Nossa filha Ellie June

Capítulo 87

POV EMMA

Sim, eu sou ciumenta, vão fazer o que? Me prender? Mas é claro que não vou falar isso para ela escutar, continuo negando até a morte, mesmo que minhas tentativas de esconder minha falha de conduta sejam péssimas. Jenna é mais ciumenta do que eu sim, e ao contrário de mim, ela admite. Sério, durante as minhas premières, várias vezes eu já a flagrei baixando o rosto discretamente quando ela percebia que uma cena de beijo se aproximava, eu já não tinha isso, para mim quem estava na tela não era a minha esposa. Agora, quer ver ela me deixar irritada e proclamar uma greve de sexo é quando ela decide fazer as piadinhas com amigas de elenco durante as divulgações dos filmes. A prova disso foi que eu quase abri uma garrafa de champagne quando descobri que a Tara morria no Pânico... sei lá, mil, foram tanto que já nem lembro, e eu não iria mais precisar com as brincadeiras infames da minha esposa, na época namorada, junto com as amiguinhas.

Estávamos em silêncio, ela fazia carinho nas minhas costas e eu, com a pena sobre as dela, movia meu pé lentamente fazendo carinho em seu calcanhar.

- Tem uma coisa que eu estava pensando esses dias - Jenna falou e eu olhei para ela que mordia o lábio inferior controlando um sorriso.

- O que? - Franzi o cenho.

- O que você acha da gente ter outro?

- Outro o que, Jenna? - Perguntei um tanto quando surpresa e assustada - me diz que você tá falando de outro gato ou de outro cachorro.

- Não, amor, estou falando sério.

- Eu também - arqueei as sobrancelhas.

- Não seria legal a Ellie ter um irmãozinho ou uma irmãzinha?

- Amor, Ellie tem dezesseis anos, assim que ela conseguir essa carteira de motorista ela só vai pisar em casa para dormir. Seria uma ótima ideias se a diferença fosse sei lá, dois três anos.

- Eu dei a sugestão quando ela tinha dois anos, você que não quis.

- Eu sei, meu amor - eu tirei o seu braço que servia de apoio para mim e virei seu corpo, ficando de conchinha abraçando Jenna e beijando seu ombro nu - Mas eu realmente não quero passar pelo puerpério, pós parto, início da gravidez tudo de novo.

- E se dessa vez for eu? Ou se a gente adotar? - Ela propôs.

- Amor - respirei fundo para ganhar tempo para escolher palavras adequadas - eu realmente não vejo uma criança no nosso meio, pra mim e nossa família assim, pequenininha, só nós três no nosso mundinho, já está perfeita. Eu não consigo ver a gente o domingo todo estudando a tabuada do nove porque segunda tem prova, ou virando a noite porque está com febre. Eu realmente quero perder minha noite de sono porque Ellie foi para a balada e não voltou no horário combinado - ri tentando quebrar o gelo.

- É, acho que você tem razão - apertei mais o seu corpo e beijei seu pescoço - lidar com esses dois mundos ao mesmo tempo vai ser uma loucura.

- Com certeza - Jenna virou e colocou a cabeça sobre meu ombro e a perna sobre as minhas - a Ellie vai começar a construir o caminho dela, abrir as azas e voar - beijei sua testa e deixei meus lábios grudados na região - e quando ela fizer isso, eu só vou querer curtir você.

- Você é uma boba, mas eu te amo.

- Eu também amo você, babycakes.

- Mas eu te amo mais - ela ergueu o corpo e beijou meus lábios - agora vem, vamos dormir - ela tirou o meu braço que estava sobre seu pescoço e me virou, ficando de conchinha - você sabe que eu gosto de ser a conchinha maior.

- Nossa, a minha conchinha é gigantesca - falei por implicância e soltei o riso quando ela me deu um tapa no quadril.

- Vai dormir sem concha nenhuma só para aprender a parar de ser chata - Jenna falou, mas antes que ela fosse para longe eu segurei sua mão e puxei de volta para o meu corpo.