Parte 19

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Eu não sabia se agradecia ou xingava Carolina nesse exato momento.
Quando levo o telefone ao ouvido observo Karol em meu colo, as bochechas e os lábios vermelhos, desço o olhar o pescoço igualmente vermelho a saia embolada na cintura e meu pau duro sendo pressionado por ela, puta que pariu como se contém assim?
- Rugge... A voz de Caro soa do outro lado da linha. Pigarreio várias vezes encontrando minha voz e Karol levanta ainda com seu olhar curioso sobre mim.
- Caro. Hum aconteceu algo?
- Primeiro eu devia te dar uma bronca por você não me dar notícias mas eu preciso de você.
- O que houve? Já fico em alerta.
- Luna está com febre e a babá acabou de ligar, ainda tenho cinco horas de plantão e...
- Onde ela está?
- Na casa da Luana você... A interrompo novamente e fico em pé.
- Avisa que estou indo buscá-la. Ela respira aliviada.
- Fica tranquila, eu te mando notícias. Ela desliga e nem me dei conta que estava prendendo a respiração, só quando ela saiu foi que sentir.
- Hum... É bom... Me viro para Karol e ela parece não saber o que fazer.
- Bem eu...
- Você não é tímida patricinha. Aponto, ela está abaixada calçando as botas e levanta de vez.
- Com toda certeza não, só não sei se passamos dos limites.
Um sorriso se abre em meus lábios e ela estreita os olhos, sei que essa coisa toda é bem louca porque nos conhecemos em um dia e no outro éramos melhores amigos, mas acho que ela quer saber se tenho alguém na minha vida.
- O que?
- Nada. Calço minhas botas e pego o casaco.
- Bem eu já vou indo não quero te atrapalhar... Eu pego.. hum.. é um táxi.
- Sim... Dou risada e seguro sua mão, puxando ela para fora do apartamento.
Sento na moto e entrego um capacete a ela.
- Ruggero você não precisa me levar de volta.
- Eu não vou te levar de volta, eu preciso fazer uma coisa.
- E porque? Ela levanta o capacete.
- Preciso de ajuda com o que vou fazer, sobe aí e ajuda seu melhor amigo, ou noivo ou... Balanço a sobrancelha e ela rir colocando o capacete e sentando logo atrás de mim.
Estaciono em frente a casa da babá. Karol tira o capacete e me questiona com o olhar e aponto para a casa. Pego sua mão e ela me segue sem questionar.
A porta se abre e Luana está com Luna no colo, ela olha para mim e depois para Karol e seu olhar cai em nossas mãos unidas.
- Oi Ruggero.
- Olá Luana eu vim pegar a Luna. Ao ouvir minha voz, Luna abre os olhinhos e tira a chupeta.
- Titi. E levanta os braços para que eu a pegue.
- Vou pegar a bolsa dela. Ela diz mas fica olhando para mim e Karol, pensei que ela tivesse superado. Luna encosta a cabeça em meu peito e leva uma mão até a minha orelha uma mania que ela tem para dormir.
Arrisco olhar para Karol mas não tenho tempo de formular nada porque Luana retorna com a bolsa e o macacão de frio para Luna e me ajuda a colocá-la ali.
Agradeço e me viro.
- Ruggero é... Nada só peça a Carolina para me avisar como ela está. Assinto e ela fecha a porta.
- Bem isso está bem esquisito.
- O que?
- Nada vou esperar você me contar. Ela aponta para o bebê em meu colo e alisa seu rostinho.
- Ela é tão gorducha, e essas bochechas são um encanto, mas está muito quentinha.
- Foi por isso que vim buscá-la.
- Ok, como posso ajudar?
- Você precisa segurar ela.
- Segurar... A neném? Ela faz uma pausa entre uma palavra e outra e assinto.
- Eu nunca segurei um bebê, tenho que te avisar isso.
- Tenho certeza que você não vai deixar ela cair. Ela rir nervosa e passo Luna para ela que já está dormindo e coloco um gorrinho cobrindo sua cabeça.
Subo na moto e ligo.
- Ok eu posso fazer isso. Ela parece em pânico, pego Luna em meus braços para que ela possa subir mas antes que o faça.
- Karol. Chamo ela levanta a cabeça e me encara.
- Chega mais perto. Ela faz com os olhos assustados ainda e beijo seus lábios, passando minha língua fazendo que ela abra a boca e receba da mesma forma.
Quando nos afastamos ela está ofegante.
- Agora sim, você tem outra coisa para pensar. Ela fica sem entender e aceno para que ela suba.

Duas ruas depois, paro a moto e puxo o controle do bolso acionando o portão, estaciono a moto.
- Acho que agora você já pode descer. Ela está com uma mão na minha jaqueta apertando forte e a outra segurando Luna como se a qualquer momento ela fosse escapulir de seus braços e de olhos fechados.
Me viro mesmo sentado e aliso seu rosto, ela abre os olhos.
- Chegamos.
- Chegamos. Ela respira fundo e pego Luna, ela desce e passo o pequeno pacotinho para ela saindo da moto e acendo a luz.
- Vem. Chamo e ela me segue, entro no quarto de Luna e acendo o abajur, Karol apoia ela no berço, e procura o fecho do macacão para tirá-lo.
- Foi mesmo a primeira vez que pegou um bebê heim. Brinco sussurrando e ela não diz nada, estranho e checo a temperatura de Luna que agora normalizou depois da medicação.
Cubro a pequena e Karol está parada na porta com os braços cruzados, aponto para fora e ela sai, assim que fecho a porta e me viro ela desce o tapa em mim, começo a rir.
- Você tem noção que eu poderia derrubar aquele pacotinho.
- Você não faria isso.
- Que medo Ruggero. Puxo Karol para mim e a abraço, alisando seus cabelos.
Nos afastamos e levo ela até a sala, que se distrai com as fotos, segura um porta retrato e se vira para mim, a foto é o dia que Luna nasceu.
- Então ela é sua. Não é uma pergunta o que me faz sorrir e aponto para o sofá.
- Essa é uma parte da minha vida que você não conhece.

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