CAPÍTULO 25

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MOIRA

SHIRLEY DESLIGOU O TELEFONE E DISSE COM OLHAR DETERMINADO:

-  É O MESMO HOMEM, TENHO CERTEZA. ELA ESTÁ ÀS VOLTAS COM AQUELE HOMEM, QUE A DEIXOU NAQUELE ESTADO MISERÁVEL, NOVAMENTE! - ELA ESTAVA TRANCADA NA BIBLIOTECA E NÃO HAVIA NENHUM MEMBRO DA FAMÍLIA EM CASA. APENAS SEU ASSISTENTE PESSOAL, QUE NINGUÉM MAIS CONHECIA ALÉM DELA E SEU MARIDO, ERIC.

-  O QUE QUER QUE EU FAÇA?

-  O DE SEMPRE. DAREI UM JEITO PARA QUE ELA O TRAGA ATÉ AQUI. PRECISO VÊ-LO COM MEUS PRÓPRIOS OLHOS. CHEGA DE ANONIMATO.  - SEU OLHAR ERA FRIO E CALCULISTA, AGORA.

- ELE NÃO É ANÔNIMO. JÁ DISSE COMO ELE SE CHAMA, ONDE VIVE E O QUE FAZ PARA GANHAR A VIDA.

-  NÃO É GRANDE COISA, SE NÃO SEI NADA DE SEU PASSADO. NÃO QUERO MOIRA ENVOLVIDA DE NOVO COM O HOMEM QUE A FEZ PERDER TODO BOM SENSO. ENTÃO, SE EU O TROUXER ATÉ AQUI, POSSO DESCOBRIR COMO AFASTÁ-LO DELA. TALVEZ ELE ACEITE UM ACORDO, SE FOR BOM O BASTANTE. ELE É UM MÍSERO COMERCIANTE. PODE ACEITAR DINHEIRO PARA INVESTIR EM SEU NEGÓCIO, AO INVÉS DE SE METER COM MINHA FAMÍLIA.

-  É TUDO?

-  SIM, É TUDO. MANTENHA-ME INFORMADA.

ELE FAZ UM BREVE E SUBMISSO GESTO, INCLINANDO LIGEIRAMENTE A CABEÇA E SAI, SILENCIOSAMENTE. SEUS MOVIMENTOS SILENCIOSOS LEMBRAM OS DE UM FELINO, NÃO FAZ UM RUÍDO SEQUER, ENQUANTO CAMINHA, ABRE E FECHA A PORTA ATRÁS DE SI.

JANE ESTAVA NO CAIXA DA FARMÁCIA E NOTOU ALGUÉM OLHANDO POR CIMA DE SEU OMBRO. ELA LOGO SE APRESENTOU, DIZENDO:

-  VOCÊ DEVE SER A GAROTA DE NOVA IORQUE! - SORRI ALEGREMENTE E ESTENDENDO A MÃO, A CRESCENTOU, DEPOIS DE TAMBÉM PASSAR PELO CAIXA - EU SOU DAPHNE MALLONE, UMA AMIGA DE RYAN BRADFORD!

'AMIGA DE RYAN...' PENSOU JANE, COM UMA BREVE AVALIAÇÃO DA APARÊNCIA DELA. MORENA, CABELOS CASTANHOS E ONDULADOS, CORPO ESCULTURAL, UM VESTIDO COLORIDO, COM UM DECOTE MEIA TAÇA, EXIBINDO PARTE DOS SEIOS FIRMES. ELA É NATURALMENTE SENSUAL E SABE COMO VALORIZAR SEUS ATRIBUTOS, EMBORA NÃO SEJA JOVEM COMO MONICA, VIZINHA DE RYAN.

-  UAU...VOCÊ É MUITO BONITA! NÃO É SEM RAZÃO QUE RYAN NEM NOS NOTAVA! VOCÊ PARECE SOFISTICADA, COMO UMA MODELO NUMA REVISTA DE MODA! 

JANE SE SENTE DESCONFORTÁVEL COM O ELOGIO FRANCO. MESMO PORQUE, SABIA QUE NÃO ESTAVA NADA ATRAENTE, USANDO APENAS UM JEANS E CAMISETA. DIZ A DAPHNE:

-  GENTILEZA SUA, IMAGINE...

-  NÃO, ESTOU SENDO APENAS HONESTA, AINDA QUE, COMO AS OUTRAS, EU AINDA TIVESSE ESPERANÇAS. MAS, DIANTE DE VOCÊ, QUEM SOMOS NÓS? VOCÊ ATÉ PARECE UMA CELEBRIDADE, DIRETO DE HOLLYWOOD PARA ESSA PEQUENA CIDADE! NÃO É MESMO, UMA MODELO?

'CELEBRIDADE DE HOLYWOOD? OK, ISSO ESTÁ COMEÇANDO A FICAR MUITO ESQUISITO. ELA ME OLHA COMO SE FOSSE ME PEDIR UMA AUTÓGRAFO...MELHOR EU IR EMBORA.' DECIDE.

-  EU PRECISO IR. FOI UM PRAZER, DAPHNE.

-  VOCÊ VAI AO FESTIVAL, NÃO VAI? - PERGUNTA, ANTES QUE JANE SE AFASTE. 

-  AH SIM, O FESTIVAL! ESTAREI LÁ, NÃO PERDERIA POR NADA, ESSE GRANDE EVENTO LOCAL!

- TE VEJO POR LÁ, ENTÃO. BYE, BYE! - ACENA E SAI ANTES DE JANE, INDO NUMA DIREÇÃO OPOSTA AO CAMINHO DELA.

JANE ESTÁ A CAMINHO DE CASA E NOTA QUE NÃO ESTÁ SENDO SEGUIDA. NÃO FOI SEGUIDA EM MOMENTO ALGUM, DESDE QUE SAIU. O QUE É MUITO RECONFORTANTE. CONTUDO, OS LOCAIS A OLHARAM COM CURIOSIDADE EM TODOS OS LUGARES QUE ESTEVE. ERA COMO SE ELA FOSSE A ÚNICA FORASTEIRA NA CIDADE. E TALVEZ, FOSSE ISSO MESMO.

O MEU SUPER HOMEMOnde histórias criam vida. Descubra agora