POV EMMA
Sim, as estradas estavam com várias partes congeladas, por várias vezes vi Jenna segurar firme no volante para estabilizar o carro, mesmo que estivéssemos com os pneus corretos para o tempo que fazia, senti que ela não estava segura para dirigir.
Estamos em um país muito pequeno, onde o número total de habitantes consegue ser menor que o número de habitantes do estado onde agente mora, então tudo parece afastado demais, isolado demais, o que proporciona uma vista maravilhosa, como essa que estamos tendo na estrada. Mesmo fazendo quatro graus, o dia está lindo, o céu incrivelmente azul com algumas nuvens brancas que parecem algodão doce, o campo infinito que a estrada cortava tinha uma leve camada branca sobre a grama por causa do orvalho congelado, as montanhas negras adiante tinham as pontas brancas indicando o acúmulo de neve. A paisagem era perfeita, passava calma, aconchego e romantismo.
Em um determinado momento da nossa viagem fomos alcançados por uma nuvem cinza que deixou o dia mais nublado e logo uma chuva fina começou a cair, olhei no mapa que indicava o percurso que tínhamos que seguir no celular da Jenna que estava preso na saída de ar do veículo. Olhei para o lado e vi uma Jenna mais tensa no volante, ela mordia o lábio inferior e eu resolvi que precisávamos parar.
- Amor – toquei na sua coxa - tem uma cidade na próxima saída, vamos parar lá, a gente procura um café ou algo assim até essa chuva passar. É melhor, mais seguro.
- É... eu também acho – Jenna concordou e ligou o pisca do carro para a esquerda quando nos aproximamos da saída, mesmo não tendo nem sinal de outro carro atrás da gente.
A saída da estrada nos levou a Budir que era quase um vilarejo, com pouquíssimas casas, algo que parecia uma prefeitura ou delegacia, uma igreja que mais parecia uma capela de tão pequena, completamente preta que ficava perto de onde estacionamos o carro e algo que eu julguei ser um restaurante.
- Que igreja diferente – Jenna falou ao bater a porta do carro, vestindo seu casação preto com o capuz cobrindo sua cabeça.
Andei alguns passos a sua frente e passei primeiro pelo portãozinho da igreja que não precisaria de esforço nenhuma para pular e passar para o outro lado, mas que mesmo assim tinha um cadeado, indicando que a igreja estava fechada. Olhei para a placa no portãozinho de madeira e Jenna se aproximou de mim.
- Igreja de Budir – dei de ombros – auto explicativo, não acha? – falei olhando para Jenna que riu e balançou a cabeça negativamente.
- Vem, amor – Ela segurou minha mão – vamos procurar um lugar e esperar essa chuva passar.
Entramos no local que achamos ser um restaurante, e assim que passamos pela porta percebemos que se tratava de um local que provavelmente estava na família há anos. Escolhemos uma mesa que ficasse longe de qualquer fresta onde pudesse entrar ar, Jenna sentou na cadeira a minha frente na mesa de madeira, e uma mulher idosa veio em nossa direção nos entregar o cardápio, e foi nesse momento que eu e Jenna percebemos que iríamos encontrar um grande desafio linguístico por termos saído da capital.
Acabamos decidindo por um cappuccino, porque foi um dos poucos nomes que reconhecemos no cardápio e um bolo que não fazíamos ideia do que era mas estava na vitrine e foi fácil de apontar.
A velhinha simpática, de cabelos grisalhos, perfeitamente arrumados em um coque trouxe nossos pedidos em uma bandeja, falou algo que eu não tenho ideia do que significava e nos deixou a sós novamente. Peguei meu cappuccino e segurei com as duas mãos, mais para aquecer meus dedos do que me dar estabilidade e não derramar. Assoprei e a fumaça bateu no meu nariz que provavelmente estava vermelho porque só então percebi o quanto ele estava gelado.
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Nossa filha Ellie June
FanficO que Jenna Ortega e Emma Myers mais desejavam era manter a filha, Ellie June, longe dos holofotes de Hollywood, mas enquanto tentam manter o casamento vivo, a menina é atraída pelas luzes do sucesso.