Capítulo 23

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POV JENNA

Eu estou destruída, estou me sentindo uma merda, passei praticamente a noite toda em claro, e quando conseguia cochilar, logo eu era acordada pelas imagens da Emma e da tal de Clare que invadiam minha mente e perturbavam minha paz. Eu não acredito que isso está acontecendo, eu não acredito que eu estou perdendo a Emma, eu não acredito que eu não enxerguei que eu estava perdendo a Emma, mesmo com todos me avisando. Vi o dia amanhecer, desci coloquei água e ração para o Miguel, depois subi, fui até minha penteadeira e peguei um tubinho laranja de remédio, tomei uma pílula para me ajudar a dormir, e pelo visto funcionou. Dormi longas horas, quando acordei já estava na hora de ir buscar Ellie na escola. Tomei um banho gelado, deixando a água cair bem no meu rosto para tirar o inchaço. Uma coisa eu sabia, não importava o quanto estava doendo em mim, eu não iria deixar a Ellie perceber.

Busquei ela na escola, Ellie estava bem falante o caminho todo, comentando como foi a noite na casa dos avós, ela estava feliz e animada, genuinamente feliz e animada, e isso aqueceu o meu coração. Quando chegamos em casa preparei o jantar, nada demais, spaguetti ao molho sugo, algo rapidinho, Ellie comeu e repetiu, e eu me forcei a engolir algumas garfadas.

- Mãe, quando eu vou poder pegar meu laptop de volta? – ela falou com as mãos para trás e desenhando no chão com o dedão do pé, balançando a perna de um lado para o outro.

- Você já recebeu suas notas?

- Não.

- Então quando você receber, e se você tirar os três As, você terá seu laptop de volta. Não era esse o acordo? – respondi colocando a louça na máquina de lavar.

- Tá bom – ela falou desanimada – tem uma coisinha também que eu queria pedir.

- O que? – Olhei para trás e ela estava com uma cara envergonhada – O que foi, Ellie?

- Hum... sabe o Elijah, o meu amigo da aula de música?

- Sei sim, o seu amigo – estreitei meus olhos em sua direção.

- Ele... ele me convidou para ir ao cinema no sábado. Eu posso ir? – ouvi sua pergunta, virei, apoiei o corpo no balcão da pia e cruzei os braços – eu queria muito ir, por favor – ela juntou as mãos.

- Esse menino, ele não é finalista?

- Não, ele está um ano na minha frente só.

- Hum... você está gostando dele? – perguntei sorrindo.

- Ele... ele é legal, a gente conversa bastante e...

- Tá, mas essa não foi a minha pergunta – provoquei e ela riu.

- Acho que sim – ela ficou com as bochechas vermelhas – eu posso ir?

- Pode, pode ir – pisquei para ela e Ellie abriu um sorriso largo.

- Obrigada, mãe – ela sorriu.

- Huuum... ela tá apaixonadinha – me aproximei dela fazendo as minhas mãos como garra – que bonitinha.

- Não, mãe, não – ela já começou a rir antes de eu estar realmente perto – nem começa.

- Começar com o que? – Segurei seu corpo na frente do meu, de costas para mim e fiz cosquinhas em sua barriga.

Ellie começou a gargalhar alto e foi fazendo peso para baixo com o corpo até chegar no chão, eu fiquei em pé, com um pé de cada lado do seu corpo, curvada, fazendo cosquinhas em sua barriga enquanto ela soltava sua gargalhada gostosa e me fazia rir também.

Nossa filha Ellie JuneOnde histórias criam vida. Descubra agora