Parte 3

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Desperto e puxo o ar com força, droga.
Abro a gaveta ao lado da cama procurando a bombinha.
Onde está? Acendo a luz e a encontro sacudo um pouco e puxo o ar uma vez, duas vezes.
Sentado tento controlar os batimentos acelerado, olho no relógio e conto o tempo, meia hora depois e ainda não passou.
Sei que tenho o máximo de cuidado, meu último tratamento foi a dois anos e eu quase não tinha crises mas ultimamente estou sentindo mas que o normal.
Levanto enfio uma calça e logo depois a camisa, pego um casaco e o gorro na cabeça, o capacete e as chaves da moto.
Eu não poderia dirigir assim, mas não posso esperar.
Quinze minutos depois estou entrando na emergência, preencho a ficha e me levam para uma enfermaria, uma médica loira abre a cortina e faz os procedimentos.
- Preciso te colocar no oxigênio. Assinto.
- Ruggero não é? Faço que sim.
- Vou te encaminhar para um pneumologista ele vai te passar o tratamento necessário, vai ver que se sentirá muito melhor.
- Não.
- Não?
- Eu não posso, estou sem seguro, você poderia me passar uma nova bombinha a que uso..
- Não faz mais efeito. Ela constata.
- Eu vou te prescrever outra e mais alguns medicamentos, sua asma é crônica?
- Sim, eu tenho desde criança.
- Certo. Ela escreve as receitas e uma enfermeira coloca o tubo no meu nariz. Fecho os olhos sentindo meu corpo tremer e tentando controlar a respiração.
Quatro horas depois saiu do hospital e ligo para um colega que trabalha em um laboratório de medicamentos, ele sempre me vende as bombinhas com desconto.
Volto para casa e mando uma mensagem para Sebas que vou para o almoço, consigo dormir mais um pouco antes de ir trabalhar.

Estaciono a moto e quando desço vejo aquelas pernas sair de um táxi, paro e observo ela fala algo com o motorista que aponta para o outro lado.
A garota dos olhos verdes,eu reconheceria aquelas pernas em qualquer lugar, ela arruma a saia branca curta por sinal, me pergunto se ela não pega um resfriado, com o frio que faz em Nova York.
A garota é linda mas o que tem de linda tem de fresca muito patricinha, se ver pela cara que ela faz ao encarar o prédio a sua frente que se dar o caso é o pronto socorro onde estive a noite.
Balanço a cabeça e entro dando inicio a mais um dia de trabalho.
- Ei Rugge tenho um trabalho extra está afim?
- Quando?
- semana que vem.
- O que vai ser?
- Uma festa de riquinho, mas pagam muito bem.
- Conta comigo. Ele assente e sigo trabalhando, vou no estoque pegar umas garrafas e quando abro a porta dou de cara com a patricinha, ela esbarra em mim e por pouco não deixo as garrafas caírem.
- Opa. Falo equilibrando as garrafas e ela com o outro braço.
- Desculpe. É.. um eu posso usar seu telefone? Ela levanta o celular apagado.
- Claro. Entro no espaço do balcão e pego meu celular entregando a ela, e me afasto.
Quando volto ela terminou e coloca em cima do balcão.
- Muito obrigado, eu vou esperar lá fora.
- Acho melhor ficar aqui dentro. Ela se vira com uma sobrancelha lá em cima.
- Está frio lá fora e pode chover a qualquer momento, você chamou um táxi? Ela olha lá fora e depois para mim.
- Não, minha prima está chegando, e enquanto ao frio, é normal por aqui.
- Se você diz, só pode ser perigoso uma garota como você ficar sozinha nas ruas do Brooklin.
- Uma garota como eu?
- Você não é da região, as coisas aqui funcionam de uma maneira um tanto diferente do que está acostumada. Ela solta uma risadinha.
- E com o que acha que estou acostumada?
- Não sei só tome cuidado, lá fora.
Aviso e volto para organizar as mesas.

Na sexta a tarde o movimento diminuiu e aproveitei para fazer os pedidos do bar juntamente com Júnior, enquanto Sara tomava conta lá fora.
- Rugge tem duas garotas lá fora querendo seu suco de frutas vermelhas. Franzo o cenho deixo o computador de lado.

- O que posso fazer por vocês? Pergunto me dando conta de quem são.
- Vocês aqui de novo. É um sinal que gostaram do lugar.
- Do lugar, do drink e da visão maravilhosa que é você. A loira fala sorrindo e pisca um olho para mim.
- Fico feliz que aprecie. A outra está no celular.
- Pode preparar dois dos seus sucos  maravilhosos, mas com álcool dessa vez? Olho a hora são cinco da tarde.
- Claro. Me viro e começo a preparar quando escuto.
- Você pediu álcool, não acredito. Coloco as bebidas.
- Ela quer relaxar parece que seu dia não foi dos melhores,  não se preocupe coloquei pouca vodka no seu, percebi que álcool não está na sua lista.
- Ah sim? E o que acha que está na minha lista? A loira rir e bate palmas.
- Adoro esse clima sexual que se formou que tal uma noite quente a três.
- Valentinaaa. A garota repreende a loira que se dobra de rir e por incrível que pareça quero rir também.
- Aí Karol larga de ser chata estou brincando com meu amigo não é Rugge? Ela olha para mim.
-  Tenho certeza que ele já ouviu coisas piores então estou perdoada. Ela levanta o punho para que toque o meu e faço sorrindo.
- Sem dúvidas, mas uma noite a três me faria lembrar os tempos de escola, e não estamos mais nesse pique.
Falo contendo a risada e a loira aponta para mim.
- Viu só, achei minha alma gêmea. A outra empurra a bebida que ela levou a boca.
- Bebi vai e fica caladinha, não sei para que tirei você daquele fórum sério.
- Ela não é normal me desculpe por isso. Dou de ombros.
- Acho que ela é uma boa amiga.
- Eu disse minha alma gêmea. Ela revira os olhos.
- Não dê corda. Levanto as duas mãos pedindo desculpas.
- Bem vocês querem mais algum drink eu tenho um trabalho interno para fazer.
- Já, pensei que teria você só para mim.
- Desculpe loirinha vai ficar para próxima. Ela sorrir seca a mão no guardanapo e levanta.
- Valentina, Valu para os amigos. Aperto e ela aponta para o lado.
- A vaca aqui é a Karol.
- Ei, não sou uma vaca. A loira levanta a sobrancelha e a outra bufa.
- Ok as vezes. Então olha para mim.
- Obrigado pelo drink.
- Foi um prazer Karol. Viro de costas e depois para elas novamente.
- Se bem que prazer só na cama não é? Ela fica parada com a bebida no caminho e seus olhos se arregalam as bochechas ficam vermelhas e a loirinha falta cair da cadeira de tanto rir e bate palmas, levanta novamente o punho e bato no dela piscando um olho.
- Era só brincadeira.
- Você não vem mais aqui está contagiando ele. Dou risada e o telefone do bar toca e vou atender, era um fornecedor e quando estou para voltar.
- Rugge. Elas ainda estão por ali é a loira que chama e levanta o fio para mim.
- Vocês se importam se ligo o notebook aqui? Pergunta, e sorrio não é a primeira que pede par estudar ou trabalhar em uma das mesas.
- Não. Dou de ombros.
- Vou incomodar se ficar aqui no bar? É a morena Karol é o seu nome.
- Não se preocupe o movimento diminuiu e as sete fechamos. Ela olha a hora no relógio.
- Obrigado. Conecto o fio do computador para elas e volto para o estoque para terminar os pedidos e as planilhas.
Meia hora depois estou de volta e elas estão ali de olho em algo no computador, o bar está quase vazio, mas algo me chama atenção.
Sebas está em uma das mesas com aquele advogado e pela cara que está fazendo a coisa não estão boa.
- Ruggero... Ruggero.
- Não é esse o nome dele? Olho para o lado e a loira já está em pé balançando as mãos.
- Oi me desculpe.
- Você foi longe... Ela então olha na direção que eu estava e cruza os braços, posso ver uma carranca se formar e levanto a sobrancelha.
- Valentina. Ela não para e está caminhando até eles.
- Ela o conhece?
- Se ela o conhece, acho melhor pegar a pipoca e sentar aqui, você vai gostar do show. Arregalo os olhos.
- Não se preocupe, ela não vai mata-lo, não nesse sentido. A morena rir alto e apoia a cabeça nas mãos e acabo me encostando no balcão próximo a ela e não posso deixar de admirar sua beleza.

Ok!ok! Voltei e com essa maravilha aqui.
Preparem os dedos, coração e as lágrimas e o corpo também porque vou fazer vocês 🥵 .

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