POV ELLIE
Na manhã seguinte, durante o café-da-manhã, eu comentei com a minha mãe Emma que queria voltar para Malibu, e ela ficou visivelmente preocupada com o meu pedido, tentou me convencer a ficar, idealizando atividade que podíamos fazer quando voltássemos da terapia, mas eu pedi para ficar em Malibu, que sentia falta de casa, e ela se deu por vencida e iria me levar de volta depois da sessão de terapia.
Não demorou para a terapeuta me chamar, minha mãe Emma ficou na sala de espera e eu entrei no consultório.
- Olá Ellie – Olga, uma senhora de cabelos grisalhos, mas super moderna falou sorridente – como foi o seu fim de semana? Na nossa última sessão você falou que essa semana seria a primeira semana na casa da sua mãe Emma.
- É – falei me arrumando na poltrona, deixando o andador ao meu lado – mas eu já estou voltando para Malibu.
Olga franziu o cenho e tirou os óculos modernos de armação preta e com brilhinhos na ponta.
- Você quer conversar sobre o que aconteceu?
- Eu fiz uma coisa que eu não estava preparada – encolhi meus ombros.
- O que você fez?
- Eu perguntei da minha mãe se ela estava conhecendo alguém – mordi o interior da minha bochecha – e ela disse que estava.
- Ok – ela assentiu.
- E eu pedi para conhecer a pessoa – Olga ergueu as sobrancelhas discretamente, surpresa – e eu me senti mal.
- O que aconteceu para você se sentir mal? – Ela apoiou os dedos no queixo, prestando atenção no que eu falava.
- Eu... – baixei minha cabeça e apertei meus dedos das mãos – eu senti que eu estava traindo a minha mãe Jenna – eu comecei a chorar porque me senti aliviada por falar isso – é meio bobo, desculpa – limpei meu rosto, Olga pegou uma caixinha de lenço e me entregou.
- Lembra do que a gente conversou na nossa primeira sessão? – ela levantou e foi até um frigobar no canto da sala, abriu a porta e tirou uma garrafinha de água, pegou um copo de vidro sobre a pequena geladeira e deixou na mesinha ao meu lado, abriu a garrafa e serviu a água – aqui não existe nada bobo, se está lhe incomodando, não é algo bobo.
Balancei a cabeça positivamente, peguei o copo com água e bebi.
- O que fez você sentir que estava traindo a sua mãe Jenna?
- A minha mãe Emma fez o meu prato favorito, ravioli de massa caseira, mas isso era algo que a gente fazia juntas, nós três, e aí ela fez para eu conhecer a pessoa com quem ela está saindo. E era uma coisa nossa, de nós três.
- Ellie, você tentou enxergar essa situação por outro lado?
- Como assim?
- Será se a sua mãe não decidiu fazer o seu prato favorito porque na verdade ela queria te deixar à vontade nessa situação? Ao invés de ter feito para agradar uma outra pessoa?
- Não sei – dei de ombros – mas teve uma coisa que me deixou feliz -mudei meu tom de voz.
- O que?
- Na casa da minha mãe Emma, a mesa de jantar é de seis lugares – Olga acompanhava a minha linha de raciocínio – ela é retangular, duas cadeiras, uma em cada ponta, e no meio duas cadeiras, uma de cada lado.
- Sim
- No sábado, quando a gente jantou, só nós duas, eu sentei em uma dessas cadeiras do meio, e a minha mãe ao meu lado, mas na cadeira da ponta. Então meio que ficou subentendido que esses eram os nossos lugares.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nossa filha Ellie June
FanfictionO que Jenna Ortega e Emma Myers mais desejavam era manter a filha, Ellie June, longe dos holofotes de Hollywood, mas enquanto tentam manter o casamento vivo, a menina é atraída pelas luzes do sucesso.