O Depois

Parte 55

Procuro por Ruggero e não o encontro, a Kaká e o Mike foram na casa da mãe dela e eu vim com Ruggero para casa, confesso que ajudar Karena na loja me deixou muito empolgada e me pergunto porque não pensei em fazer moda? Ou marketing? E isso me faz recordar minha família que não vejo há quase dez meses, tudo que passamos antes do acidente e todo o resto.
Eu cresci dentro da Sevilla e sempre foi minha inspiração, mas não sei se hoje eu sou a mesma, na verdade não.
Eu definitivamente não sou a mesma e talvez aquele império todo de hospitais hoje não seja o que me faz feliz.

Me aproximo da cerca de madeira e posso ver meu marido ali sentado na areia, o sol está se pondo, e ele passa as mãos no rosto como se estivesse chorando, e essa cena eu já vi.
Me aproximo devagar, foi difícil conseguir ficar em pé e caminhar em questão de dias, como diz Clara estava tudo aqui, na minha mente eu só precisava me convencer que podia.

Me aproximo devagar e me sento atrás dele, que só percebe minha presença porque minha pernas contornam as suas e abraço seu tronco, puxando-o para mim, preciso afastar um pouco afinal ele é bem maior que eu, para que apoie a cabeça em meu peito, minhas mãos entram em seus cabelos fazendo um carinho e a outra seca suas lágrimas, sinto ele retesar.

- Eu amo você. Um suspiro audível sai dele e sinto-o relaxar.
- Foi por você que eu levantei, mesmo achando que não o merecia.
- Karol... Ele se afasta e se vira olhando em meus olhos.
- Quando você saiu da Sevilla aquele dia, eu perdi o chão, e voltei no tempo, eu pensei em ter passado pelo luto dos meus pais e do meu irmão, mas a verdade é que não, foi só quando eu perdi você que ..
- Você não me perdeu, nunca poderia me perder.
- Mas o Caio... Ele segura minhas mãos.
- Meu amor eu só precisava de um tempo para assimilar tudo, eu entendi você e já estava pronto para voltar, enquanto me despedia de Karena e Mike assistimos o noticiário foi assim que fiquei sabendo.
- Eu pensei que você me odiava e eu ainda perdi o nosso filho, não achei que te merecia.
- Não repete isso, por favor... Eu que me odiei por sair do seu lado, eu te deixei por uma semana e olha... Silêncio colocando meu dedo em seus lábios.
- Você não tem culpa Ruggero, eu cometi um erro em sempre acreditar que ainda existe o melhor em cada ser humano.
- Você está falando do Marcos?
- Sim.
- Porque entrou naquele carro?
- Ele pediu para conversar comigo, eu levantei aquela manhã muito mal, fiz os teste que havia comprado na farmácia e deu positivo, então resolvi fazer o exame de sangue para confirmar, e só me toquei que ele me seguiu quando pegou uma estrada que não era para nossa casa.
- Esse desgraçado queria te sequestrar?
- Não sei o que ele queria, mas eu não iria com ele a lugar nenhum, eu.. eu...
- Amor, não quero que fique recordando algo que te faz tão mal.
- Eu não pensei nas consequências eu... Tirei o cinto e tentei fazê-lo parar, mas ele me acertou, eu lembro de tentar de novo mesmo tonta porque bati a cabeça em algo foi então que vi o carro em nossa direção, fui lançada para fora do carro.
Ele está chorando assim como eu, secamos as lágrimas um do outro e ele beija minhas mãos.
- Eu perdi meu chão quando vi aquele letreiro piscando na tv.
Eu fiquei chateado porque não me contou...
- Mas eu...
- Eu sei, eu entendi meu amor, eu só precisava refletir, eu não tenho raiva do seu irmão, de maneira alguma e mesmo odiando essa palavra foi uma fatalidade.
Aconteceu e não quero ficar pensando no passado, eu quero o meu presente e o meu futuro ao seu lado, você Karol é quem eu quero.
- Eu sei que demorei, e você sofreu me perdoa. Ele beija meus lábios.
- O importante é que eu tenho você agora, e não vou desgrudar nunca mais.
- Acho bom mesmo, porque não tenho intenção de sair do seu lado nem por um minuto. Ele me abraça forte e agora eu sei, não importa os obstáculos no final de tudo, no depois nós sempre teremos um ao outro.
Ruggero beija minha testa, depois meus olhos, a ponta do meu nariz e logo após meus lábios.
- Preciso te contar uma coisa, e vamos tomar a decisão juntos ok? Curiosa assinto.
- Tudo bem, o que está te incomodando?
- Aconteceu uma coisa.
- Que coisa?
- Com a sua avó. Minhas mãos que ele seguravam escurregam e perco a fala, meu coração acelera.
- Com a minha vó? Ele faz que sim.
- O que? Ela está bem? Rugge por favor?
- Calma meu amor, ela está bem agora, precisou de uma cirugia, sua vó sofreu um infarto.
- Que? Mas... Meu Deus eu não estava lá e...
- Ei, calma você precisava se cuidar primeiro de tudo, e não poderia evitar, sua vó está bem agora.
- Tem certeza.
- Foi o que Valentina me informou, a minha pergunta é, o que você quer fazer? Franzi o cenho.
- Amor eu te trouxe até aqui, porque achei que você precisava disso para se recuperar, e aconteceu, agora o que quer fazer?
- Eu... É eu preciso ver minha vó.
- Tudo bem, se você quiser ir nós vamos, se quiser voltar nós faremos entendeu eu só quero que esteja confortavel e feliz.
- Com você ao meu lado eu sou a mulher mais feliz desse mundo.
- Ah sim? Envolvo seu pescoço.
- Sim.
- Então vem cá minha mulher feliz.
Ele fica em pé e segura minhas mãos fazendo que levante também e corre comigo para água do mar, antes de entrar nos desfazemos das roupas e entramos, mergulhando, a água está fresquinha o que faz minha pele se arrepiar Ruggero sorrir pra mim e nos beijamos, com o sol se pondo, a imensidão do céu e água do mar ao nosso redor como testemunha desse amor tão lindo e único que nasceu de uma linda amizade e floresceu e tenho certeza que vai durar para sempre.

Desculpem a demora, eu consegui revisar todos os capítulos e agora sim vamos retomar as postagens.