Parte 43

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- Desculpe eu fiz você tocar.
Ele fala após contar como tudo aconteceu com minha mãe.
Não sabia como, mas meu primo em menos de quinze dias tirou fora alguém que eu desconhecia, passávamos horas conversando, contando um para o outro tudo o que vivemos durante todos esses anos.
Minha história com Karol rendeu altas risadas, a dele com Karena também, a da sua mãe que morreu tentando se curar de um câncer me deixou orgulhoso, eles passaram juntos e se prepararam para a partida dela, sei que foi difícil nunca estamos preparados para a única certeza dessa vida.
Mas ele fala da mãe com tanto amor e carinho, eu queria poder ser assim.
Não sentir dor, só saudade.
- Você não tem culpa de nada Mike, muito pelo contrário, agradeço, eu preciso superar, a música era minha paixão e enterrei, substituir por outras coisas e consegui viver.
- Você enterrou porque isso te causou dor, mas ela está aí dentro de você.
- Eu vou superar, é a primeira vez que estou tentando e nem acredito que disse em voz alta.
- Você soube algo do motorista que atropelou a tia? Faço que não.
- Eu fiquei sem chão, não quis saber de nada, até que um advogado apareceu e informou que tinha um seguro para receber da parte do motorista eu nem sei se era mulher ou homem não quis saber de nada e Agus o colocou para correr.
Eu não tinha cabeça e nem estruturas. Ele afaga meu ombro.
- E como está pensando em fazer com a proposta do avô, acha que é um meio para controlar tudo?
- Eu me questionei muito isso, mas não acho que seja o caso, ele tem o rabo preso e muitas coisas vão ser reveladas quando voltarmos.
- Então vai precisar ser forte para ela.
- Eu a manteria aqui se fosse possível, mas...
- Ela uma Boss. Ele rir.
- Exatamente.
- Veja a situação, análise se estiver certo de investir eu tô dentro.
- Como assim?
- Claro se você me quiser como sócio.
- Você vai deixar o seu lugar... Para... Espera... O que? Ele sorrir.
- Minha casa sempre vai ser aqui, mas acredito que a minha mulher precisa de outro ar também. Ele olha para Karena na cozinha preparando o almoço com Karol, as duas se divertem rindo e escutando música.
- Então? Nem percebi que seu olhar já estava em mim, e ele sorrir.
- Ainda não acredito que você se casou com ela sem se dar conta de que estava apaixonado.
- Eu nunca estive antes, na verdade ela tinha razão desde o início, é a melhor amiga que alguém pode ter. Mike sorrir.
- Mas se está certo disso, é claro que quero você comigo. Aperto sua mão e assente.

Nó na garganta e coração apertado foi como fiquei ao me despedir de Mike.
Era até engraçado, foram apenas quinze dias, e compartilhamos uma vida e tudo que eu queria era tê-lo na casa ao lado, mas precisavamos voltar.

- Amor o que são todas essas caixas?
Pergunto a Karol ela está na cozinha abaixada no armário, tem uma semana que voltamos da Itália e para nossas vidas. Me aproximo abaixando e beijo seus lábios, cheirando seu pescoço, senti saudade do seu perfume.
- Você disse que eu poderia mudar o que eu quisesse. Franzo o cenho e aponto para a caixa no chão.
- Panelas. Ela faz uma careta e dou risada.
- Ninguém precisa saber que não sei cozinhar, mas você sabe.
- Você parece muito ocupada com toda essa arrumação.
Eu sabia como ela estava se sentindo inútil em casa por não deixar que ela se preocupasse com nada, então disse a ela a casa é sua faça o que quiser e pelo jeito ela levou bem a sério.
- Já estou quase terminando, a maioria das caixas são as coisas que retirei, não está curioso para ver o que fiz. Levanto e olho para a sala.
- Temos um sofá novo? Ela sorrir.
- E o que mais? Observo tem um tapete novo bege da cor das novas cortinas e acho que nossa tv também está maior.
- Você trocou tudo, em tão pouco tempo. Ela rir ficando em pé.
- Sou Karol Pasquarelli posso tudo. Ela estala a língua. E a envolvo em meus braços.
- A é senhora Pasquarelli e o que está pensando que pode fazer agora?
- Um banho bem gostoso com meu marido.
- Hum acho que você tem razão.
- Tenho é?
- Você pode tudo.
- Já que eu posso tudo, contratei uma pessoa para vim aqui limpar tudo três vezes na semana.
- Eu sabia que você iria correr da faxina. Ela faz bico e dou uma mordidinha sorrindo.
Depois do banho gostoso me visto e fico deitado na cama, observando-a enquanto monta sua roupa, vamos jantar na casa dos seus avós.
Quando está pronta abraço-a por trás e beijo seu pescoço.
- Você é linda meu amor. Ela sorrir.
- Desculpe a demora.
- Eu amo te observar. Ela suspira e beija meus lábios mas sei que essa noite não está sendo fácil.
- Vai ficar tudo bem.
- Estou com medo do que vamos enfrentar hoje.
- Eu vou está ao seu lado. Ela volta a me abraçar.

A nossa volta foi uma correria, Karol voltou para presidência e com ela levou Agustín, que mesmo a contra gosto aceitou a proposta da prima de ficar ao seu lado.
Mas ao perguntar a ele o que escondia, disse que seu avô contaria tudo.
Eu por outro lado fui ver o projeto do bar e Sebastian quer entrar comigo e meu primo no negócio.

Estaciono na minha vaga na mansão e Karol desce da moto, seguro sua mão e entramos.
Sua avó como sempre nos recebe com muitos abraços e carinho e logo um terremotinho passa correndo agarrando as minhas pernas.
Pois é, Luna tem passado muito tempo com dona Helena, o que deixa Carolina muito tranquila ela se deu muito bem com a avó de Agus e Karol.
- Quem é a princesinha linda do titio? Ela levanta os dedinhos fazendo um L.
- Iuna. Beijo seu rostinho e Caro aparece.
- Ela ouviu sua voz e saiu correndo, nem terminou de jantar. Agustín também aparece e fomos todos para a mesa.

O avô de Karol aparece quando terminamos de jantar e estamos todos na sala e o clima fica tenso.
- Bem por mim eu levaria para caixão comigo, mas o tempo chegou e preciso ser sincero com todos. Ele troca um olhar com Agus que está sério.
- Do que está falando Bernardo.
- Querida tem algo que você não sabe sobre a morte dos nossos filhos. Ela franze o cenho e Karol aperta minha mão, Caro já levou Luna para a cama.
- O batalhão sabia que seria atacado a qualquer momento.
- O que? Ela questiona e minha mulher não tira os olhos do avô.
- Eles precisavam tirar os médicos das tendas e levar para um lugar seguro, mas nossos filhos não quiseram ir.
- Bernardo como assim?
- Você os conhecia, eles estavam naquele lugar porque era o que queriam desde quando começaram a medicina. Ela ficou quieta e as lágrimas rolavam por seu rosto. Agus se levanta e vai sentar ao lado da avó.
- Quando explodiu tudo e ficamos sabendo, eu pedir, você se lembra ao meu amigo do governo que enviasse resgates.
- Eles já tinham enviado. Ela responde e ele faz que sim.
- Mas não tinha lugar para todo mundo.
- O que? Karol questiona e me mantenho ao seu lado.
- Eles pediram para escolher.
- Você está me dizendo que pediram a você para escolher um dos nossos filhos.
Ele balança a cabeça e uma lágrima rola por seu rosto.
- Vovó, fica calma está bem. Agus pede e ela o olha.
- Eu não tinha como escolher.
- E deixou os dois lá para morrerem o que você tem na cabeça. Karol esbraveja.
- Como eu poderia escolher, me responde Karol como?
- Você sabia? Ela se vira para Agustín.
- Eu era um inconsequente e você só uma criança e...
- Você poderia ter falo com a gente, contado a verdade, eu esperava dele me esconder as coisas, mas não de você.
- Não o culpe por meus erros, ele fez o que eu pedir.
- Karol eu sinto muito por tudo eu não quis esconder nada de ninguém. Ela relaxa um pouco.
- Tudo bem, não é culpa sua. E se vira para o avô.
- Você não tinha o direito de esconder isso da gente, eu entendo que não podia escolher um dos seus filhos, mas eles tinham filhos e mulheres e precisavamos saber a verdade. Ele faz que sim.
- Vovó a senhora está bem? Agus pergunta e olhamos para dona Helena que está branca e desfalece.
Corro para ajudar Agus, enquanto Karol e seu avô chamam por ela, subimos as escadas e seu avô abre a porta do quarto.

Abraço Karol enquanto ela chora, um médico está no quarto com sua avó.
- Foi uma queda de pressão, ela vai ficar bem. Agustín, fala e ela se afasta e abraça o primo.
- Leve- a para casa Rugge. Assinto.

Embaixo das cobertas a envolvo em meus braços.
- Estou tão furiosa com ele. Ela diz baixinho.
- Eu sei, e não estou dizendo que não deva estar, mas foi difícil para ele também, como alguém pode escolher que filho deve viver. Aperto seu corpo bem junto ao meu.
- Eu não sei o que faria se tivesse que escolher, um filho é uma parte nossa. Ficamos em silêncio.
- Você quer ter filhos? Ela pergunta.
- Um monte deles. Consigo arrancar um sorriso seu.
- Já pensou eles correndo pela casa? Pergunto.
- Você não existe sabia?
- Ah eu existo sim, e tenho a mulher mais forte e corajosa que existe.
- Te amo. Sussurra e levanta a cabeça para receber meus lábios.


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