Parte 48

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De volta ao hospital procuramos informações sobre Marcos e nos encaminharam para outra ala.
Bato na porta e escuto um entre.
Ele está ali deitado mudando o canal da tv, olha para a porta e fica surpreso ao me ver.
- Você parece muito bem, para alguém que teve um acidente tão feio.
- O que está fazendo aqui?
- Vim trazer notícias de como você a deixou.
- Sai daqui.
- Ah mas você vai gostar de saber. Me sento ao seu lado.
- Por alguma razão minha mulher entrou no seu carro, e agora está em cima de uma cama, teve uma lesão no pulmão e na coluna vertebral perdendo o movimento das pernas.
- O que? Não...
- Ah e não foi só isso, ela estava grávida.
- Grávida? Ele tem a cara de se desesperar.
- O bebê não resistiu, e Karol vai precisar de tratamento para tentar voltar a andar e até agora não consegue dizer uma palavra porque está em choque, enquanto você está aqui deitado assistindo tv, coçando o saco.
- Eu... Eu sinto muito. Nego e uma risada amarga escapa dos meus lábios.
- Sente muito, abra bem os ouvidos pois eu só vou falar uma vez.
Não quero ver você, não quero que chegue perto dela outra vez e pode ter certeza que se eu ao menos sonhar que se aproximou não vai desejar saber do que sou capaz.
- Eu sinto muito de verdade eu a amo.
- Não, você não a ama, quem ama cuida, quem ama respeita, quem ama vibra com a felicidade do outro então não, você só é um idiota.

Duas semanas e Karol esta recebendo alta e vai poder voltar para casa, ela passou por vários especialistas e já deram início ao tratamento com as medicações para a coluna mas ela precisa começar a fisioterapia.
Mas ainda tem uma coisa que nos preocupa, Karol não diz uma palavra.
O psicólogo diz que é normal que ela precisa de mais tempo.
Estou assinando toda sua documentação quando Agustín passa falando com seu avô e uns seguranças o acompanham.
- Obrigado. Falo com a recepcionista e vou para o quarto, Valentina está penteando o cabelo de Karol que já está pronta.
- Vamos peguem suas coisas. Escuto o avô de Karol falar.
- O que está acontecendo aqui?
- Estou levando minha neta para casa.
- Ok, mas não lembro de pedir sua ajuda para levar minha mulher para casa.
Olho para Karol que tem seu olhar perdido alheia a tudo o que está acontecendo, Valentina beija sua testa e ela se quer sente.
- Eu não preciso da sua autorização garoto ela é minha neta e na minha casa vai ter o melhor tratamento possível.
- Acho que o senhor está esquecendo que a sua neta é casada comigo, e quem decide para onde vamos no momento sou eu.
- Não quero saber sua opinião.
- Lá fora os dois agora. Valentina fala sério e Agus senta ao lado de Karol.
- O que pensa que está fazendo vô? Vai perguntando.
- Eu não quero saber vou levá-la para casa.
- Ela não vai com você.
- Vô escuta uma coisa, Karol é casada e o senhor querendo ou não, vai ter que aceitar que a sua neta tem alguém agora.
- Mas..
- Mas nada, se continuar não vou esperar o Ruggero me pedir ajuda eu mesmo peço uma restrição contra o senhor e vai ficar sem vê-la é isso que quer?
- Valentina você não faria isso com seu avô.
- O senhor já sabe a resposta, então pegue os seguranças e volte para casa, vovó precisa de você, e se conforme que todos nós temos uma vida e não precisamos que a comande.
- Eu falei vovô, você é teimoso demais, vamos pra casa. Agustín fala e aponta para dentro.
- Ela precisa de você. Assinto e entro. Karol está olhando pela janela.
- Vamos meu amor. Ela volta seu olhar para mim e me aproximo abaixando em sua frente.
- Vamos para casa tudo bem? Ela assente e beijo sua mão.

Depois que coloquei Karol na cama, fui guardar todas as coisas e quando entrei no quarto ela está dormindo.
Depois do banho aproveito para deitar ao seu lado e a abraço trazendo seu corpo para mim, aos poucos vou relaxando sentindo seu cheiro único.

Um mês do acidente e Karol não diz uma única palavra e se recusa a fazer fisioterapia.
Chego em casa depois de resolver algumas coisas para os bares que vão ser inaugurados.
Valentina ficou com Karol, encontro-a no sofá trabalhando.
- Como você está?
- Não sei como responder a isso.
Ela não está progredindo e eu me sinto inútil.
- Ei, ei calma aí, você está ao seu lado e isso já é o suficiente para ela.
- Ela não fala comigo, chora toda noite, não faz um movimento do que é prosposto eu não sei o que fazer.
Ela parece pensar.
- Porque não a leva daqui.
- Como assim, Valentina ela precisa se recuperar
- E precisa de um lugar tranquilo para isso.
- Você acaba de me dar uma maravilhosa ideia loira.
- Ótimo vou fazer a mala dela.

Consegui falar com Mike e Karena que estavam se preparando para a mudança, e resolveram adiar um pouco já que eu estaria levando Karol para a ilha.

Chegamos a ilha depois do almoço e Karena preparou o quarto na parte de baixo.
Depois do banho vou preparar algo para o nosso jantar e vejo Karol olhar para o mar através do vidro.
Me aproximo dela.
- Que tal vermos o por do sol lá fora. Ela olha para mim e depois lá para fora mais não me responde.
Pego uma toalha e um cobertor e vou lá fora estender na areia e volto para pegar Karol.
Sento-a e me posiciono atrás dela, envolvo meus braços ao seu redor e aliso seu cabelo.
Ela fica um tempo olhando o mar e sinto seu corpo tremer.
Viro Karol para mim.
- Eu amo você. Seco suas lágrimas.
- Eu sempre vou amar você não importa o quanto vamos enfrentar.
E pela primeira vez depois de um mês ela esboça sua primeira reação acaricia meu rosto e aproximo minha boca da sua depois de um mês inteiro posso sentir seus lábios nos meus de novo.
E não me dou conta que também estou chorando.

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