Lealdade & Ambição - Legados de Sangue / Ominis Gaunt

Capítulo XX

_Puta que pariu eu disse! – reclamou Sebastian, irado – eu disse para nós virarmos sozinhos. Ai ó... olha essa merda.

Anne não estava com paciência para Sebastian. Ela se virou e lhe deu um tapa bem na nuca.

_Sebastian! Por favor...

Ominis andava de um lado para o outro, as mãos na cintura.

A verdade é que aquilo não era culpa de ninguém. Quem imaginaria que a menininha os levaria direto para a sala da diretora? Ela foi astuta, percebeu rapidamente que eles eram suspeitos. Mas ainda assim, ela devia ser uma pessoa extremamente cautelosa, mesmo que fosse óbvio que eles não eram estudantes, ele sabia que a escola recebia visitantes o ano todo. Ainda assim, ela suspeitou.

Eles vieram de tão longe.

Entraram na escola disfarçados de visitantes, mentiram sobre seus nomes o caminho o todo, apenas para acabar pegos.

Ominis já estava perdendo a cabeça quando a porta se abriu, revelando a diretora de Ilvermorny. Ele ficou impressionado com a energia dela. A magia envolta dela era muito poderosa, como se ela fosse uma varinha ambulante, como se fosse um condutor humano de magia. Nunca tinha visto nada similar.

Para Sebastian e Anne, ela era jovem, completamente diferente do que imaginaram. Sebastian nunca sonhou que a diretora de uma escola pudesse ser uma mulher tão jovem, tão...bela. Os olhos dela, quase amarelos, eram amedrontadores, mesmo sob o sorriso que ela esboçou.

_Desculpem pela demora – ela fechou a porta atrás de si.

Caminhou até uma enorme mesa de carvalho preto e se sentou devagar, como se tivesse todo tempo do mundo a disposição. Ela olhou de um a um. Demorou-se em Ominis, e Anne percebeu, mesmo sob o sorriso, uma pontada de desdém nos olhos. Ela inspirou fundo, e, com um aceno da varinha, papéis surgiram sob sua mesa, Anne captou até mesmo o lance de fotos.

_Sebastian e Anne Sallow – ela disse olhando os papeis, e, novamente, demorou-se em Ominis – E Ominis...Gaunt. Eu sou a diretora de Ilvermorny, Gertrude Kumari.

O corpo de Ominis se retesou a menção demorada no seu sobrenome, ao estigma e a dor que ele carregava com seu nome.

_Fizeram uma saída repentina não autorizada de Hogwarts, sumiram por semanas, mas ninguém se prontificou a fazer uma busca. Algo me diz que seus professores ajudaram como puderam. – Anne se encolheu sob o olhar amarelo e astuto – O que os traz até Ilvermorny, meus caros? Hogwarts anda tão ruim assim que seus alunos agora estão fugindo do país?

_Ei! – Sebastian lhe apontou o dedo – Olha lá como fala da nossa escola. Hogwarts é a MAIOR escola de bruxaria e feitiçaria do mundo.

_Sebasitan! – grunhiu Anne, o cutucando com o cotovelo – Desculpe meu irmão, o temperamento dele é equivalente ao de uma criança de sete anos.

Mas ela parecia inabalada pelo tom ácido de Sebastian, apenas o encarou da forma como uma onça encara um filhote que ainda não sabe rugir. Ela abriu as mãos.

_Como posso ajudá-los?

Ominis sentiu que era hora de interferir.

_Acho que você já sabe, considerando que nos fizeram esperar por uma hora.

Apesar de ter falado com ela, a diretora não olhou na sua direção. Ela juntou as mãos sobre a mesa.

_Ainda assim, gostaria que me dissessem em suas palavras.