Capítulo 65

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POV JENNA

Sendo bem sincera e realista sobre a minha vida profissional, avaliando bem e deixando qualquer pré-julgamento de lado, acho que sempre soube que eu deveria deixar a agência da Elizabeth. Não posso negar a sua parcela de responsabilidade na minha carreira, Elizabeth toma de conta da minha carreira há muito anos e sempre soube me encaminhar para bons papéis e bons testes. Porém, de alguns anos para cá, eu realmente me sentia sobrecarregada, mas eu me deixava levar por uma rotina conturbada que eu já estava acostumada, e quando estava em casa me sentia desperdiçando meu tempo, mas agora eu decidi ter outras prioridades e deixar meu trabalho em segundo plano, e isso fez com que nós duas tivéssemos um conflito de interesses.

Quando entrei no escritório da Mônica para ler a proposta de contrato que ela elaborou para mim, eu sabia que conseguiríamos trabalhar bem, porque o modo que ela lidava com a carreira da Emma, era bem diferente do modo que Elizabeth lidava com a minha. Eu li os papéis e as porcentagens da agência sobre o meu trabalho não eram tão diferentes do que Elizabeth me cobrava, então não pensei duas vezes antes de assinar.

- E como foi a reunião para o término de contrato, foi de boa? – Mônica perguntou enquanto digitalizava as folhas que eu assinei.

- Foi tranquilo para falar a verdade, acho que tanto eu quando ela já sabíamos que essa parceria estava no fim. Já fazia um tempo que nós duas descordávamos de alguns projetos, e a frequência deles também se tornou um problema para mim – arqueei levemente a sobrancelha avaliando a situação.

- É eu sei – Mônica respirou fundo – eu de certa forma entendo o lado da Elizabeth – ela ergueu o indicador em minha direção – entendo, mas não concordo. A questão é: o seu nome, o nome da Emma, o nome de outros atores de grandes projetos daqui da agência, são nomes que vendem, que dão retorno, isso é uma jogada segura para uma agência, mas o problema é que vocês não estão mais em início de carreira, vocês não precisam mais emendar um projeto no outro, como se não houvesse amanhã, vocês têm outras prioridades agora – Ela balançou a cabeça sorrindo, um sorriso que passava tranquilidade – relaxa, Jenna, vai dar certo. Mas mudando de assunto, e a nossa menina? Amanhã é o teste, como ela tá? Tá estudando o texto?

- Estudando o texto ela tá, agora como ela tá eu não sei. Ela não quer passar o texto comigo e nem com a Emma.

- Por que? – Mônica olhou chocada e eu dei de ombros.

- Já ouviu falar que o santo de casa não faz milagre?

- Acho que Ellie vai me dar uma dor de cabeça – Mônica respirou fundo e riu.

- Bem-vinda ao meu mundo – falei sorrindo e arqueei as sobrancelhas.

Segui meu dia resolvendo o que eu precisava resolver em casa, já era fim de tarde e eu dirigia para buscar Ellie na escola, quando meu celular tocou e vi o nome de Aliyah no visor do multimídia do carro, apertei o botão no volante do carro e atendi.

- O que você quer, perturbação da minha existência? – falei rindo.

- Olha não fala assim comigo que eu sou sensível – Aliyah falou do outro lado da linha.

- Ah claro, quem não te conhece que te compre – falei – como você está irmãzinha?

- Bem, estou de folga hoje, pensei da gente sair pra jantar, o que você acha?

- Hoje eu não consigo, Aliyah, estou indo buscar a Ellie agora na escola, tenho que responder uns e-mails ainda e amanhã de manhã a Ellie tem um teste.

- Eu estou sabendo disso, mamãe me falou. E aí, ansiosa?

- Sinto que vou ter uma parada cardíaca a qualquer momento toda vez que lembro disso. Mas você não quer ir amanhã?

Nossa filha Ellie JuneOnde histórias criam vida. Descubra agora