Nossa filha Ellie June

Capítulo 5

POV EMMA

Cheguei ao LAX, Aeroporto Internacional de Los Angeles um pouco depois das seis e meia da tarde, estava na fila de imigração, com a mala de mão preta e de rodinhas ao meu lado, segurando o casacão de inverno pendurado no braço da mesma mão que eu segurava o passaporte. Os meus cabelos loiros estavam presos em um rabo de cavalo, usava meus óculos, calça jeans, botas de cano curto e salto baixo, pretas, e uma blusa de manga comprida de listras horizontais brancas e azuis.

Fui encaminhada para um dos guichês assim que ele desocupou e entreguei meu passaporte, o policial digitou algo no computador e escaneou o código de barra depois de checar meu rosto com a foto.

- Bem-vinda de volta – ele falou devolvendo meu passaporte após vistar minha entrada.

- Obrigada – sorri e passei para buscar minhas malas.

Quando saí do desembarque logo avistei Ryan, o motorista que trabalhava conosco em momentos específicos.

- Senhora Myers – ele assentiu e eu sorri – como foi a viagem? – Ele pegou o carrinho com minhas malas e empurrou.

- Boa, obrigada por perguntar.

- Emma – uma moça correu em minha direção e eu parei – posso tirar uma foto?

- Claro – falei sorrindo e fiquei ao seu lado enquanto ela erguia o celular na minha frente.

Ainda me sinto levemente envergonhada quando isso acontece, mas hoje levo mais de boa do que levava anos atrás quando queria cavar um buraco com as minhas próprias mãos e me enterrar.

- Obrigada – ela falou sorridente – eu sou apaixonada pelo seu trabalho.

- Muito obrigada.

- Emma – Ryan falou e eu continuei andando, mas logo um flash mas agressivo veio em minha direção – acho melhor andarmos mais rápido – ele falou e eu baixei a cabeça para proteger os meus olhos do homem alto e careca que estava há alguns passos de mim.

Pulei para dentro do carro preto e Ryan colocou as malas no porta malas e correu para a direção.

- Eu realmente pensei que não teriam paparazzis aqui, Georgina falou que você conseguiu embarcar sem problemas em Vancouver, pensei que eles não saberiam o horário da sua chegada.

- Eles sempre sabem de tudo, Ryan.

Seguimos para Malibu e o trânsito estava insano, a viagem que normalmente lavaria uns 50 minutos, provavelmente levaria mais de uma hora.

- Como foi ontem? – Perguntei para ele, me referindo a premiação que ele levou Jenna e Ellie.

- Foi tranquilo, a pequena estava bem empolgada, voltou para casa desmaiada de sono – ele riu me respondendo olhando pelo retrovisor.

- Imagino – sorri em resposta – estou contando os minutos para vê-la.

Lembrei de ligar meu celular e recebi as mensagens de Georgina, minha assistente, falando sobre dezenas de coisas ao mesmo tempo.

- Oi Georgina – mandei áudio – você pode acertar tudo, confio nas suas decisões e você sabe do jeito que gosto as coisas. E qualquer decisão que eu tiver que tomar, se não for algo urgente, só semana que vem, vou me desligar esses dias. Se algo que seja realmente urgente acontecer você pode me ligar, mas ao contrário, você pode falar que só semana que vem.

Essa semana eu quero me dedicar a elas, antes de acertar qualquer agenda futura, preciso entender o que tá acontecendo na vidinha da Ellie, do que ela tá precisando, como tá a escola, aulas de bateria e agora para completar a correria, como se fosse pouca, ela ainda inventou de entrar no grupo de líderes de torcida. O que me surpreendeu, porque eu realmente nunca imaginei Ellie sendo líder de torcida. E tem Jenna, talvez seja ela quem eu tenha mais que entender o que está acontecendo, porque definitivamente, não estamos bem.