Parte 52

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Deixo Karol dormindo e levanto cedo, faço um café, vejo Valentina entrando com as sandálias nas mãos totalmente diferente do que estou acostumado a vê-la, sem nenhuma maquiagem, ela sorrir e lhe entrego uma xícara apontando para a mesa.
- Como ela passou essa noite?
Outra coisa que consegui fazer escrever para Valentina todos os dias e falar como Karol estava, o sinal aqui é péssimo mas dávamos um jeito de todo dia ao menos um de nós ir a cidade.
- Foi a primeira noite em que ela dormiu de verdade.
- E você? Desvio do seu olhar e encaro a xícara em minhas mãos, ela estende um braço e aperta minha mão.
- Vamos conseguir. Assinto.
- Fico feliz que está aqui, acho que sua presença deixou ela mais segura.
- Acho que ela já se sentia segura, falamos pouco mas ela quis saber de todos, essa é a Karol que eu não esperava encontrar.
- Nem todos os dias são ruins.
- E naqueles ruins vamos está lá.
- Não me vejo sem ela Valentina.
- Ótimo me poupa de chutar sua bunda. Sorrio.
- O que você queria falar que é tão importante?
Ela levanta e vai até o quarto, quando volta está com duas pastas em mãos.
Coloca tudo na minha frente.
- O que é isso?
- Contratos.
- Ainda não consegui entender?
- São contratos da Sevilla que não podem ser assinados por Agustín somente por Karol.
- Não sei se ela está pronta para isso, não quero que... Ela me interrompe sorrindo.
- Não são para ela. Ela pisca um olho.
- Não, eu... Ela põe um papel e reconheço a caligrafia de Karol.
É uma declaração feita a mão pela própria Karol reconhecida em cartório, se um dia ela não estiver apta ou vier a obito... Eu. Levanto os olhos.
- Nao me olhe assim, você deveria conhecer a mulher que tem.
- Eu assinei um contrato pré nupcial.
- Aquilo ali não tem validade alguma com isso aqui.
- Isso não é justo. Eu não quero nada e...
- Ruggero, quando você se apaixonou e decidiu ficar, sabia exatamente quem era Karol e de onde ela veio.
- Eu sei, estou dizendo que é dela, da sua família eu não entro.
- Você é a família dela, ou esqueceu que se casaram? Fora que o que Karol tem é algo deixado por seus pais e seu irmão que não estão mais aqui.
- Mas...
- Você vai assumir ou quer que ela se preocupe agora?
- Golpe baixo loira, Agustín não pode ver isso?
- Ele tentou mas querem o presidente, sinto muito.
- Rugge... Escuto a voz de Karol e um suspiro sai dos meus lábios.
- Nem uma palavra sobre trabalho com ela, eu vou analisar. Ela faz um sinal custurando a boca e depois sorrir.

Chego a porta do quarto e Karol já está na cadeira empurrando para o banheiro.
Me aproximo da porta e ela me encara pelo espelho sorrindo.
Um alívio percorre todo o meu corpo.
Me aproximo abaixando diante dela, que leva as duas mãos ao meus cabelos fazendo um carinho.
- Eu amo você. Meu coração acelera.
- Acho que eu amo mais. Brinco e ela faz bico, e não resisto preciso sentir seus lábios, mas sou surpreendido quando ela abre a boca e sua língua toca meus lábios.
Suas mãos raspam minha nuca e aquele arrepio gostoso se faz presente.
Quando nos afastamos, sou surpreendido novamente com aquele lindo brilho em seus olhos, aquele que me devota inteiro e me faz perder o controle, aquele que eu via quando nos pegamos no meu sofá, ou quando tinha que beija-la fingindo que estávamos apaixonados e no final foi isso que aconteceu.
O meu brilho especial estava de volta e eu não sabia a quem agradecer.
- Rugge. Escapa de seus lábios.
Passo os braços embaixo de suas pernas e coloco-a sentada no móvel do banheiro.
Ela arranca a minha blusa que estava vestida e tenho meu paraíso particular.
- Você vai me devorar agora ou vou mofar mais um pouquinho. Mordo o lábio e solto um suspiro quando sua mão desliza por baixo da camisa e entra na minha bermuda deixando para trás qualquer linha de raciocínio.
- Aqui pode ser desconfortável para você.
- Não faça isso. Continuo beijando e sugando sua pele.
- Quer que eu pare?
- Não. Quero ser tratada como sempre fui , sua mulher, sua amante, sua melhor amiga não ache que sou frágil a ponto de quebrar, não assim.
Quero meu homem, meu marido, estou com tesão e preciso que me foda agora.
Dizer que meu queixo caiu era pouco, mas logo tratei de me recompor, afinal minha mulher precisava de mim.
- E tem alguém aqui prontinho para isso.
- Ah ele não dorme em serviço, principalmente quando a dona dele comanda. Ela sorrir e volta a me beijar.

Valentina ficou por algumas semanas, mas precisou voltar logo, antes de ir me ajudou com os contratos que precisavam de assinatura e me informou da reunião geral do conselho onde eu deveria está presente.
Mas não sabia como abordar o assunto com Karol.
Não quero ir e deixá-la aqui, onde encontrou tranquilidade, esses meses foram essenciais para ela e seu desenvolvimento.

Vou chegando de uma corrida na praia, vejo o carro de Clara encostar.
- Como estamos hoje? Ela sorrir perguntando.
- Devo confessar que ela vem dormindo bem, parece que os pesadelos resolveram deixá-la.
- Isso é muito bom.
Empurro o portão e deixo Clara entrar, fecho e quando viro fico paralisado um sorriso se alarga em meus lábios e meu peito se enche de orgulho.
Karol está de costas para nós em pé na barra de metal onde ela se quer se apoia dando pequenos passos, a cadeira está na outra ponta, isso significa que ela veio até aqui e está voltando, sozinha com suas próprias pernas e sem apoio.
Olho para Clara e ela está sorrindo mas não diz nada, levanta uma mão e me pede calma.
Quando Karol alcança a ponta segura na barra e seca a testa e ao invés de sentar ela apoia o pé novamente no chão e dar a volta para fazer novamente o percurso não consigo conter as lágrimas e nesse momento nossos olhos se encontraram, ela fica surpresa ao nos ver ali.
- Ops, exagerei? Questiona levantando os ombros.
Seco as lágrimas e sorrio e Clara bate palmas.
- Foi incrível, como se sente?
- Confesso que estou cansada, parece que tenho cem quilos na perna, mas eu consigo.
- É normal, vamos fazer uma massagem isso ajudará mas estou explodindo de felicidade. Karol sorri e caminha novamente segurando na barra, dou alguns passos me aproximando quando ela alcança a ponta, levanta a cabeça e me encara sorrindo.
Envolvo sua cintura e ela passa os braços por meu pescoço.
- Eu amo você. Falo.
- Acho que eu amo mais. Estreito os olhos por ela copiar a minha fala e sua gargalhada faz meu peito vibrar novamente.

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