Parte 36

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- Quando você percebeu que não conseguia tocar?
Karol pergunta estamos deitados, estou com a cabeça apoiada em seus seios deixando que minha respiração volte ao normal, o cheiro de sua pele me deixa duro de novo, mas me concentro em sua pergunta.
Sua mão faz um carinho gostoso em meus cabelos.
- Rugge você não dormiu aí não né? Ela puxa devagar meu cabelo para que olhe em seus olhos.
- Está tudo bem meu amor, eu quero que dívida essa dor comigo.
- Porque? Pergunto com um nó na garganta.
- Porque sou sua mulher. Ela sorrir.
- Porque eu amo você, e se tem algo na sua vida que ainda te causa dor quero que dívida comigo, vamos passar por isso juntos. Abraço seu corpo relaxando.
Nunca pensei em ter esse tipo de sentimento por alguém.
Não sei como descrever o que ela se tornou para mim em tão pouco tempo.
- Depois do funeral eu fiquei perdido, não sabia o que fazer... Eu não aguentava ficar em casa era demais para mim.
Uma noite eu sair sem rumo, chovia muito e sentei em uma calçada sem me importar se estava molhado ou não.
Foi quando conheci seu primo, ele me tirou da rua me levou para sua casa onde ele morava com Carolina.
Agus me ajudou sem pedir nada em troca, consegui vender a casa com sua ajuda, encaminhar toda a papelada da herança que eu tinha para receber e quando precisei esvaziar a casa ele estava lá.
Eu não suportava olhar para a capa do meu violão, de onde ele nunca mais saiu.
- Você não voltou a tocar.
- Eu troquei a faculdade Karol.
- Acho que no fundo você está culpando a música e o seus sonhos por tudo que aconteceu a sua mãe.
- Não eu... Paro por um minuto e suas palavras começam a fazer sentido.
- Você deixou tudo, abandonou porque foi fazendo o que amava mesmo que indiretamente aconteceu tudo.
Talvez na sua cabeça se ela estivesse no trabalho ou em casa e não fosse até você poderia estar aqui. Uma lágrima risca meu rosto, eu nunca pensei assim, e suas palavras me tocam de um jeito.
- Amor olha pra mim. Ela pede com carinho.
- Está tudo bem, eu me culpei por muitos anos, porque fui a última a falar com meu irmão e não percebi que ele estava mal, mas eu não podia mudar o curso das coisas, e você também não poderia.
Sua mãe foi até você, porque tinha orgulho do filho, de tudo que ele estava alcançando, e ela não iria querer que você desistisse. Vem cá.
Ela me aperta em seus braços e meu corpo relaxa mais uma vez, como se tivesse saído um peso das minhas costas, como se agora eu conseguisse respirar melhor.
Ficamos em silêncio, só aproveitando o calor e o carinho.

Deixei Karol dormindo e fui tomar banho , quando saiu do banheiro ela está deitada na cama sem o lençol somente com uma calcinha e não posso deixar de admira-la.
- Se eu fosse um violão que nota musical você tocaría? Sorrio com a sobrancelha arqueada.
- Como assim? Me aproximo da cama e ela se aconchega ao travesseiro.
- Digamos que meu corpo é um violão.
- Bem a forma ele tem...
- Safado.
- Com você é impossível não ser.
- Está me enrolando. Sorrio.
- Impossível escolher uma só nota, eu teria que tocar todas. Ela gargalha e fecha os olhos quando minhas mãos acariciam sua barriga.
Já estou de joelhos ao lado da cama.
- Então toca sua canção com todas as notas em mim. Olho pra ela que faz um aceno com a cabeça.
Levanto a mão até seus cabelos e acaricio e deslizo a ponta dos dedos da sua testa até a boca onde contorno com o polegar e continuo minha carícia até os seios.
Sua pele se arrepia e arfo, meu coração batendo descompassado.
- Fecha os olhos amor. Ela fala e faço o que pede.
- Agora finja que eu sou o seu violão, coloque as notas Rugge.
De olhos fechados penso no meu violão e abro os olhos vendo o seu corpo e o quanto eu a amo, subo uma mão no meio dos seus seios e a outra desliza para sua barriga apertando o lado da sua cintura, coloco as notas da canção e as poucos vou me recordando, como fazer.
Meus dedos deslizam por sua pele como se fosse meu violão pessoal.
Concluo os últimos arcodes finalizando a canção, minha respiração alterada, meu coração batendo como um louco, abro os olhos e sinto as lágrimas rolarem, quando olho para Karol ela está secando as suas e sorrir para mim.
- Eu amo você. Sussurra e nossos lábios se chocam é como se repetisse a canção só que agora com meu corpo.
Me coloco sob ela que já se livrou da unica peça que nos separava.
E posso unir nossos corpos, fundir nossas almas e nosso coração em um só.
Porque eu pertenço a ela como ela me pertence.

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