Maratona 1.5
Desperto com barulho na porta, e um miado.
Abro os olhos e não acredito no que está deitado na minha barriga, gato filha da puta. Loise deixou o gato dela solto de novo.
O gato adora passear na casa dos vizinhos e a dona adora que os vizinhos apareçam na sua porta todas as manhãs.
A safada da mulher só abre a porra da porta enrolada em uma toalha minúscula, eu poderia dar o que ela tanto quer, afinal é gostosa, mas algo me diz que ela grudaria em mim ou pior posso ter uma crise por conta do seu gato.
Empurro ele para fora da cama e jogo o cobertor de lado e mesmo cambaleando chego até a porta do quarto e o diabo do gato está na porta da minha sala marcando-a com suas unhas.
- Ei filho da puta você sabe fazer porta? Me abaixo pego o gato em uma mão e na outra abro a porta, atravesso o corredor e toco a campainha.
- Ruggero. Ela finge surpresa ao me ver e entrego seu gato.
- Você não quer entrar? Posso resolver seu problema. Levanto a sobrancelha e seu olhar percorre meu corpo, então lembro que estou sem camisa e só de cueca e acabei de acordar e muito provável estou sustentando uma ereção matinal.
- Não vai dá, tenho uma gata selvagem na cama me esperando, fica com seu gato.
Volto para o meu apartamento já procurando uma máscara e luvas para limpar tudo porque aquele gato intrometido deixou pelo em todo canto.Passo na padaria e pego pão fresquinho e rapidamente chego a casa de Carolina.
- Bom dia flor do dia. Ela sorrir amarrando o cabelo em um coque maluco e me abraça agarrando o pão. Nego com a cabeça rindo e fecho a porta.
- O pão sempre ganha. Ela fala e tiro meus sapatos.- Então você fez o controle esse ano? Carolina pergunta.
- Ainda não.
- Ruggero, tem que fazer, tem feito o uso da bombinha, ou não teve mais crises.
- Eu... É...
- Pare de me enrolar, sua asma é crônica Ruggero, o tratamento com o psicólogo ajudou a tirá-la da sua cabeça e a tentar se controlar mas seu organismo não vai entender, por isso precisa de acompanhamento, você está bem?
- Eu estava bem, mas você sabe chega perto do natal eu...
- Eu sei as crises recomeçam e não só por conta do tempo mas o pscologico ativa.
Ela segura minha mão por cima da mesa.
- Vou falar com a Aline para ver se te dar alguns calmantes, pode ajudar. Assinto e logo um chorinho se faz presente.- Quem é a fofura do titio? Ela cospe a chupeta e tenta dar pulinhos.
- Lulu. E faz um L com os dois dedinhos do mesmo jeito que estou.
- Ah você deixa ela eufórica sabia. Me aproximo e retiro ela do berço, que gruda no meu pescoço.Um tempo depois Carolina já saiu para trabalhar e eu estou aqui na frente da tv com Luna que faz uma dancinha desajeitada e ainda faz cara feia quando não a sigo.
- O que eu não faço por você não é? Dou a voltinha como os animais estão fazendo, as mãos na cintura mexendo de uma lado para o outro e depois o gritinho dela me faz rir, quando termina pego ela no colo jogando no meu ombro e corro de um lado para o outro escutando suas gargalhadas.- Você está vivo. Olho a hora no criado mudo, passam das dez.
Estou com Luna deitada no meu peito enquanto balanço.
Carol se aproxima e levanta o cobertor para que posso colocar a pequena.
Beijo seu cabelinho e sussurro um Deus te abençoe anjinho.
Caro me abraça ao fechar a porta.
- Obrigado Rugge.
- Vocês são minha única família Caro, não precisa agradecer. Estamos no sofá.
- O que está te preocupando? Ela sorrir fraco.
- Aquele número desconhecido voltou a ligar perguntando por ele.
- O que você fez?
- Eu respondi dessa vez, e falei que não tinha ninguém com esse nome.
- Acha que é a família dele?
- Não sei, mas ele sempre ficou tenso quando o assunto era eles, eu não sei o que fazer.
- Recebi um email da associação. Falo e entrego o celular a ela.
- Dois meses? Agustín vai poder sair em dois meses. Confirmo sorrindo.
- Eles tem certeza que ele vai está bem?
- Caro já faz um ano que ele está lá, e lutou por vocês todos os dias, é claro que ele vai está bem.
- Desculpe eu só... Agora temos a Luna aqui e...
- Eu sei... Mas ele precisa que a gente confie nele.
- Você está certo. Aí meu Deus estou com tanta saudade Rugge.
- Eu imagino. Faço uma careta e ela bate em meu braço.
- Não é desse tipo de saudade. Minha sobrancelha vai lá em cima.
- Claro essa também, só tenho medo. Seguro sua mão.
- Vai ficar tudo bem.
- Eles vão querer cobrar a dívida.
- Não se preocupe com isso.
- Eu não acredito que você está pagando? Ela me repreende, mas eu não podia deixar que esses caras viessem cobrar a dívida dela.
- Eu não podia deixar que eles viessem atrás de você, chamei a atenção deles para mim, foi o certo a se fazer.
- Não foi não.
- Não vou discutir isso agora Caro, era o meu dever manter vocês em segurança, e vou continuar fazendo até ele voltar e perceber que não preciso mais fazer isso entendeu. Ela faz que sim e seco suas lágrimas, deixo um beijo em sua testa.Na manhã seguinte estamos a todo vapor, parece que todos os estudantes e médicos resolveram tomar café da manhã juntos.
Porque até para encontrar uma mesa está complicado, quando final do expediente chega agradeço por fechar as portas, subo na moto e viro a esquina parando no semáforo meu olhar cai na morena saindo do ambulatório com sua saia curta ao telefone, entrando no táxi, o sinal abre e deixo meus pensamentos com a patricinha de lado.
Quem diria que iria reencontrar a garota que trombou em mim e me fez paralisar pela primeira vez.
Mas então descobrir que ela é como todos eles.Voltei..
Feliz 2023 ❤️😘
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O Depois
FanfictionEu queria não ter forças, queria não levantar, queria não falar, queria não fazer se quer um movimento mas não, sou um ser humano e fui feito com um instinto de sobrevivência e por mais que a vida bata eu continuo em pé. Como? Não tenho ideia, eu s...