Capítulo XXI

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Liana despertou de novo.

Mas não de verdade...aquilo era algo que não acontecia há muito tempo. Ela abriu os olhos, mas seu corpo não respondia.

Ominis estava dormindo ao seu lado tranquilamente, e tudo devia estar perfeito. Contudo, no canto dos seus olhos ela viu uma sombra...Ela estremeceu por dentro, querendo gritar conforme sentia o encosto se aproximar, feito de fumaça e escuridão. Mas ela não se mexia, por mais que gritasse dentro de sua própria mente seu corpo permanecia como uma rocha na cama, como se desconectado da sua alma.

Quando a sombra se aproximou, ela tomou uma silhueta familiar, e o sorriso que surgiu debaixo da fumaça desmantelou seu espírito.

Laurel sorria para ela, com um sorriso vampiresco e predatório, exatamente como se lembrava. O desespero interno de Liana alcançou seu corpo em forma das lágrimas que encheram seus olhos. Ele aproximava a varinha da testa dela, da mesma forma como fazia para torturá-la. A visão dela ficou embaçada com as lágrimas acumuladas nos seus olhos estalados sem piscar. O horror fincou suas garras na sua alma e ela se viu na mesma posição, presa, impotente, a mercê da crueldade fria de Laurel.

 O horror fincou suas garras na sua alma e ela se viu na mesma posição, presa, impotente, a mercê da crueldade fria de Laurel

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_Lizzie? – a voz confusa e sonolenta de Ominis encheu o quarto.

Laurel ainda estava sobre ela, sorrindo.

_Amor?

Ela não conseguia se mexer, não conseguia!

As mãos de Ominis alcançaram seu rosto conforme ele jogou o corpo sobre o dela, desmanchando no processo a sombra de Laurel.

_Liana! – ele gritou pelo seu nome.

Suas mãos grandes começaram a acariciar seu rosto e limpar as lágrimas que caíam, e ele a encarava completamente perdido. Após um segundo a observando cautelosamente Ominis fechou as mãos ao redor dos seus ombros e a puxou para ele, abraçou o corpo dela com força, enveredando os dedos nos seus cabelos.

_Está tudo bem – ele sussurrou – Estou com você.

Ela sentiu o corpo relaxar um pouco. Mas, como se evocado por isso, o rosto de Laurel surgiu mais uma vez quase colado ao dela, pairado as costas de Ominis. Ele girou a varinha como se fosse atacar Ominis e Liana erigiu de volta do abismo que sua alma estava.

Urrando, ela jogou Ominis para o lado e evocou sua espada feita de magia antiga, saltando da cama.

Mas não havia nada ali. Nenhuma sombra, nenhuma pessoa. Ela apontou a espada para o vazio, e, ao perceber isso, deixou-a desaparecer.

A verdade é que ela não conseguia saber se o que tinha visto era uma ilusão ou realidade. Sempre existiriam momentos que ela não conseguiria discernir fantasia da realidade, ela estava para sempre marcada por isso.

Lealdade & Ambição - Legados de Sangue / Ominis GauntOnde histórias criam vida. Descubra agora