QUARENTA E SETE

14.3K 1K 282
                                    

Gabi

Eu realmente não acredito que tô fazendo isso.

Se a uns meses atrás uma pessoa viesse me dizendo que eu iria casar em Las Vegas com a mulher que era minha fã e me mandava mensagens me xingando e segundos depois dizendo que me amava, eu ia rir muito.

Mas não é que isso realmente tá acontecendo?

Hoje, no dia seguinte depois daquela noite louca que deixou meu cérebro bugado até agora, acordamos com muitas batidas na porta. Era a Dhiovanna com o Gustavo cobrando a gente pelo passeio que combinamos de fazer mais cedo.

Enfim, demos uma volta pela cidade, fomos em várias lojas, eu comprei mais um monte de tênis, consequentemente precisamos comprar mais malas pra colocar tudo pra levar pro Brasil. E nisso a Milena quase surtou pela minha falta de controle.

Depois que chegamos no hotel foi tudo muito rápido porque o horário que combinamos pra limousine nos buscar estava quase chegando, então tomamos banho e nos arrumamos rapidamente.

Confesso que não foi uma ideia muito boa alugar uma limousine, acabou que chamou muita atenção das pessoas que passavam em frente ao hotel e viam aquele carro gigantesco parado em frente.

A Milena quase não entrou e queria fingir que não conhecia o Gustavo que ficou com a metade do corpo pra fora do teto solar enquanto tomava uma taça de champanhe. O pior é que ele nem ligava e acenava pra todo mundo que ficava encarando na rua.

Foi assim o trajeto todo até chegarmos na capela.

Agora eu tô aqui no altar, vestindo um terno que fui praticamente obrigado a colocar. A Dhiovanna me paga.

Qual é? Poderia muito bem casar vestindo uma calça e casaco de moletom.

Pelo menos ainda tô com meu Nike no pé. Fico um gostoso de terno mas sinto que me aperta muito.

A Milena? Levaram ela lá pra dentro pra escolher um vestido de noiva.

Eu jurei que a gente ia casar com a roupa que estávamos no corpo. Jurei mesmo! Se eu soubesse que era assim nem tinha inventado isso aqui. É a mesma burocracia que casar no Brasil.

Do meu lado tá o cara vestido de Elvis, ele fala português graças ao bom Deus, assim não vou precisar gastar o meu inglês fajuto.

O Fabinho tá sentado no banco da primeira fila, assistindo tudo de camarote.

- Cara, jurei que ia demorar séculos pra eu te ver assim- ele diz e eu ajeito a porra da gravata que tá quase me enforcando.

- Eu também, Fabio, eu também.

De repente aparece o Gustavo, também de terno, parece que ele quem vai casar.

- Aí, cadê a aliança?- pergunta e eu aponto pro Fabinho que mostra a caixinha de veludo- da aí porque vai ser em quem vou entrar com ela.

- Se você perder eu te quebro- aponto o dedo indicador em forma de ameaça e ele ri.

- Relaxa, cunhado, a Milena já tá quase pronta.

- Tão fazendo o que com ela?

- Tá fazendo maquiagem, aqueles bagulhos todo que as mulheres acham o máximo- da de ombros- ela já tá de vestido.

- Como é o vestido?

- Você vai ver já já.

Tá vendo? Quando tem que secar boca aberta ele não é.

- Ela mandou te passar um recado- diz após pegar a caixinha da mão do Fabinho.

- Qual?

- Se você não chorar ela disse que desiste dessa ideia de casar.

𝗖𝗹𝗼𝘀𝗲 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹•• 𝟮° 𝘁𝗲𝗺𝗽.Onde histórias criam vida. Descubra agora