker, mas ele falou que ia arriscar na máquina, se fudeu.

- E tem poker lá?

- Em que mundo você vive? É o mais jogado, eu só jogo esse- dou de ombros.

- Acho esses jogos uma ilusão- se senta na cama- único pecado que eu tô cometendo na cidade do pecado é ficar deitada na cama.

- Tenho uma coisa pra te dizer, nada demais.

- O que?- me olha toda curiosa.

- Amanhã de tarde vem uma limousine buscar a gente aqui no hotel.

- Pra que?!

- Pra levar a gente pro nosso casamento.

Ela abre a boca, totalmente surpresa e eu dou risada.

- Que casamento? Como assim a gente vai cassar e eu não tô sabendo de nada? Não dá, Gabriel, como você me fala isso só agora?

- É naquela capela lá que o padre é o sósia do Elvis.

- Mas eu vi que ele nem tá realizando mais essas cerimônias porque foi proibido.

- Os cassinos também são proibidos, mas aqui é a cidade do pecado e eles não tão ligando.

- Nem a pau que eu vou! E se a polícia chegar no momento em que tivermos lá?

- A gente se esconde embaixo da mesa- dou de ombros e ela ri.

- Não sou você não.