Milena
Eu tô a noite inteira vomitando.
Se arrependimento matasse eu não teria comido aquilo tudo de pastel, mas era um negócio maluco porque quanto mais eu comia, mais queria.
Comi quatro inteiros e a metade de um que dividi com a minha mãe.
E dois copos de caldo de cana.
Tudo isso em uma feirinha de origem duvidosa.
Eu já deveria saber que vindo do Matheuzinho, não era uma boa ideia ter ido pra lá.
Lavo meu rosto após novamente quase colocar meus órgãos pra fora e escovo os dentes.
Quando eu volto pro quarto o Gabriel tá do mesmo jeito: sentado na cama.
Não sei como, mas toda vez que eu acordo enjoada ele também acorda, e enquanto eu vou vomitar no banheiro, ele fica no quarto sentado na cama.
Um limite que eu impus desde o começo da gravidez é ele não me ver vomitar, pelo menos pra isso eu quero ter meu momento de privacidade, até porque não é nada legal alguém te ver nessa situação.
- Eu disse pra você não comer tanto pastel.
- Toda vez que eu volto do banheiro você fala isso- reviro os olhos- eu sei disso, mas não consegui- choramingo- você não podia ter me deixado comer tudo isso.
- Mas eu avisei.
- Mas era pra avisar mais. Culpa sua.
- Minha? Você agiu como se tivesse a anos presa em uma caverna sem comer nada.
- Gabriel...- choramingo.
- Vem cá- abre os braços e eu ando até lá.
Abraço ele que me aperta contra seu corpo e me coloca sobre seu colo.
- Vai passar- passa a mão nas minhas costas.
- É horrível isso.
- Tô ligado- passa a mão sobre a minha barriga- o bebêzinho- cutuca a minha barriga- pega leve aí com a sua mamãe, tá? A gente já se ligou que você não gostou do pastel e nem do caldo de cana.
Arregalo os olhos. Era pra comer coisas saudáveis, a médica me disse ontem.
Meu Deus!
- Sabe o que eu tava pensando?- deita a cabeça no meu peito.
- O que?
- A doutora Gabriella disse que o bebê acaba pegando um pouco de cada coisa que você ingere.
- Tá, e o que tem?
- Milena- me olha de olhos arregalados- você engole o...
- Shiiu- coloco a mão em sua boca- não fala, não fala, não fala.
Isso certamente não vai pra ele, né? Lógico que não vai.
Dou risada. De puro nervoso.
- Melhor a gente parar com essa porra- ri.
- Literalmente.
- Para- bate na minha bunda.
Ele tem que entender que pra uma grávida, um tapa na bunda já acende uma chama.
Rebolo em seu colo.
- Milena...
- Oi- passo a língua pelo seu pescoço.
- Não provoca.
- E quem disse que eu só tô provocando?- seguro o rosto dele- eu quero.
- Você tem que dormir. Eu também.
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𝗖𝗹𝗼𝘀𝗲 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹•• 𝟮° 𝘁𝗲𝗺𝗽.
FanfictionSegunda temporada de "close friends" disponível aqui no meu perfil.