Parte 41

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- Preciso te contar uma coisa.
- É sobre o nosso destino? Ela questiona sorrindo.
Depois de ajudar Karol com sua mala, estamos os dois acomodados dentro do avião.
- Sim, eu não escolhi esse lugar somente porque queria passar um tempo com você.
- É o seu país, e pelo que lembro, você não conhece, ou era muito pequeno para lembrar.
- Você está certa, depois que meu pai faleceu eu nunca mais voltei, mas...
- Eu estou aqui com você, se está sendo difícil, vou te apertar mais ainda. Dou risada porque ela está abraçada ao meu corpo.
- Eu quero seu aperto. Mas quero te contar, quando o Agus se internou.
Ela se afasta um pouco para poder olhar para mim.
- Ele estava fora de si, e Carolina não sabia o que fazer, nós conversamos e ele aceitou se internar, mas Carol gastou tudo o que tinha para pagar os idiotas que vendiam as drogas, e não foi o bastante, eu paguei a clínica com o dinheiro que minha mãe deixou para mim.
- Mas a minha avó pagou a clínica.
- Sim, eu não tinha ideia, e só percebi porque fui mexer na minha conta do banco e o dinheiro estava lá intacto.
Mas o que quero dizer é, eu tenho uma casa, bem era do meu pai e coloquei a venda para pagar o restante da dívida, que você pagou.
Mas não consegui vender, segundo o agente imobiliário eu não sou o único dono.
- Como assim?
- É isso que quero descobrir eu não tenho ideia de como é essa casa, mas não queria fazer isso sozinho, eu... Desculpe se foi...
- Pode parar eu vou adorar conhecer o lugar de onde veio, vai ser incrível.
- Sério?
- Tudo com você é incrível meu amor, estou feliz que vamos fazer isso juntos. Ela era tudo o que eu precisava e não tinha noção que queria.

O caminho do aeroporto fizemos em silêncio, Karol apoiou a cabeça em meu ombro, ela está bem cansada da viagem mas ainda assim sua animação acaba me contagiando.
- Rugge, sua casa é perto do mar. Ela solta assim que entramos em uma rua de pedras e o mar bem diante dos nossos olhos. Arranho a garganta, tem muito tempo que não falo italiano, falava somente com minha mãe e não sei qual está o meu nível.
- Dove siamo/Onde estamos? Pergunto ao motorista.
- Essa é a parte da costa mais isolada, uma das mais bonitas por isso é muito preservada, tem ainda uma aldeia de pescadores, mas já aviso que o sinal de celular aqui é terrível.
- Como é que essa gente sobrevive sem celular. Karol resmunga em inglês e o motorista rir.
Estamos diante uma casa ou é duas, uma ao lado da outra.
De fora parece enorme e muito bonita.
Um homem acena para mim com uma pasta em mãos e presumo ser o agente imobiliário.
- Senhor Pasquarelli? Aperto a mão que ele estende para mim.
- Ruggero por favor.
- É um prazer conhecê-lo, sou Diego.
- O prazer é meu Diego.
- Bem, suas chaves, nós trocamos as fechaduras, a casa está em perfeitas condições até porque o proprietário ao lado faz reformas anuais e sua casa está sempre em dias. Franzo o cenho.
- Acredito que não estão em casa no momento. Ele aponta para a casa e me ajuda com a bagagem.
- Se precisar de alguma coisa, ou decidir se vai vender estarei às ordens. Agradeço e ele se despede.
Karol está parada na sala e me aproximo.
- É você? Ela questiona apontando e vejo um porta retrato em cima do móvel.
Meu coração acelera e engulo o nó que se formou de repente.
São duas fotos, uma sou eu pequeno e a outra é com meus pais.
Eu quase não tenho recordação dele.
Toco a foto e uma saudade me invadi.
Os braços de Karol me envolvem.
- Você se parece muito com eles, principalmente com o seu pai, agora eu sei de onde vem tanta beleza, a mistura dos dois fez essa gostosura que é meu marido, obrigado sogrinhos vocês capricharam, prometo fazer o mesmo. Solto uma risada.
- Então você vai caprichar heim?
- Não posso decepcionar eles, tenha isso em mente. Ela beija meus lábios e olha por cima do meu ombro.
- Ruggerooo. Sussurra e me viro, a sala de jantar tem uma porta enorme de vidro e a praia está logo ali.
- Não acredito que você queria vender essa casa.
- Eu não lembrava como era.
- Não pode amor, descobrir que é o meu lugar favorito no mundo.
- Você nem conhece nada aqui.
- Não preciso conhecer, está casa era do seus pais, tem muito deles aqui, você não vai querer perder isso, nem aquilo ali. Ela aponta para o mar.
- Está bem, não vamos vender.
Conhecemos cada ángulo da casa, e levamos a bagagem para o quarto, depois de um banho, conseguimos dormir.

Na manhã seguinte, coloco uma bermuda e visto uma camiseta, deixo Karol na cama e desço as escadas, abro a porta de vidro tem um gramado, um jardim e mais a frente uma cerca fechando o terreno e logo mais a areia branquinha.
Karol tem razão, posso sentir a presença deles aqui.
- O bom filho a casa retorna. Escuto e me viro tem um cara em pé colocando uma garrafa de café na mesa.
- Bem acho que você cresceu mais do que eu. Ele sorrir e franzo o cenho.
- Já tomou café da manhã? Pergunta e aponta para a mesa.
- Devo parlare in inglese o ancora ci ricordi l'italiano?/ Vou ter que falar inglês ou ainda lembra o italiano? Forço minha voz a sair.
- Desculpe, estou um pouco confuso.
- Café? Pergunta e acabo me aproximando e ele aponta a cadeira e aceito o café, sentando em seguida.
- Você parece me conhecer? Ele rir.
- Sou Mike, sou seu primo, acho que seu único parente no mundo ao menos você é o meu.
- Primo? Ele entra na casa ao lado, a varanda é ampla e não tem divisória entre as duas casas, quando volta é com um cestinho de pães e um porta retrato e me entrega.
A foto são dois homens e duas crianças, olho bem. Um dos homens é o meu pai e a criança sou eu, olho para o garotinho ao meu lado e... Volto meu olhar para ele.
- Acho que a tia Antonella não falava muito da gente não é?
- Você realmente é meu primo?
- Nossos pais eram irmãos, todos dois marinheiros. Um sorriso orgulhoso aparece em seus lábios.
- Depois do acidente a tia decidiu ir embora com você, ela não aguentava viver aqui e nós perdemos contato.
- Então essa casa...
- Eram deles, você tentou vender mas precisa da minha autorização para isso, ainda quer vender?
- Quero... Quer dizer não.
- É acho que foram muitas revelações e você ainda está confuso, mas será que posso te dar um abraço?
- Claro. Fico em pé e nos abraçamos.
- Desculpe é tudo confuso ainda para mim.
- Eu sei, só queria que soubesse que tem a mim.
- Bem posso dizer o mesmo, já que agora sei que tenho um primo.
- Então vamos tomar café da manhã e você me conta como vão as coisas, a última vez que nos falamos foi para brincar com carrinhos e quantos doces tinhamos. Dou risada.
- Rugge... Amor onde você está?
- Você pode começar por isso. Ele aponta para minha aliança e Karol aparece.
- Estou aqui. Ela se vira e sorrir para mim.
- Você e sua lábia de Barman já está fazendo amizade. Mike rir.
- Venha até aqui quero te apresentar. Ela se aproxima e a envolvo em meus braços beijando seus lábios.
- Karol esse é o Mike meu primo. Karol arregala os olhos, se vira para mim e depois para Mike, acaba sorrindo.
- Preciso dizer que é um prazer imenso? Aí ele fala inglês, eu arranho um pouco no italiano mas não sou tão boa.
Pois é, minha mulher é uma caixinha de surpresas, descobrir que Karol fala cinco idiomas tudo por conta da Sevilla, ela queria estar a altura da empresa.
- Eu falo e entendo. Ele diz sorrindo.
- Então você tem um primo.
- Acabei de descobrir.
- Isso é um máximo. Espere então foi por isso que não conseguiu vender a casa elas são conjugadas.
- Garota esperta. Mike fala e sorrir para algo atrás de mim.
- Família reunida? A linda garota na porta pergunta.
- Venha aqui meu amor vamos tomar café da manhã.
- Rugge, Karol essa é Karena minha linda mulher.
- Bobo, é um prazer finalmente conhece-los.
- Nós? Então vocês sabiam da gente? Karol pergunta e Karena se estica pegando uma revista, abre e tem uma foto minha com Karol eu lembro bem foi a entrevista que ela deu para falar do nosso casamento.
- Foi a primeira notícia que tive sua todo esse tempo, claro antes aquele agente imobiliário esteve aqui, eu pedi seu contato e ele disse que não poderia era violação da privacy e ele poderia ser demitido. Ele bufa.
- Bem, vamos comer e depois podemos pegar uma praia, o que acham? Karena pergunta
- Perfeito. Karol responde.
- Você vai contrariar? Mike pergunta.
- De jeito nenhum.

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