Eu conheci o Agus ainda na minha experiência no hospital, ele era o típico garoto rebelde, ele havia se machucado em uma disputa de corrida ilegal e passou a noite em observação.
Ele pediu meu telefone e eu neguei, pensei que era só um capricho, mas todos os dias quando saia do plantão ele estava ali me esperando, foi assim por dois meses até eu aceitar sair com ele.
Dou risada.
- Quando eu passei a fazer parte da vida dele, eu descobrir o Agus encrenqueiro e rebelde, que fazia tudo para irritar o seu avô, e o Agustín homem aquele que eu amo.
Quando ele decidiu me pedir em casamento, ele se concentrou em trabalhar, fizemos planos e ele estava a todo vapor na Sevilla um dia ele me levou para conhecer seu avô, eu não entendi o que tinha acontecido mas o hospital estava passando por algo e estava uma correria na empresa seu avô não deu importância para o que Agus queria e naquele dia eu descobrir um dos seus vícios que até então era desconhecido por mim.
- Vício? Meu primo? Ela coloca o cabelo atrás da orelha.
- O que vou contar nao pode sair daqui, ele não queria que eu tivesse contato com nenhum de vocês.
- Por conta da idiotice do meu avô? Pergunto incredula.
- Também.
- Agus se drogava Karol, ele começou com maconha, depois crack e por último eroina.
- Meu Deus.
- Ele caia toda vez que via seus planos frustrados e seu avô não ajudava muito.
Antes do Agus sumir da vida de vocês, ele recebeu um arquivo com o nome Afeganistão, eu não sei do que se tratava porque ele queimou e nunca me contou o que tinha ali.
Depois disso ele ficou transtornado, houve uma briga feia com seu avô, então ele cortou todos laços, e toda vez que seu avô enviava alguém a sua procura a gente se mudava.
Devo dizer que ele até parou de usar, depois que eu fiquei em cima, não era fácil lhe dar com alguém viciado em casa. Ela descia o olhar.
-Quando ele conheceu o Ruggero as coisas pareciam realmente bem. Então volta a olhar para mim.
- Ele sentia muita falta de você e do seu irmão, se culpava por não está lá para vocês, por não defende-los do egoísmo do seu avô. Assinto segurando as lágrimas.
- Ele quis fazer pelo Rugge o que não fez pelo Caio e até tentou, mas a morte do seu irmão veio como uma paulada na cabeça dele.
Quanto mais ele fazia pelo Rugge, mais ele se afundava do outro lado.
Acho que você sabe que o Ruggero tem o mesmo problema de saúde do seu irmão? Ela questiona e assinto novamente.
- A verdade é que ele se culpava de alguma forma pela morte do Caio, ele nunca disse em voz alta mas eu vi chorando várias vezes com essa foto em mãos e repetindo a si mesmo.
Eu não vou falhar dessa vez, é como se o Ruggero fosse uma nova oportunidade para ele, só que o fardo era pesado demais e ele caiu e dessa vez foi horrível, perdemos tudo para esse vício maldito e quando descobrir a Luna eu não podia ficar de braços cruzados, estávamos sendo ameaçados...
- Pelo Billy? Ela faz que sim.
- Não tínhamos lugar para morar, foi então que eu e Ruggero demos um basta, ele tinha que se internar e voltar a ser o Agus de sempre, curar as feridas ou iria embora, levaria sua filha e de alguma maneira seu filho e melhor amigo. Ela faz sinal com a cabeça para o quarto.
- Então ele se internou, ele procurou ajuda?
- Sim ele fez, quando viu o mundo desmoronar em cima dele.
Ele prometeu pra gente que só sairia de lá quando fosse alguém novamente.
- Então o acerto de contas era isso?
- Sim, quando Agus se internou, não tínhamos como pagar, ele tinha vendido tudo o que tínhamos para comprar drogas. Ela levanta a cabeça respirando fundo.
- E como fizeram?
- O Ruggero. Minha expressão é confusão total.
- Ele usou as economias que a mãe havia deixado para ele e pagou a clínica. Levo minhas mãos a boca.
- O que sobrou ele pagou uma parte da dívida, e fez um acordo com o Billy, eu consegui o trabalho no posto e conseguimos alugar uma casa, Ruggero já trabalhava no bar com Sebastian.
Como eles sempre apareciam para nos lembrar que estavam por perto seguindo nossos passos.
Ruggero conseguiu essa casa é na parte residencial e assim eu poderia ter a Luna mais tranquila e sem eles por perto e ele ficou no apartamento.
- Isso tudo é muito louco.
- Eu sei.
- A quanto tempo ele está lá? Você disse que estava grávida ainda.
- Sim, um ano e meio mais ou menos a Luna vai fazer um ano, recebemos uma comunicação que ele estaria saindo em dois meses, já se passaram um.
- Então ele vai sair, e está bem?
- Estamos confiando que sim. Fico em pé e enfio as mãos no cabelo me sentindo exausta e me aproximo da porta do quarto da Luna.
Ruggero está sentado na poltrona cochilando com a mão dentro do berço segurando a mãozinha dela.
- Ele é a nossa calmaria em meio a toda essa tempestade. As lágrimas riscam meu rosto e trato de secar, pigarreio.
- Eu preciso ir embora. Volto a olhar para Luna.
- Ela é perfeita. Falo e me viro para ela.
- Eu não sou igual ao meu avô, e prometo que vocês não vão voltar a ver esses caras nunca mais.
- Tenho certeza que você esmagaria as bolas deles.
- Pode apostar que sim, fica bem Carolina, foi um prazer conhecê-la. Ela sorrir assentindo. E faço o caminho pelo corredor, pego celular pedindo um taxi, quando estou chegando ao portão.
- Karol. Me viro.
- Ele as vezes é idiota, mas seu coração é enorme pega leve com ele.
- Sabe eu só queria que ele confiasse em mim como eu confio nele, eu queria está para ele, como ele esteve para mim mas acho que eu não era o bastante e tudo bem afinal eu nunca tive um amigo mesmo, já deveria está acostumada.
- Não espere...
- Espero reve-las um dia Carolina da um beijinho na Luna por mim.
Fecho o portão e abro a porta do táxi.
Encosto minha cabeça na janela e espero que esse dia acabe de uma vez por todas
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O Depois
FanfictionEu queria não ter forças, queria não levantar, queria não falar, queria não fazer se quer um movimento mas não, sou um ser humano e fui feito com um instinto de sobrevivência e por mais que a vida bata eu continuo em pé. Como? Não tenho ideia, eu s...