Capítulo 82

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POV JENNA

Como uma Aurora boreal começa a aparecer no céu? Eu não sei e sinto lhe informar que não vou conseguir responder essa pergunta porque de tanto esperar, eu e Emma acabamos dormindo nesse frio de doer os ossos.

Acordei com a batida da porta do carro do lado e me assustei ao perceber que estava dormindo, o som das portas sendo abertas e fechadas em seguia se repetiram e várias pessoas começaram a passar pela minha janela em direção ao campo de grama baixa. A noite estava muito iluminada e eu não entendi o porquê, até que uma serpente verde no céu me chamou atenção, dançando e se exibindo para o grupo de pessoas que começavam a sentar em seus grupos para admirá-la.

- Amor? – Balancei o braço da Emma e ela pareceu se assustar.

- O que houve?

- Olha – Apontei para o céu, sem tirar os olhos da grande serpente verde, que agora ganhava uma luz rosa e roxa na sua lateral.

Emma não falou nada, ficou boquiaberta olhando pelo para-brisa do carro, assim como eu.

- Vamos lá para fora – falei abrindo a porta e ela fez o mesmo.

Estiquei meu braço para ela assim que chegamos na frente do carro e Emma me deu as mãos, entrelaçando os seus dedos cobertos pela luva aos meus. Fomos de mãos dadas até o gramado, um grupo de pessoas tiravam fotos e nós duas fizemos o mesmo, mas apenas uma. Emma abraçou minha cintura e eu posicionei o celular a nossa frente, modificando a luz para que a aurora boreal ficasse visível, o que não me deu dificuldade alguma, já que ela impunha sua beleza. Assim como os demais, encontramos um lugar para sentar, Emma sentou a minha frente, entre as minhas penas, com a parte superior do seu corpo apoiada a minha e eu a abracei. Ficamos em silêncio por um tempo apenas admirando aquelas luzes dançando diante dos nossos olhos.


POV EMMA

Desde ontem a minha cabeça está cheia de pensamentos, reflexões, lembranças, achismos, um pouquinho de insegurança e uma vontade imensa de por para fora tudo o que eu preciso compartilhar. Mas eu apenas aguardei as palavras para mim.

Eu amava o colo dela, principalmente nesses dias que minha cabeça ficava a milhão, mas dessa vez não era uma hiperatividade mental que doía, mas também não era confortável.

- Ellie iria amar ver isso – ela falou com a bochecha apoiada na lateral da minha cabeça, mas eu não respondi.

- Obrigada – eu disse baixo, mas o suficiente para ela escutar.

Jenna se afastou um pouco de mim e olhou meu rosto, com o cenho franzido.

- Do que você está falando, Cariño?

Respirei fundo para controlar o nó na minha garganta.

- Por ter me escolhido para ser mãe da Ellie.

Jenna olhou nos meus olhos e eu não consegui ler sua expressão facial, até porque ela não apresentava nenhuma, apenas piscou calmamente.

- A Ellie não seria a Ellie se não fosse com você – ela falou calmamente.

Eu apenas assenti. Jenna voltou a apoiar a bochecha na minha cabeça e nós duas caímos em um silêncio um tanto quanto barulhento demais, até que ela resolveu quebra-lo.

- Por que você está falando isso agora?

- Porque eu acho que nunca falei isso para você, e eu não queria passar uma vida sem falar. Eu... eu realmente sou grata por você ter me escolhido – minha voz deu uma leve embargada e eu tentei disfarçar.

Nossa filha Ellie JuneOnde histórias criam vida. Descubra agora