Capítulo 67

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Muito cedo para o primeiro post? 


POV EMMA

Eu não queria que essa importunação chegasse a esse nível, eu não queria envolver a polícia, porque eu sabia que isso iria cair na mão da imprensa, e eu realmente queria que minha separação e nomes de supostos affairs que surgiram nesse período continuassem sendo apenas boatos para pessoas externas ao meu relacionamento. Mas agora a situação era completamente diferente, Clare tentou se aproximar da minha filha, e sinceramente, exposição nenhuma me intimida quando o assunto é a Ellie.

Parei o meu carro diante do prédio cinza e iluminado por postes com luzes de led branca, caminhei em direção a porta e elas abriram assim que o sensor identificou minha presença. Entrei no ambiente de luz forte e temperatura baixa por causa do ar-condicionado forte. Uma moça de roupas pretas cheias de emblemas da polícia da Califórnia, cabelos loiros presos em um coque pareceu me reconhecer assim que passei pela porta, enquanto outra ao seu lado, de pele retinta, cabelos trançados em finas tranças e presos em um rabo de cavalo, usando as mesmas vestimentas, pareceu mais discreta e me cumprimentou.

- Boa noite – ela falou de trás do computador com um discreto sorriso no rosto.

- Boa noite – falei indo até ela.

- Em que posso ajuda-la? – a mulher me indicou a cadeira diante de si e eu sentei.

- Eu quero prestar uma queixa – a moça loira olhou surpresa na direção da colega que a ignorou e manteve o olhar em mim.

- Entendi – Ela mexeu no computador e começou a digitar – seu nome completo, por favor.

- Emma Grace Ortega Myers.

A escrivã digitou meu nome e olhou para a tela com a testa franzida, tentando entender o que aparecia para ela.

- Antes de qualquer coisa – ela virou para mim, com as mãos sobrepostas sobre a mesa – a senhora gostaria de me explicar o que houve?

Respirei fundo e me arrumei na cadeira, me sentia completamente desconfortável com aquela situação, mas sei que era ela quem iria conseguir me ajudar, então comecei a contar a minha versão dos fatos e a mulher diante de mim prestava atenção em tudo que eu falava.

- E quando que vocês se conheceram? – Ela questionou.

- Há alguns anos, cinco mais ou menos, trabalhamos juntas em um projeto e nunca mais nos vimos, nos reencontramos um pouco antes da minha separação – expliquei.

- É a primeira vez que ela aparece em um local onde está sua filha?

- Que ela tenha visto, sim.

A mulher olhou para mim por alguns segundos e respirou fundo, como se pedisse desculpa pelo que ela iria dizer a seguir.

- Senhora Myers, isso que a senhora me relatou não permite me fazer um boletim de ocorrência.

- Como? – Perguntei surpresa, inclinando meu corpo em direção a mesa da escrivã.

- Nada do que a senhora falou caracteriza como ameaça ou perseguição.

- Como não? – Perguntei assustada – Ela invadiu minha casa.

- O que ela fez não caracteriza invasão, era um local que ela tinha acesso e a senhora mesma falou que ela não sabia que sua esposa e sua filha estariam lá e que o porteiro foi quem autorizou a entrada dela.

Eu sentia meu corpo tremer enquanto a mulher tentava me explicar.

- E o parque, a pizzaria?

- São locais públicos, e o parque a senhora confirmou que era um local que ela usava para fazer caminhadas, mesmo raramente.

Nossa filha Ellie JuneOnde histórias criam vida. Descubra agora