Eu lembro exatamente tudo o que fiz, lembro de chegar em casa e passar direto para o meu quarto, já que a casa estava em completo silêncio.
Coloquei as sandálias em algum lugar, retirei o vestido com cuidado e guardei em uma caixa no fundo do meu armário.
Retirei a maquiagem com cuidado, deixei a banheira enchendo enquanto fazia, fiquei de molho por uns trinta minutos até ter meu corpo todo enrrugado e me enrolei no roupão, me troquei e coloquei um pijama com calça.
Onde que eu vestiria calça até para dormir.
E eu dormir, não, eu entrei em coma, acordei era noite, mas não sair do meu quarto, escutei vovó bater mas não sair do lugar e apaguei novamente.
Acordei no domingo por volta de meio dia, sair do quarto vi toda a preparação para o ação de graças, peguei um copo de leite fiz um sanduíche e voltei para o quarto, minha avó apareceu para me dar um abraço mas não insistiu que eu descesse para almoçar.
Sair na segunda bem cedo fiz o que tinha que fazer no escritório e voltei pra casa me trancando no quarto.
Os dias se repetiam e parecia viver no automático, o coração apertava e toda vez que eu pegava o telefone desistia.
Eu não era o bastante. Uma voz infeliz gritava no meu ouvido.
No sábado depois da meia noite já era Natal e só tinha um lugar em que eu queria estar.
Mas não podia imaginar que ele teria a mesma ideia justo aquela hora.
Foi difícil, doeu tanto eu queria poder abraça-lo, mas não fiz.
Queria beija-lo, também não fiz.
Eu só me virei e fui embora porque preferia ficar longe a ter que rastejar e pedir para ele confiar em mim e ser meu amigo porque eu preferia ser amiga mesmo me machucando.
Que masoquista eu virei.
O ano novo chegou e os fogos eu vi na janela do meu quarto.
A primeira semana do ano chegou com tudo, mas até o que me fazia feliz, perdeu a graça, arrumei desculpas para não aparecer no escritório, mandava um motoboy me trazer os contratos urgentes.
- Posso querida?
- Claro vó. Falo enquanto leio um email que Ana enviou com contratos para mim.
- Estou preocupada com você, o que está acontecendo?
Suspiro e deixo o computador de lado.
- Não é nada vó, só não estou em um período legal mas está tudo bem.
- Eu sei que não está, mas vou dar espaço para você.
- Que fotos são aquelas? Ela aponta e percebo que meu computador entrou em stand by.
Valentina havia enviado as fotos do casamento.
- Vocês... Vovó leva a mão a boca e se aproxima do computador.
- O meu Deus... Querida...
- Vovó é... O que eu falo agora.
- Vocês estão tão lindos, o amor é tão explícito em cada foto. Quando ela se vira para mim está chorando.
- Vó nós queríamos... É...
- Não diga nada, está tudo bem, eu vou esperar. Ela beija minha testa e vai saindo.
- Essa é a minha preferida. Ela aponta e quando olho para a tela é uma foto nossa estamos rindo agarrados um ao outro mas não era pousando para foto foi algo que Valentina falou.
No final do dia meu telefone toca e vejo número desconhecido.
- Imagina a minha surpresa ao ouvir seu nome Karol Sevilla.
- Billy Anderson.
- O proprio, bem recebi seu recado.
- Ótimo, quanto?
- Espere aí gata não trato assim.
- Anderson eu te conheço nos tempos da faculdade, você me ensinou alguns golpes de defesa contra aqueles idiotas.
- A eu lembro bem, tão bem que vi meu amigo urrar de dor ao ter as bolas esmagadas.
- Quer fazer um teste?
- Calma aí Karol...
- Não, eu falo e você escuta.
- A mesma abusada de sempre.
- Algumas coisas não mudam com o passar do tempo.
Agustín esse nome te diz algo?
- Claro pô o cara ainda me deve uma nota.
- Pois bem estarei pagando essa nota.
- Você não tem nada haver com isso o amigo dele... O interrompo.
- O meu marido a quem você mandou bater.
- Que?
- Olha Bil, o Agus é meu primo e o amigo com quem fez um acordo é o meu marido, eu quero que me diga quanto e como quer receber esse dinheiro, depois quero que suma da vida deles, tire a porra dos seus homens da esquina, não quero ver a sombra de nenhum está me entendendo.
- Não é assim que funciona Karol.
- É assim que vai funcionar, ou você já esqueceu que eu já fui seu álibi no roubo do laboratório?
- Aí estava demorando.
- A gente usa as armas que tem, você pega sua grana e dar o fora.
- Tudo bem tem a minha palavra.
- Ótimo e você tem a minha, mande o dígito, hora e local e será feito.
- Beleza. Ele desliga. E jogo o celular em cima da mesa.
Na sexta pela manhã fui até o banco retirei o dinheiro da minha conta pessoal onde meu avô não tem acesso algum, e encontrei Billy em um bar próximo.
Passei a bolsa para ele que abriu olhou e assobiou.
- Você não brincou em serviço.
- E eu espero que você não brinque no seu.
- Me diz uma coisa, onde está o Agustín que não está vendo você assumindo tudo isso?
- Em uma clínica, ele precisa ficar limpo.
- Levei fé, espero que ele consiga tem uma família incrível esperando por ele.
- Pois é não esqueça disso.
- Não vai me ver. Assinto e volto para casa no caminho recebo uma notificação no instagram um novo seguidor me enviou uma mensagem, quando abro vejo o nome de Carolina, aperto o play.
- Oi Karol espero que esteja tudo bem, domingo é aniversário da Luna e vou fazer uma festinha para ela aqui em casa você poderia aparecer, ficaria muito feliz se pudesse vir e ela também.
Aniversário da Luna.
O sábado passa e ignoro Valentina que quer a qualquer custo quer me tirar de casa, não estou no clima.
No domingo decido, saiu depois do almoço e vou até o shopping em uma loja de brinquedos e pego uma boneca grande com um carrinho.
João me deixa no portão e aviso que ligo quando terminar.
Toco a campainha e Carolina vem abrir.
- Você veio. Ela sorrir e me abraça.
- Como ela está?
- Bem, melhor que nós duas parece um pinto no lixo fazendo bagunça. Sorrio e entramos na casa.
- Montei tudo lá nos fundos, olha ela aí. Luna vinha pelo corredor atrás de Carolina, me abaixo ficando da sua altura e ela sorrir me abraçando.
- Oi princesinha, parabéns. Ela bate palmas e a pego no colo, entrego os presentes a Carolina.
Quando chego na área lá fora com Luna no colo fico paralisada.
Ruggero está ali, conversando e rindo com a garota que cuida da Luna. Ela tem a mão em seu peito e os dois parecem muito íntimos, seu olhar cruza com o meu e desvio rapidamente olhando para Luna que fala em seu idioma.
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O Depois
FanfikceEu queria não ter forças, queria não levantar, queria não falar, queria não fazer se quer um movimento mas não, sou um ser humano e fui feito com um instinto de sobrevivência e por mais que a vida bata eu continuo em pé. Como? Não tenho ideia, eu s...